terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por falta de adeus

Alô, companheiros esportistas de sofá. Meu destaque hoje vai para, para, para quê? Para porra nenhuma. Só estou fazendo uma horinha antes de voltar para os meus queridos processos com capinhas cor-de-rosa. Precisam ver que gracinhas. Filhas das putas.


É verdade, não tenho merda nehuma a dizer. Não acompanho o pan, o Givanlido não conseguiu dar um jeito no Coelho (que será o único clube de Minas a cair pra segundona, porque Galo e Cruzeiro escaparão ou não me chamo Zé da Fiel) e o meu camarada do peito Roger Federer caiu para a quarta posição do ranking ATP.


Diante de tantas decepções no mundo dos esportes, melhor eu me calar. Vou suicidar este espaço. Valeu.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não me venham falar de Pan

Eu não sou bom mesmo em cumprir promessas. Já desencanei da porra do regime e estou gordinho novamente. E eu havia prometido intimamente não falar dos tais jogos panamericanos, mas cá estou eu descumprindo mais uma das minhas resoluções.

Por que eu não queria falar do "pan"? Óbvio, né? Porque não é um torneio importante e serve para os ufanistas de plantão inflarem o peito e gritarem sem parar: é ouro!, é ouro!, é ouro!, como se o Brasil fosse de fato uma potência olímpica.

Teve um panamericano aí, sei lá qual, em que o Brasil havia conquistado sei lá quantas medalhas de ouro e, a Folha de S. Paulo, que é boa em encher o saco, tanto para o bem quanto para o mal, fez um levantamento para saber quantas daquelas medalhas de ouro seriam de fato de ouro no caso de uma Olimpíada. Sim, porque o Brasil ganhava ouro em handebol e todas as potências do handebol estão na Europa, caso de Suécia, França, Rússia, Hungria etc. O Brasil ganhava ouro em atletismo, sei lá, 100m rasos, e, ao comparar o tempo do medalhista com os tempos dos atletas top, o cara não teria nem se classificado para a final olímpica. E por aí vai.

O pan deveria servir de laboratório para o País, assim como fazem os Estados Unidos, que mandam seus atletas universitários para que eles ganhem tarimba em competições internacionais. Ainda assim, os caras ganham quase tudo. Afinal, qual é o sentido do Cielo nadar contra esses caras que estão lá (sem querer desmerecer ninguém)? Ele vai ganhar com o pé nas costas, vai ser ridículo. Seria o mesmo que a Argentina mandar o Delpo para participar do torneio de tênis, os Estados Unidos mandarem os astros do basquete, a Jamaica mandar o Usain Bolt e o Asafa Powell. Pra quê?

Mas por que o Brasil não faz isso? Porque assim a imprensa ufanista pode fazer o maior estardalhaço, os torcedores trouxas ficam com a ilusão de que somos uma potência e todas as merdas que são feitas com o dinheiro que deveria ir para o desenvolvimento do esporte ficam escondidas por trás das braçadas do Cielo e do Thiago Pereira, das cortadas das meninas e dos meninos do vôlei, etc., etc., etc.

É triste, mas é isso. O Brasil não faz um trabalho sério na educação, não faz na saúde, não faz nas obras de infraestrutura, mesmo arrecadando trilhões de reais em tributos (onde está o dinheiro?, o gato comeu, o gato comeu; e ninguém viu; o gato sumiu, o gato sumiu...) - por que faria esse trabalho com o esporte? É por isso que a Magic Paula não aguentou muito tempo quando o governo Lula a colocou num cargo importante para cuidar do esporte de alto rendimento. Porque não demorou nada (a Paula, além de ótima atleta, é muito inteligente) para ela perceber que estava sendo usada como garota-propaganda.

Pois é, o esporte brasileiro é uma alegoria perfeita da nossa situação em geral. As coisas boas acontecem muito mais por causa do esforço individual de alguns heróis do que por incentivo, através de um trabalho sério de massificação do esporte nacional. É claro, os políticos querem faturar amanhã, e não daqui a vinte anos. Como faturar rapidamente? Tentando usar pessoas como a Paula, condecorando atletas em cerimônias pomposas no Palácio do Planalto - porque isso é muito mais fácil do que realmente fazer um trabalho estrutural, sério e de longo prazo e ainda sobra grana para "sumir" por aí. Afinal, é caro dar reais condições para atletas ficarem competitivos. Vai ver quanto investem os Estados Unidos e quanto vem investindo a China, que em 2008 nadou de braçada e ficou em primeiro lugar com folga no quadro de medalhas.

Por que será que uma ilhota como Cuba tem muito mais tradição no esporte que o Brasil? Agora Cuba está em decadência, mas se olharmos para os últimos vinte, trinta anos, tenho certeza de que os cubanos ganharam muito mais medalhas de ouro que nós nas Olimpíadas. Muito mais. E é por isso que eu não queria falar do pan, porque eu não aguento mais essa maldita farsa.

Eu, que assisto até a campeonato de cuspe à distância e paro para ver os velhinhos de Santos jogarem dominó no "Último gole", me recuso a acompanhar o que quer que seja desse, ou de qualquer outro pan. Passarei ao largo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que cagada

Agora deu diarreia no Adriano. O que mais vai acontecer? Calo no dedão, unha encravada, bico-de-papagaio, aerofagia e diverticulite. E por aí vamos.


Enquanto isso, o Corinthians paga rios de dinheiro ao Impera-dor, se me permitem o trocaralho do cadilho.


Não sei, não, mas me parece provado que não há vida inteligente, nem em Marte e nem na diretoria do Corinthians.


O time do Parque São Jorge, que resolveu investir em luta-livre com aquele tal de Ânderson, para reduzir o preju com o Adriano, deveria inscrevê-lo em competições de sumô ou campeonatos de sinuca. Tenho certeza de que o Adriano é craque numa sinuquinha. É ou não é?


Assim vamos bem. Vamos bem mesmo. Por falar nisso, o Campeonato Brasileiro de 2011 ficará conhecido como o torneio que ninguém quer vencer. Perfeito para o Timão, que adora ir atrás de coisas que ninguém quer. Libertadores que é bom... acho que o mundo acaba antes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Coast is Clear

Tudo pronto para Andy Murray ser o novo número 3 do mundo. Ainda mais depois da derrota do Nadal para Florian Mayer. Mãããããããns, parece-me que Murray começou a sentir uma certa pressão. Isso ficou evidente na vitória suada sobre Stanislas Wawrinka.


De qualquer forma, acredtio que Murray passará Federer ainda este ano. Se não for no Masters de Xangai, será em novembro, com Masters de Paris e Masters Cup à vista. Eu acho, né? Vamos ver. Murray está se saindo muito bem na Ásia e, nos últimos 23 jogos, só perdeu um: justo a semifinal do US Open para o Rafa.


Aguardamos. Murray, agora, enfrenta uma surpresa australiana, o tenista Matthew Ebden, vindo do qualifying. Se não fizer merda, para falar em português claro, não deverá ter problemas. Vamos, Murray: está na hora de você virar nº 3 e, ano que vem, ganhar seu primeiro Grand Slam. Aposto logo na Austrália.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Adriano-2012

Meu regime foi pras cucuias. Nas duas primeiras semanas, eu consegui me disciplinar e perdi pouco mais de dois quilos. Ou melhor, desinchei esses pouco mais de dois quilos.


O problema é que logo veio meu aniversário, várias comemorações, várias pisadas na jaca, sobras de pisadas na jaca e acho que eu recuperei o que tinha perdido e ainda acumulei um extra. Ainda não tive coragem de me pesar.


Esse problema da balança é foda. E acomete muitos esportistas de sofá, além de alguns atletas reais. Principalmente em retorno de lesão. Veja o exemplo do Adriano. Ontem ele entrou nos dez, doze minutos finais do jogo do Corinthians contra o Atlético-GO, 3 a 0 pro time paulista, jogo ganho, retomada da liderança depois de um tropeço do Vasco (com uma certa contribuição do árbitro, que não deu um pênalti claro para a equipe cruzmaltina quando estava 1 a 0 pro Inter, mas acho que o Vasco perderia de qualquer forma, porque não jogou nada e mereceu mesmo perder).


Resumindo, tudo era festa no Pacaembu e os mais de 35 mil torcedores estavam felizes e ansiosos, aguardando a estreia do Imperador. Que aconteceu. E serviu pra mostrar que Adriano dificilmente ficará competitivo ainda este ano. Dificilmente mesmo. Ele, que me desculpe a equipe médica do Corinthians, não está três quilinhos acima do peso. Ele está no mínimo, chutando baixo, uns dez quilos acima do peso. Adriano deve estar pesando por volta de 115kg, quando precisaria girar aí em torno de 105kg. Os tais sonhados 98kg, o próprio médico do Corinthians disse que nunca mais.


Adriano é um jogador brigador, mostrou que está com vontade. Mas, infelizmente, está completamente fora de condições. Eu acho até perigoso ele entrar nos próximos jogos, ainda que ganhos, ainda que faltando dez, doze minutos. No lance em que o Ramírez quis ser gentil e dar o gol ao companheiro, ficou claro, claríssimo, que não dá, Adriano vai demorar para entrar minimamente em forma. Simplesmente não dá. Se você acompanhar o lance em câmara lenta, focada no Adriano, dá pra ver um zagueiro do Atlético passando por ele como se fosse uma Ferrari ultrapassando uma jamanta. E isso porque Adriano estava em campo havia dez minutos, enquanto o zagueiro havia jogado noventa. E, normalmente, o arranque de um atacante é superior ao de um zagueiro.


Melhor seria botar a cabeça no lugar, segurar a ansiedade da torcida e não jogar o Adriano nessa fogueira, ainda mais faltando dez rodadas e o time brigando pelo título ponto a ponto com os cariocas Vasco, Flamengo e Botafogo, além do rival São Paulo (Fluminense e Inter ainda com chances). Lembrando que o Corinthians só terá confronto direto, ainda, com o Botafogo, já na quarta-feira. Nem preciso dizer que o Adriano não terá a menor condição de entrar nessa partida que, dificilmente, estará ganha faltando dez minutos.


Meu conselho de esportista de sofá: fazer uma pré-pré-temporada com o Adriano agora, colocando ele para treinar normalmente e participando de uns jogos-treinos. Além disso, fazer com ele um trabalho específico de recuperação de potência muscular, como já tem sido feito. Ao final do ano, pedir pelamordedeus pra ele não abusar muito nas férias e, na pré-temporada, intensificar ainda mais os trabalhos físicos e táticos. Se isso acontecer, acredito que o Adriano estará pronto para ser titular no início do Campeonato Paulista. Para o Brasileirão-2011 só vai colocá-lo em risco de novas lesões.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Inevitável

É óbvio, todo mundo sabe. É uma questão de tempo para Andy Murray ultrapassar Roger Federer no ranking da ATP. Bem provável que isso aconteça ainda nesta temporada. Com o título de Bangcoc, Murray mostrou estar focado para esse objetivo e, se levar o ATP 500 de Tóquio, do qual Federer também não participará, a distância entre os dois ficará estreita.


Hoje, Federer está com 8.380 pontos, contra 7.415 do britânico. É, mas no ranking que só considera os resultados do ano, a corrida dos campeões, Murray já fez mais de 500 pontos a mais que o suíço, 5.700 pontos contra 5.185. É uma tendência lógica. Federer está entrando na reta final da carreira. Com trinta anos, cada vez menos ele terá condições de bater Nadal (contra quem sempre teve enormes dificuldades), Djokovic (apesar da vitória em RG e da chance que teve no US Open) e o próprio Murray.


Não disse que Federer está em fim de carreira. Disse que ele entrou na reta final. Isso é fato. É óbvio que o tenista suíço ainda tem condições de jogar em altíssimo nível por pelo menos mais dois ou três anos. Acredito, também. que ele ainda consiga levantar algum troféu de Grand Slam. Afinal, o cara é um fenômeno, mais que isso, ele é o melhor tenista que já nasceu neste planeta (nos outros eu não sei, não acompanho).


Mas existe uma tendência natural, um rumo que é da vida. Federer é um trintão e Murray, com 24 anos, tem mais gás, está em ascensão e vencerá muitos e muitos torneios (Grand Slam? Tenho certeza que sim). É, portanto, uma questão de tempo para Murray derrubar Federer do pódium dos três melhores tenistas em atividade.


Agora, do topo do pódium dos melhores tenistas de todos os tempos, está para nascer quem tire Federer de lá.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Chega!

Minha mulher, ontem, deu o grito de liberdade: Botafogo X Independiente de Santa Fé, não! Claro, nem eu queria assistir àquilo, mas é meio automático. Eu sempre acabo nos canais de esporte para dar uma bizoiada. E lá estava o Botafogo jogando, com o time misto, uma partida da Copa Sulamirandamericana, o torneio mais sem-graça ever.

Os caras não aprenderam com aquele fiasco da Copa Mercosul, né? É, mas outro dia meu amigo Lindomar disse uma verdade. Outro dia, nos meus tempos pré-regime, quando eu bebia a minha cervejinha tranquilamente (nem me lembro direito quando foi isso, talvez umas duas semanas atrás) Lindomar, ao me ouvir criticar a Copa Sulamirandamericana, disse:

- Não, meu cumpadre. É importante essa porra, pra denunciar a qualidade do futebol por aqui. Foi o que sobrou, amigo. Jogador vai tudo pras Zoropa e Ásia e pra qualquer canto e não quer ficar na Ameriquinha.

É mesmo. Só ver o apanhado da Argentina que jogou contra o Brasil na quarta-feira. Deus me livre. Dizem, o último craque a sair que apague a luz do aeroporto. Por isso, tanta gente desesperada aderiu à campanha "Fica, Neymar". E o Neymar vai ficando, ganhando uma milha por mês, como o rei da cocada preta, um mico-leão-dourado nos gramados brasileiros. Lá no Real Madrid ele será mais um, no Barcelona, no Manchester, no Chelsea, na Inter, no Milan, nas Zoropa como um todo, será mais um.

Aqui Neymar é o cara. Lá ele é um cara e não adianta cair desse jeito, porque árbitro europeu, para apitar falta, nego tem que ser quase atirado pra fora do campo. E não tem moleza. Veio a peso de ouro, tem que mostrar serviço. Se bobear, primeiro vai pro banco; depois, nem é relacionado; finalmente, é emprestado pra algum time pequeno da Espanha, França ou Portugal.

Alguns, como Ronaldo Rolha de Poço Nazário Tireóide de Lima, defendem que Neymar deva se mudar logo pra Europa. Eles dizem que lá ele desenvolverá melhor seu futebol, porque jogará contra os melhores, e não contra os cus-de-boi que sobraram por aqui.

Eu defendo que ele faça o que quiser. Não vou opinar. Opino, apenas, para que acabem com a sulamericana, pelamordedeus.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vai indo que eu não vou

Só pra variar, estou aqui sem nada a dizer. E vamos que vamos, porque hoje, veja só, tem Brasil e Argentina decidindo título. É isso aí. Título de alguma coisa, em Belém do Pará, no Mangueirão, depois de um 0 a 0 medonho na Argentina. Seria uma reedição da velha Copa Roca? Foda-se. Vamos às escalações dos dois selecionados (fonte UOL):

BRASIL: Jefferson; Danilo, Rhodolfo (Dedé), Réver e Cortês; Ralf, Rômulo e Ronaldinho; Lucas, Borges e Neymar.

ARGENTINA: Orion; Cellay, Domínguez e Desábato; Pillud, Augusto Fernández, Canteros, Montillo (Guiñazu) e Papa; Mouche e Viatri.

Bom, estarão todos vestidos com os uniformes de Brasil e Argentina? Então é Brasil e Argentina. Fazer o quê?

É óbvio que eu não serei testemunha dessa pelada.

Amanhã vocês me contam. Mas fica aqui a minha proposta: que o próximo jogo dessas duas máquinas seja na Rua Javari.

E eu li que o ingresso vai custar mais caro que na Inglaterra, ou seja, o torcedor brasileiro pagará mais caro para ver esse joguinho do que o ingês para ver sua Seleção. Claro, né? O salário mínimo no Brasil é quase igual ao da Inglaterra. O trabalhador brasileiro e o inglês, em relação à qualidade de vida, estão quase na mesma. Nada mais justo que eles paguem a mesma coisa para assistir aos jogos de suas seleções, certo CBF? À puta que o pariu. Às vezes me dá uma vontade de riscar o Teixeira do meu nome e de transmitir à minha filha meu primeiro sobrenome.






segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Limite do Homem

Ontem, na maratona de Berlim, caiu o recorde mundial, que pertencia ao etíope Gebrselassie (nunca vou aprender a escrever esse nome, muito menos a pronunciar). O novo recordista é o queniano Patrick Makau.

A nova melhor marca para os 42,196 km é 2h03min38seg, 21 segundos mais rápida que o recorde anterior, que havia sido considerado um marco, por ter sido a primeira vez que algum maratonista conseguiu terminar a prova abaixo das 2h04min.

Prosseguem as apostas: qual seria o limite do homem na maratona? Seria possível completar o percurso em duas horas? Para isso, esses atletas de outro mundo teriam que fazê-lo numa velocidade média de 21km/h. Alguém já colocou essa velocidade numa esteira? Bom, eu já coloquei 18km/h e aguentei perto de um minuto. Imagina manter um ritmo de cerca de 20km/h por duas horas e pouco!

A Maratona é, sem dúvida, a modalidade do atletismo que mais me impressiona. Mais que alguém correr 100m em nove segundos e meio. Usain Bolt que me desculpe. Mais que enfiar uma vara no chão e, com ela, se lançar a mais de seis metros de altura. Sergei Bubka que me desculpe (vocês viram que o filho do Bubka virou tenista? Não? Foda-se).

Na minha opinião, os recordes da maratona ainda vão cair bastante. Não sei se vão chegar nas 2h cravadas. Mas esses caras ainda têm lenha pra queimar. Ainda mais agora que está ocorrendo esse fenômeno de "rejuvenescimento" dos maratonistas. Pus entre aspas por não ser uma expressão muito exata, afinal, quenianos e etíopes não descobriram a fonte da juventude.

Acontece que os atletas têm se especializado na maratona cada vez mais cedo. Antes, era uma modalidade para os trintões, ex fundistas que já não tinham potência para superar os mais jovens, mas que ainda tinham muito fôlego e muita força mental.

Maratona, acima de tudo, é força mental. Pode parecer absurdo dizer isso, mas, fisiologicamente, uma pessoa capaz de correr dez quilômetros já está apta para encarar os 42km. O problema é que a cabeça não está preparada para isso e seu organismo fará de tudo para demovê-lo dessa loucura, desse esbanjamento inexplicável de reservas. Isso faz com que uma pequena bolha no pé, lá para o quilômetro 30, 35, vire um tumor.

Enfim, hoje, atletas jovens estão rumando diretamente para a maratona. O Patrick Makau, por exemplo, tem apenas 26 anos. Isso faz com que eu acredite que o recorde da maratona ainda cairá bastante, porque, cada vez mais, o maratonista jovem conseguirá aliar seu vigor físico a uma maior força mental (mas estarão todos arrebentados com trinta anos, como bem lembrou o treinador do Marilson).

Vai ser sensacional essa maratona da Olimpíada de Londres no ano que vem, hein? Com Makau a toda e Gebrselassie mordido, acho que teremos um belíssimo duelo, um grande choque de gerações. Quebra de recorde mundial? Acho difícil. Apesar de o circuito londrino ser um dos mais rápidos do mundo, vai estar um calor da miséria. Mas, com esses quenianos e etíopes, nunca se sabe.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nonsense

Mais uma crise de mercado. É o efeito-borboleta. Quem mandou eu começar um regime? O dólar está subindo mais que a Fabiana Murer, as bolsas estão caindo mais que o Neymar e muita gente está perdendo mais que o Corinthians.

Talvez seja melhor eu parar com esse regime, ou o mundo entrará em colapso. Até o Guarani ganhou outro dia. Agora, falando um pouco mais sério, esse tal de mercado é uma grande ficção. Tudo manobra para os mesmos de sempre ganharem dinheiro. Eles perdem aqui para ganhar ali e nós sifu.

Ora, por que eu estou falando de economia? Porque é um assunto que tem tudo a ver com esporte. Só ver o quanto meu time anda economizando em gols. Isso afeta o equilíbrio da tabela, não de preços, mas de classificação. Desculpem, deem-me um desconto. Estou de fato muito afetado com a falta de calorias e com a falta de horas no meu querido sofazinho.

Sejamos sérios, uma vez na vida.

Sim, o dólar está beirando os R$ 2,00. Disparou. E lá vai o BC conter a alta do dólar. Daqui a pouco o dólar despenca. E lá vai o BC conter a queda do dólar. Se o dólar fica barato é ruim porque o real se valoriza e o preço dos produtos brasileiros fica caro. Dificulta as exportações e, para um país-colônia como o nosso, isso é muito preocupante. Mas se o dólar fica caro, isso gera uma pressão para que o preço de uma porrada de coisas suba. O medo da inflação. Recessão ou inflação? O que está no cardápio de hoje?

É a velha história dos tais juros. A mesma coisa. Suba os juros e o pessoal vai reclamar que isso impede o crescimento, que uma porrada de dinheiro que podia ser usado para investimentos vai para pagar juro de dívida, que juro é um buraco-negro, depserdiça recursos, come tudo e não constrói nada. Então, por que não derruba os juros? Porque se derrubar, também pressiona os preços, pois cresce a demanda e gera inflação. A porra da inflação, que come nosso salário e nos impede de prosperar.

É essa porra dessa ficção chamada mercado. O capitalismo inventou esse ciclo vicioso e, no fim das contas, os de cima continuam no topo e os debaixo continuam cada vez mais na merda (que cai do cu de quem está lá em cima, é claro). É toda uma engrenagem articulada para manter as desigualdades sem que os do andar de baixo se revoltem. Afinal, a culpa não é nossa. É a crise na Grécia, é o tsunami no Japão, é o vulcão na Islândia, é a bolha imobiliária nos Estados Unidos, é a minha sogra que acordou de mau humor. Fiquem quietinhos aí embaixo que nós estamos resolvendo a parada aqui. Aliás, vocês não querem contrair umas dividazinhas com uns juros bem camaradas para contribuir com o coletivo?

Chega de besteira. Viva a Fabiana Murer. Que ela atinja os cinco metros no salto com vara antes que o dólar chege a três reais. E mais um ouro pro Brasil-sil-sil. O esporte também é muito útil para alienar as massas. Funciona como efeito ópio. Não se preocupe, Fabiana. Você não tem nada com isso. É honesta, trabalhadora, treina feito uma doida e tem mais que continuar com seus saltos. Nós da plateia é que temos que te aplaudir, mas tomando cuidado com o bando de oportunistas que tenta faturar às custas das suas glórias. Alguém tem um docinho aí? Aqui na Rua Javari não passa nem pipoqueiro.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Queime depois de ler

É, meus amigos, fiquei no zero a zero: minha mulher estava cansada e meu regime também me impediu de direcionar a libido para alguns quitutes ou guloseimas. Pelo menos eu consegui me manter firme no regime e já vejo um certo desinchaço acontecer.


Do outro zero a zero de ontem, dizer o quê? No Morumbi, foi um jogo para se esquecer. Vimos em campo, durante noventa minutos, um Corinthians medroso, covarde, apostando todas as fichas em não perder para não afundar na crise, contra um São Paulo pouiquíssimo inspirado. Lucas não estava nos melhores dias, Dagoberto também não. O resultado só podia ser esse mesmo. O Rogério Ceni, provavelmente, nem tomou banho depois do jogo. Trocou de roupa e foi para casa sem problemas.


Foi um jogo para se esquecer mesmo. Só estou falando dele porque estou meio deprimido com esse regime. Daqui a pouco vou comer minha maçã-verde e aguardar meu almoço frugal. Também estou falando desse joguinho por não ter muito o que dizer e, aproveitando que fiquei diante da televisão, aguardando a um programa sobre o Wikileaks que passaria no Canal Futura às 23h30 (o programa foi muito bom, pena que durou pouco) acabei sendo testemunha dessa falta de sacanagem que aconteceu no Morumba. Puta falta de sacanegem, meu! Nada, nada mesmo aconteceu, e os 45 mil coitados que enfrentaram o friozinho da noite de quarta-feira (que no Morumbi vira um friozão, ainda mais com esse jogo ridículo) deveriam ser indenizados. Procon neles, galera! Pagaram por um produto que não foi entregue, oras.


No final, todos exerceram seu direito consitucional de vaiar. Mas, como acho que as vaias não foram suficientes, aqui vai mais um pouco: uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.


Queimem todos os arquivos. O jogo de ontem não aconteceu. Nenhuma das equipes deveria ganhar o ponto pelo empate, ou seria um "apate" (empate com apatia)? Só um trocadilho infame para salvar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

TV Desligada

Entrei no terceiro dia do regime. Está duro. Para facilitar a minha vida, resolvi me manter longe do sofá, longe da televisão, longe das minhas atividades de praticante do sofaísmo. Afinal, sempre fui um sofaísta peso-leve e acabei passando para a categoria peso-médio. Daqui a pouco vem o peso-pesado, o peso-americano-comendo-potes-de-sorvete-em-frente-à-tv e por aí vai.

Achei melhor interromper por uns tempos. Enquanto isso, tenho acompanhado mais os eventos esportivos pela Internet, porque, desculpem, não dá pra ver um joguinho comendo rúcula e tomando iogurte desnatado.

Talvez isso prejudique um pouco minhas atuações e eu caia no ranking mundial do sofaísmo, mas, é por uma boa causa. Aproveitemos que os próximos eventos importantes do mundo do tênis serão apenas em outubro; aproveitemos que o Givanildo não está conseguindo dar jeito no América e que o Corinthians desce a ladeira vertiginosamente (olha o Vasco aí, fazendo barba e bigode); aproveitemos que o Vettel já liquidou a temporada 2011 de Fórmula 1; que os jogos da Champions League sempre passam no horário de labuta; que o mundial de atletismo já passou e que o mundo do esporte pode rodar sem mim (eu acho).

Enquanto isso, eu fico aqui, falando merdas e mais merdas do que me der na telha. Enquanto isso, eu aprecio as arquibancadas da Rua Javari.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vacas Magras

Acabou a farra, compadre. Bati os oitenta quilos.

Está decretado o regime oficial do esportista de sofá. A partir de hoje, trocarei a cerveja com amendoim pelo suco de alfafa com legumes sem tempero.

Também, em lugar de apenas assistir à suadeira dos atletas, farei alguns exercícios moderados, como caminhar na orla, fazer umas barras e umas abomináveis abdominais. Meta a curto prazo: perder cinco quilos. Meta a longo prazo, perder mais cinco e ficar ali pela casa dos setenta, que é onde eu me sinto bem.

É isso aí. Vou me mirar no exemplo do imperador Adriano, ou seria Trajano?, era Adriano mesmo, e tratarei de cuidar mais de minha pessoa.

Amanhã tem São Paulo e Corinthians. Será que o Tite sobrevive a mais esse iminente tropeço?






segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Batalha de Kazan

Em primeiro lugar, que não me apareça nenhum geek por aqui pensando que estou a falar de um novo joguinho de computador. A última vez que eu joguei video game na vida foi num mega drive que ganhamos no Natal de 1991.


Feito esse alerta, aqui fica a pergunta: por quê? Por quê, Deus meu, o Bellucci não joga sempre, ou na maioria das vezes, com a atitude que demonstrou nesse fim de semana no desafio da Davis contra a Rússia? Na sexta, ele atropelou o Andreev, que é um bom tenista. Não deu a menor chance. Sacou bem, foi pra cima, deu porrada, mostrou toda a qualidade de um tenista top 20 que ele poderia ser.


No domingo, contra o melhor tenista russo da atualidade, Mikhail Youzhny, que já foi número oito do mundo e hoje é o 32º, Bellucci lutou feito um guerreiro. Ele teve tudo que nós dizemos que lhe falta na maioria das partidas. Teve raça, brigou, não se entregou e, depois de mais de cinco horas, acabou perdendo um jogo que, cá entre nós, por mais que pareça uma heresia dizer isso, merecia ter acabado empatado.


Que fique aqui um apelo esperançoso: Bellucci, jogue metade do que você jogou em Kazan e você irá longe.


Parabéns, Argentina!


A alegria ficou por conta da Argentina que, na casa do adversário, derrubou a Sérvia com maestria. No primeiro dia, Nalbandian e Del Potro não deram chance para os ótimos tenistas Troicki e Tipsarevic. No domingo, na base do desespero, a equipe sérvia ainda tentou colocar o Djoko para enfrentar Del Potro, mas o Nole, com fortes dores nas costas, não estava com a menor condição de jogar e, no segundo set, desistiu. Agora, nossos hermanos têm outra batalha dura pela frente. Na final, vão enfrentar os espanhóis, lá na Espanha. É, quando o Rafa está com fome de bola, só um tenista no mundo, atualmente, tem como derrotá-lo. Não precisa dizer quem, certo? Vai ser muito legal essa finalíssima. É claro que torcerei pela Argentina. Se nossos hermanos ganharem, vou comemorar com o meu amigo cozinheiro, à base de vinho Malbec e ojo de bife.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

SOS América do Sul

Sinto muito, caros ativistas. Não se trata de um texto sobre a miséria, a pobreza, a corrupção, que corroem nosso querido continente. Sinto desapontá-los, mas este espaço eu uso pra falar de esporte. Para falar de assuntos mais importantes eu deixo com pessoas mais gabaritadas.


Refiro-me, pois, à situação dos tenistas sul-americanos. Não, não estou falando sobre a falta de incentivo, sobre a elitização do esporte, sobre a dificuldade a que enfrentam os jovens tenistas. Também não estou gabaritado para isso. Sinto muito.


De que raios, então, estou falando? Simplesmente, ao bisbilhotar o novo ranking da ATP, constatei algo triste (eu sei, tão triste quanto comum, mas...). O tenista sul-americano melhor ranqueado é o argentino Juan Martin Del Potro, em 17º. Podia ser melhor, não?


A Argentina é, sem dúvida, a maior potência sul-americana no tênis, estando, inclusive, na semifinal da Copa Davis. Mas, atualmente, tem apenas seis tenistas top 100: Juan Martin Del Potro (17); Juan Ignacio Chela (24); Juan Monaco (27); Carlos Berlocq (68); David Nalbandian (74) e Diego Junqueira (94). Podia estar melhor.


O Brasil está atualmente com dois tenistas no top 100: Thomaz Bellucci (38) que esta semana caiu mais três posições e João Souza, o Feijão, que subiu duas e está em 87º. Mais ou menos ali perto estão Rogerinho (113) e Ricardo Mello (120). Ô se podia estar melhor.

Quem mais da América do Sul aparece no top 100?


Santiago Giraldo, da Colômbia, em 52º (Alejandro Falla está em 114º) e Pablo Cuevas, do Uruguai, em 53º.


Só? Pra você ver, o Chile, que já teve o nº 1 Marcelo Ríos, não tem nenhum tenista atualmente no top 100. Nem o já veterano Fernando González, atualmente apenas o 297º do ranking. Tá certo qua Paul Capdeville é o 101º, se alguém espirrar ele entra. Mas o momento não é bom pra nós.


A lista completa de tenistas sul-americanos entre os top 100, então, é:

17- Juan Martin Del Potro (ARG);

24 - Juan Ignacio Chela (ARG):

27 - Juan Monaco (ARG);

38 - Thomaz Bellucci (BRA);

52 - Santiago Giraldo (COL);

53 - Pablo Cuevas (URU);

68 - Carlos Berlocq (ARG);

74 - David Nalbandian (ARG);

87 - João Souza (BRA);

94 - Diego Junqueira (ARG).


Dez tenistas, só quatro entre os quarenta melhores.


Vamos comparar com a França:

7- Gael Monfils;

10 - Jo-Wilfried Tsonga;

11 - Gilles Simon;

15 - Richard Gasquet;

33 - Michael Llodra;

67 - Adrian Mannarino;

71 - Julien Benneteau;

90 - Nicolas Mahut.


Oito tenistas franceses entre os cem melhores. Só a Espanha tem 14 no top 100. Os EUA têm nove. A Sérvia tem três, mas, além do número 1 Djokovic, está com outros dois entre os vinte melhores: Tipsarevic, com a chegada às quartas-de final do US Open, pulou para 13º, e Viktor Troicki é o 16º. Não à toa, a Sérvia é a atual campeã da Davis. Afinal, como se não bastasse, tem o grande Nenad Zimonjic, um exímio duplista.


É bem verdade que Delpo logo estará de volta ao top 10. Tenho certeza disso. Nalbandian também gosta de brincar de sobe-desce e ainda acredito nele para voltar à lista dos vinte melhores. Quanto a Chela e Monaco, não acredito que subam muito mais. Os outros sul-americanos que aparecem na lista dos cem melhores são bons tenistas, mas não vejo mais nenhum para figurar entre os top 20. Já pensei que Bellucci poderia chegar lá (ainda pode) e, hoje, tenho sérias dúvidas quanto a isso, porque falta a ele o equilíbrio emocional. Equilíbrio, minha gente, é tão importante para o tenista quanto o ar que ele respira. Entonces, acho que isso atrapalhará bastante a carreira do tenista de Tietê.


Dácio Campos anunciou o programa de bolsa a quinze jovens tenistas, garotos e garotas, que o Ministério dos Esportes liberará visando às Olimpíaddas de 2016. Os detentores da "bolsa-tenista" serão supervisionados por Guga e Larri. Parece pouquíssimo para quem pretende popularizar o esporte, mas não tem jeito, qualquer esporte só emplaca com resultados e nós precisamos urgentemente de um tenista, ou uma tenista, entre os top 10. Quando isso acontecer, espero que não desperdicemos, como desperdiçamos a Guga-mania.




Re-inauguração deste espaço ou Djokovic e ninguém mais

Ainda bem que ninguém lê esta porra. De verdade. E, àqueles gatos pingados que por ventura tenham esbarrado neste sítio, peço, encarecidamente, que, assim como disse aquele famoso sociólogo, esqueçam o que eu escrevi até então. Passemos uma borracha. Comecemos do zero.

Vamos lá, então. Olá, senhoras e senhores. Estou inaugurando este blógui para dizer qualquer merda, preferencialmente, sobre o meu esporte favorito: ficar em frente ao sofá, assistindo a tudo o que é esporte. Enquanto Usain Bolt se arrebenta de correr, Michael Phelps se arrebenta de nadar e tantos outros atletas se arrebentam em campo, quadra, pista, água ou ar, eu fico aqui, belo e formoso, a torcer, enquanto encho a cara de cerveja e me empanturro de salgadinhos dos mais gordurosos.

Agora que começamos do zero, devo dizer que o esporte que mais tem me agradado ultimamente é o tênis, como o arquivo morto pode demonstrar. Também pode demonstrar esse mesmo arquivo morto que, apesar de gostar muito de tênis, eu não entendo porra nenhuma do esporte. Não que eu entenda porra alguma de qualquer outra modalidade, mas, o fato é que eu não tenho nenhuma intimidade com a raquete, poucas vezes tentei jogar tênis e foi catastrófico. A única coisa que eu aprendi mais ou menos foi a colocar a bolinha no bolso. Mesmo assim, quase provoquei um acidente.

Porra, já estamos no quarto parágrafo e eu ainda não falei do que interessa. E o que interessa? A final do US Open de ontem, entre Novak Djokovic e Rafael Nadal. Nada mais no esporte é relevante diante de um evento como aquele. Que me desculpem todos os outros atletas do planeta.

Pois é, o jogo de ontem me fez ter vergonha das merdas que eu andava escrevendo sobre tênis. Por isso, pensei: vamos começar tudo de novo, aproveitando que ninguém aparece por aqui mesmo.

Tudo começou com a chuvarada da semana passada em Flushing Meadows, que obrigou os organizadores do US Open a passar a final do masculino para segunda-feira. Tudo bem, meus amigos, mas tinha que ser às 18h, horário local? Isso fez com que a partida entre Rafa e Nole começasse às 17h por aqui, o que me fodeu. Me fodeu porque eu trabalho em São Paulo e moro em Santos. Pego o fretado às 18h e chego em casa por volta de 20h. Minha mulher, que é uma santa, disse: eu envio torpedos esporádicos avisando como andam as coisas.

Lá estava eu na estação Santos-Imigrantes quando chega a primeira mensagem: 2-2, Rafa sacando. Até agora, tudo certo. De repente: Djoko 5-2, sacando para fechar o primeiro set; fechou 6-2. O torpedo seguinte anunciou: Djoko 4-2 no segundo set; e, Djoko fecha o segundo em 6-4.

Cheguei em casa esbaforido, às 19h50, e encontrei minha mulher com a TV ligada e o celular na mão. "Eu já ia mandar uma nova mensagem: está 3-2 pro Djoko, ele sacando". Eita, que mulher maravilhosa que eu tenho. E ela nem gosta de tênis.

Finalmente no meu querido sofá, comecei a assistir ao espetáculo de ontem. Rafa devolveu a quebra e começou a vibrar muito. Provavelmente ele estava tentando se motivar porque, até então, o Djoko estava avassalador. Apesar do grande esforço do espanhol, Djoko quebrou de novo e fez 6-5. Sacaria para o título, seu primeiro em Flushing Meadows.

Foi aí que o Nadal mostrou que é foda. O Nadal é um tenista que só morre depois do tiro de misericórdia. Mesmo ferido no chão, sangrando, fodido, com as tripas saindo, ele não desiste. E, se o oponente não der aquele tiro na cara pra acabar com a história, o Nadal é capaz de se recuperar e matar seu adversário. Bruce Willis é o caralho. Duro de matar é esse tal de Rafa que, num game sensacional, devolveu a quebra e levou o terceiro set para o tie-break. No tie-break, Rafa, muito motivado, não deu chance, e forçou o quarto set.

O pobrema é o seguinte parceiro. Se o Nadal é foda, Djoko é o cara. He's my man, baby. Qualquer ser humano normal teria muita dificuldade para voltar para o jogo. Por quê? Porque o Djoko teve todas as chances de ganhar em três sets. Inevitável começar a pensar: caralho, a essa hora eu já estaria bebendo champagne e ganhando beijos da minha bela namorada. Em vez disso, estou aqui, diante desse osso duro de roer que não para de tirar a cueca da bunda.

Além disso, imagina a motivação do Nadal pra onde foi. No tênis é assim: se um desce o outro sobe. Ainda mais quando falamos de caras como esses dois moooooooooooooooonstros, como diria meu amigo Bruno Mooooooooooooooonstro.

Djoko provou ontem que, no momento, não tem pra ninguém. Antes de começar o quarto set, ele pediu atendimento médico, por conta de dores na lombar. Comentários de Dácio Campos: Se for pro quinto set, será que ele tem gasolina pra aguentar, amigão? Quinto set uma pinoia. Djokovic, simplesmente, atropelou o Nadal no quarto set. Ele entrou babando, quebrou duas vezes o saque do espanhol e não deu a menor chance. Ao quebrar o saque do Rafa pela segunda vez, o sérvio bateu no peito como quem diz: ninguém no universo tira esse título de mim.

Resultado: 6-1 no quarto set e Djoko leva seu quarto Grand Slam da carreira, o terceiro só neste ano incrível, soberbo, impressionante, de 64 vitórias e apenas duas derrotas; de 10 títulos, sendo três de Grand Slam e cinco de Masters 1.000; de seis vitórias em finais sobre o Rafa, esse touro miura que não desiste nunca (apesar de não ser brasileiro).

O que mais podemos falar, meus amigos? Resta-nos aplaudir e só. E beber uma taça de champagne, que ninguém é de ferro. Afinal, depois dessa suadeira toda, eu bem que mereço.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não faz assim, Federer!

Fiquei sabendo pelos jornais. Federer teve dois match points, sacando em 40-15, e deixou escapar a vitória no quinto set.

Ainda bem que eu não pude ver isso. Porque, apesar de gostar do Nole e continuar achando que ele é o cara do momento, eu gosto demais do estilo do Federer. Ora, todos que gostam de tênis admiram o Federer. Ou não? Claro que sim, mas muitos idiotas por aí entraram numas de comparar o estilo do Federer com o estilo do Nadal para, a partir daí, criar duas facções: Federistas e Nadalistas, o que é uma bobagem do tamanho do mundo.

Ter uma preferência pelo estilo de um tenista ou de outro é claro que é normal, mas eu vi muita gente ridícula, fã do Federer, dizendo que o Nadal é um tremendo “mão-de-pau”, se assim podemos dizer; ou fãs do Nadal dizendo: um-dois-três, o Federer é freguês. Um bando de recalcados, obviamente. A maioria que diz isso é incapaz de acertar uma bolinha do outro lado da quadra.

Sou um desses e digo isso sem nenhum constrangimento. Não sei jogar tênis e ponto. E foda-se se alguém não respeitar minhas opiniões porque eu não sei nem segurar uma raquete, quanto mais dar um slice ou um top spin. Foda-se de verdade, do fundo do meu coração.
Àqueles que acham importante que a pessoa goste do esporte e que ela tenha respeitados seus direitos constitucionais de se expressar livremente, obrigado. E digo, sem menosprezar Nadal ou qualquer outro tenista: tenho uma predileção pelo estilo de jogo do Federer, aquele jeito elegante, meio mauricinho, meio janota, é bem verdade, um jeito plástico de jogar que parece que o cara não está fazendo o menor esforço.

E Federer não é elegante apenas na quadra. Fora dela ele sempre faz análises que buscam exaltar seus adversários. Ele é um cara que fica de olho no esporte, gosta de acompanhar o jogo dos jovens tenistas.

Fora essa papagaiada, sejamos práticos. O fato é que Djoko vem ganhando e jogando muito mal ao longo do torneio, enquanto Federer dava um show atrás do outro. A maneira como o suíço espantou o fantasma Tsonga foi sensacional. Já o Djoko, no duelo sérvio contra Tipasarevic, passou sérios apuros.

Normalmente, eu torceria pelo Djoko contra o Nadal, não por ser “federista”, ou por achar que Nadal é “mão-de-pau”. Nada disso. Sou um tremendo admirador do Nadal e nunca vi um tenista com uma força mental maior que a dele. Para um esporte em que você tem que fechar o jogo, isso é fundamental. Vide Federer contra o Djoko, como já mencionamos.

É uma simples questão de estilo. Gosto mais do estilo do Federer e do Djoko do que o do Nadal. Mas hoje eu vou torcer pelo espanhol. Djoko não está merecendo ser campeão. E, se Nadal também não anda lá essas coisas, bateu o Murray com propriedade, destruindo, inclusive, meus prognósticos. Hoje eu sou Rafa.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Crise de Abstinência

Sofro. Sofro muito. Sofro tanto que, a fim de suavizar minha tremedeira, e meus tiques, acabei por falar da fla-tulência, como sugeriu um internauta sacana e, reconheçamos, criativo.

Dá-lhe chuva em Flushing Meadows. E não teve jeito, a organização do torneio cancelou a rodada de hoje. Sorte dos tenistas mais desgastados, como Rafael "Cramp" Nadal, Jo-Wilfrid Tsonga, que jogou uma partida de cinco sets contra Mardy Fish e, apesar de ter saído da quadra como se tivesse jogado quinze minutos de bolinha de gude, receberá com bons olhos umas horas a mais de descanso e, por fim, Novak "Nole" Djokovic, visivelmente ainda não 100% depois do "probleminha" no ombro em Cincy (é só ver que ele não está cacetando nos saques).

Ficam um tanto prejudicados, ao meu ver, Andy Murray, que tem um físico e fôlego de moleque e, quanto mais pegar seus adversários desgastados mais vantagem e chance terá de vencer, e Roger Federer, que tem conseguido despachar seus adversários com rapidez.

Também acredito que a pausa dará um pouquinho mais de fôlego a Gilles Simon que, desde a partida da primeira rodada contra o Ricardo Mello (partida em cinco sets) tem suado muito mais nas calças que o gigantão do saque-bomba. Por outro lado, Simon está acostumado, com seu jogo de fundo, a ficar muitas horas em quadra. Seria Gilles Simon a Caroline Wozniacki de barba, ou seria Caroline Wozniacki nosso amigo Gilles Simon de saias, ou não seria nada disso e para de falar merda porque você não entende merda nenhuma de merda nenhuma e, muito menos, de tênis? Fica a dúvida no ar que eu deixo para os espectadores da Rua Javari resolverem.

Ah, saudades daquelas tardes na Mooca, a bebericar uma cervejinha com os amigos depois da pelada... Por onde andará Matias, ponta-direita rápido e faceiro, dono de um petardo semelhante ao do Rivellino? Perdi contato com Matias. Dizem as más línguas que fugiu com a filha do Almeida e abriu um posto de gasolina em São João das Duas Pontes (e dos três postos de gasolina). Matias era rápido mesmo. E come-quieto. Parecia um boi sonso. Quando menos se esperava, lá estava ele, acarinhando os cabelos de alguma moçoila do bairro.

Voltemos ao tênis. Deixemos para lá as nostalgias, senão, daqui a pouco, eu começo a relembrar os duelos entre Agassi e Pete Sampras e isso me apertará o peito. Por que mandas água, Poseidon? Por que não deixas esses bravos combatentes prosseguirem com sua jornada?

Aposto que algum tenista maldito ofendeu Poseidon de alguma forma. Porra, gente. Ô, Nadal: esqueceste de sacrificar um bode antes do evento começar? Ou teria Federer acertado uma bolinha bem no olho do Ciclope, filho de Poseidon? Algo aconteceu, porque as coisas estavam indo tão bem, o pessoal antecipou a chegada da Irene na costa leste, enfim, os Marines haviam expulsado as pombas da Estátua da Liberdade, tudo estava correndo maravilhosamente bem. Até que Poseidon acordou.

Fiquem tranquilos todos, amanhã jogaremos uma penca de virgens do alto do penhasco em oferenda ao deus dos mares e tudo se acalmará.

Chuvas e Trovoadas

Eu havia jurado a mim mesmo que não falaria do estopum, digo, estopim da crise no Flamengo, por conta de um simples peidinho. Mas a chuva começou a cair em Nova Iorque e eu fiquei um tanto sem assunto. Não vou engrossar o coro daqueles que querem cobrir um dos estádios do complexo de Flushing Meadows, mas, se até os ingleses, que adoram sem apegar em tradições estapafúrdias (e até por isso o torneio de Wimbledon continua sendo disputado na grama) aceitaram cobrir a quadra central do All England Lawn Tennis Club, talvez estivesse na hora de...hein?

Falemos, pois, de outro tipo de trovoada, daquela que vem do âmago do ser.

Na Gávea, então, um peido virou tempestade, segundo dizem. Parece absurdo, ridículo, mas eu não me surpreendo com mais nada no futebol brasileiro. O nível do amadorismo é tamanho que um peidinho inocente pode abalar as estruturas do time dono da maior torcida do Brasil. Luxemburgo, é bom que se diga, não conduziu bem as coisas, e acabou transformando o peidinho numa grande caganeira, caganeira esta que culminou na derrota em casa para os refugiados do Bahia.

E o que tem o cu com as calças? Ora, seria uma deslealdade entegar um companheiro porque ele soltara um inocente punzinho. Imagine se isso acontecesse com um pelotão do exército nazista. O comandante perguntaria: quem foi? Silêncio. Pimba, mata o primeiro da fila. Quem foi? Silêncio. Então o Klauss diz: foi o Fritz - e o comandante mata o Klauss, porque odeia dedo-duro, e o Fritz, por ter tido a audácia de comer repolho antes das manobras.

Certo, eu não sei onde eu estava com a cabeça para escrever isso. Não tem nada a ver. Nada mesmo. Desconsiderem essa merda que eu escrevi e voltemos à matéria gasosa. Está certo falar "matéria gasosa", professor? Trrrrrrrrr.

Explico a minha teoria da conspiração. Os soldados de Luxemburgo entraram em campo abalados contra o Bahia, pois perceberam que são comandados por um chefe autoritário (disso, provavelmente, todos já sabiam) e que, ainda por cima, estimula a caguetagem. Isso não pode, nem na cadeia e nem nos gramados. Vai demorar um tempo pro Mengão se refazer desse baque. Pra sorte deles, o próximo jogo é contra o Corinthians, que é uma mãe nessas horas e adora arrefecer crises alheias. O que eu mais gosto no Corinthians é desse altruísmo. Sério, chega até a me emocionar. Filas das putas.

Melhor esperar parar a chuva em Nova Iorque...

Promessa é Dívida

Eu não costumo enganar os meus leitores. Tenho o compromisso da ética e respeito o juramento sagrado que fiz ao receber meu diploma de jornalista, conquistado após...hãn,hãn, seriíssimos anos de dedicação intensa.

Quando eu afirmei que a segunda semana do US Open seria ducaralho, eu não estava brincando. Confesso, porém, que ela começou superando até as minhas elevadas expectativas. A começar pela brilhante vitória de Tsonga sobre Mardy Fish, em cinco sets. Que jogo, senhoras e senhores. Tsonga é um grande tenista, mas eu estava apostando no Fish até para, talvez, derrubar Federer e atingir a semifinal.

Não teve jeito. Tsonga foi mais forte e não ligou para a pressão do Arthur Ashe lotado, torcendo loucamente pelo tenista da casa. No quinto e decisivo set, o tenista francês, esse tanque em forma de gente, sobrou, e fritou o Fish, se me permitem a piadinha ridícula, com duas quebras. O Federer deve estar bem preocupado, pensando na virada incrível que levou de Tsonga em Wimbledon e da derrota para o mesmo tenista em Montreal. Esse duelo entre a lenda viva Federer e o gladiador Tsonga eu não perco nem que o mar vire sertão.

Tie-break histórico

Não bastasse esse jogo antológico, Djokovic e Dolgopolov fizeram um primeiro set para entrar para a história do tênis mundial. Que tie-break foi aquele? É uma pena que o tenista ucraniano parece ter gastado toda a sua energia no primeiro set e, ao perdê-lo, acabou baixando a guarda. Esse Dolgopolov incomodou demais o Nole com aqueles slices incríveis, fatiando a bolinha qual um sushiman, e aqueles saques sem peso que pareciam fazer a bola murchar na raquete do sérvio. Demais. Não posso deixar de dizer, também, que Dolgopolov é a cara da Maria Quitéria, uma faxineira que cuidava da limpeza no andar onde eu trabalho. E aquele treinador dele, bicho? De que Halloween saiu aquela figura?

Guerreira

Eu sei, vão dizer as más línguas que a Kuznetsova conseguiu perder um jogo ganho. É verdade que a russa, após ganhar o tie-break do primeiro set, que chegou a ficar 5-2 para Wozniacki, e iniciar o segundo com uma quebra sobre a adversária, passou a abusar dos erros, o que fez com que a tenista número 1 do mundo renascesse das cinzas. Mas não tem como negar que a Wozniacki, que ainda não me convenceu (concordo com a Serena que o sistema de pontuação, às vezes, comete injustiças) foi uma leoa. Ela não baixou a cabeça por um segundo sequer e, se eu concordo com o Paulo Cleto que ela depende demais dos erros das adversárias, não tendo muita capacidade de variação tática, a moça é de uma disciplina quase que tibetana. Certo, talvez ela não mereça estar no topo do ranking mundial, mas é uma excelente atleta. Agora, contra a Serena, meu amigo, a coisa é outra. Como diria meu grande amigo Guilherme, o mato que a Serena lenha é mais embaixo. Não vejo ninguém no horizonte capaz de tirar esse título da tenista americana. Talvez se o Nole, que gosta de imitar todo mundo, resolver colocar um saiote e entrar em quadra. Talvez, eu disse.

Show must go on

É isso aí, em homenagem ao grande Freddie Mercury, põe Queen na caixa, DJ. Hoje tem mais tênis de primeira e, até domingo, será assim. Veja que maravilha e, ai que sorte dos desocupados.

Na chave masculina, temos os quatro últimos jogos das oitavas. Eu não devia dar mais palpites, mas como eu sou metido a besta, colocarei entre parêntesis o nome do tensita que eu acho que vai vencer. No feminino, farei o mesmo, apesar de acompanhar bem menos o tênis das moças, por razões já anteriormente mencionadas.

Temos, então, no masculino:

Arthur Ashe Stadium, jogos da tarde:

- Donald Young vs. Andy Murray (Murray na cabeça, Murray na final, como eu já disse);

- Gilles Muller vs. Rafael Nadal (mesmo com cãibras em todos os músculos do corpo, Nadal vence);

Jogo noturno:

- David Ferrer vs. Andy Roddick (vou arriscar no Roddick);

E, no Louis Armstrong Stadium, farão as raquetes cantarem:

- John Isner vs. Gilles Simon (pra mim dá o gigante Isner e seus saques-canhão).

No feminino, teremos os dois primeiros jogos das quartas, no Louis Armstrong Stadium, logo após a partida supracitada (tremenda bichona, não?):

- Angelique Kerber vs. Flavia Penetta (apostarei na italiana, que derrubou a Sharapova);

- Samantha Stosur vs. Vera Zvonareva (ai, que dúvida. mas eu vou apostar na Zvonareva, talvez a única que possa tirar esse título da Serena).

Ai que vontade de fugir do trabalho para ver esse monte de jogo, sô. Vou ter que me contentar com o jogo do Roddick à noite. Capricha, canhoneiro.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ao Vivo

Acompanhe o US Open aqui, ao vivo. Aproveite a promoção. É só clicar no link abaixo e se divertir:

http://www.usopen.org/en_US/scores/index.html?promo=subnav

Cara, o jogo do Ferrero contra o Tipsarevic deve estar demais. O sérvio ganhou o primeir set, 7-5, e Ferrero, el guerrero, empatou, vencendo o segundo set no tie-break por 7-6 (7-3). Vamos Ferrero!

Rapaz, desculpa falar, mas essa Schiavone, na foto do site oficial do US Open, está a cara do Rod Stewart.

Já essa menina do nome do capeta, Pavlyuchenkova, está com uma foto que parece aquelas de year-book de colégio americano.

Em tempo

É, deu Pavlyuchenkova mesmo. Só pra eu ter que escrever esse nome da desgraça mais vezes. E se eu começasse a chamá-la de Naná, já que o primeiro nome da moça é Anastasia? Vamos combinar assim?

É, deu Tipsarevic mesmo. O veterano Ferrero bem que lutou e endureceu muito o jogo, mas, pelo jeito, acabou o gás no 4º set. Pena. Mas parabéns ao Ferrero que, como diria o Mala, caiu em pé.


Dá-lhe, Givanildo!

É isso aí, Coelho. Fé, minha gente. Fé no trabalho do grande Givanildo. Jogando o fino, o América ontem deu uma sacolada no Vasco, 4 a 1, e agora segue rumo à 16ª colocação do campeonato. Deixem o homem trabalhar, meu povo. Deixem o homem trabalhar que a coisa dará certo. E o América, ano que vem, continuará na primeirona.

Um passo de cada vez. Agora nós encostamos no vice-lanterna Atlético-PR e precisamos alcançar, a longo prazo (não tão longo assim, hein?) o Bahia, que está com 24 pontos, portanto, sete a mais que nóis. O Santos ali é um intruso. Tem uma pá de jogo a menos e vai chegar entre os oito primeiros com certeza. Temos que mirar no Bahia.

Próximos jogos: Inter no Beira-Rio; Avaí em casa e clássico contra o Cruzeiro. Temos que levar sete pontos desses nove. Empate com o Inter e vitória sobre Avaí e Cruzeiro. O Avaí é adversário direto e, portanto, não podemos nem sonhar em não vencer. Se conseguirmos cumprir essa meta, acredito que já estaremos em 17º.

Sou torcedor do América? No, sir. Sou Givanildo Futebol Clube. Chutem a bunda dele e eu vou querer mais é que vocês afundem nas profundezas da quarta divisão.

A Segunda Semana Promete

Definidas as oitavas de final na chave masculina do US Open. Até agora, tudo foi mais ou menos dentro do previsto. Eu só esperava mais de Del Potro e Thomas Berdych. Pensei que os dois poderiam chegar às quartas, mas ambos perderam na terceira rodada. Tudo bem, vão levar 55 mil doletas pra casa.


Sobraram, então, dezesseis tenistas, dos quais quatro são da casa: Isner, Young, Roddick e Fish. Dos quatro, acho que Mardy Fish pode ir mais longe, chegando, quem sabe, até a semi, com uma vitória sobre Federer nas quartas. Tomara que não, porque eu estou torcendo ferrenhamente por uma revanche Djokovic X Federer na semi do US Open. Isner deve bater o Gilles Simon, mas deve parar no Andy Murray nas quartas; Roddick também tem boas chances contra David Ferrer, mas também deve parar nas quartas, diante do Rafa; e o jovem Donald Young, que surpreendeu Wawrinka e Chela, está de parabéns e tudo, é uma boa promessa, se não me engano já foi número 1 do mundo no juvenil e tudo e, chegou até onde dava. Agora pega o Murray e deve dizer adeus.

Ontem eu assisti ao jogo do Andy Murray contra o galã espanhol Feliciano Lopez, que conquistou o coração até da própria mãe do Murray (ela o chamou de Deliciano, vê se pode?). Realmente, o Murray está muito sólido, apesar do susto que nos deu na segunda rodada contra Robin Haase. Impressionante como ele se defende bem, com rapidez e agressividade. O escocês está tinindo e, por isso, aqui faço uma aposta: Murray na final. Acho que nem o Nadal pode pará-lo em seu lado da chave. Vê lá, Murray. Não vai me decepcionar. Estou jogando minhas fichas em você para estar no Arthur Ashe no próximo domingo.

Minha esposa reclamou que eu discrimino o tênis feminino. Ora, ela devia ficar feliz com isso, porque tem muito canalha por aí que só fica de olho nas beldades. torcendo pelas pernas de uma, pelos belos olhos de outra e pra ver aquele shortinho que elas usam por baixo da saia. Ontem, por exemplo, qualquer desses canalhas estaria torcendo pela Kirilenko contra a Samantha Stosur. Afinal, Kirilenko é uma loirinha bonitinha, parece uma bonequinha, enquanto a Stosur é meio bruta, tem um braço maior que a minha perna e cara de poucos amigos.

As duas fizeram um tie-break histórico ontem e, não houvesse a possibilidade do desafio eletrônico, o US Open teria acabado um pouco mais cedo para a Kirilenko, pois, por duas vezes, com a loirinha jogando para salvar um match point, os juízes de linha cantaram fora bolas que tinham ido na linha. A correção foi feita e Kirilenka acabou conseguindo levar o jogo para o terceiro set. E lá não teve jeito, porque a australiana é mais tenista e disso não resta a menor dúvida.

Agora eu vou responder sobre minha preferência pelo tênis masculino. Não é machismo da minha parte. Simplesmente, é verdade, eu gosto mais do jogo do tênis masculino e isso tem uma explicação física. O fato é que as mulheres não tem a força na munheca capaz de dar golpes vencedores com a mesma eficiência que os homens e, com isso, o jogo das mulheres acaba por ser decidido, muitas vezes, em erros da adversária. Poucas vezes eu assisti a um jogo com tantos erros não forçados como a última final de Wimbledon, entre Sharapova e Kvitova. E isso, desculpem-me, irrita um atleta tão conceituado como eu. Faz anos que eu não cometo um erro não forçado ao pegar uma latinha de cerveja, ou um amendoim. Aliás, outro dia eu fiz uma belíssima jogada: fiz um patê de atum com ricota, mostarda e molho inglês, de comer rezando. Minha mulher, que está grávida, quase botou os bofes pra fora só de ver o patê, mas eu me deliciei como nunca.

Aqui, eu gostaria de abrir exceções, pois algumas mulheres me dão, ou davam, muito prazer em ver jogar: Martina Navratilova, Steffi Graf, Monica Selles, Lindsay Davenport e, atualmente, as irmãs Williams, Justin Henin e Kim Clijsters (fiquei muito feliz que as duas voltaram ao circuito). Sharapova me irrita com aqueles gritos insuportáveis e com a quantidade de erros infantis; Ana Ivanovic jogou muito bem por pouco tempo, caiu absurdamente de rendimento e agora vai ter que dançar miudinho pra recuperar a minha admiração (não adianta fazer essa carinha, Ana) e a Caroline Wozniacki, atual número 1, ainda não me convenceu.

Destaques do dia

Os jogos da parte de cima da chave masculina: Nole Djoko-djokovic vs. Dolgopolov; Tipaserevic vs. Ferrero; Tsonga vs. Mardy Fish e Roger Federer vs. Juan Monaco (olha o tenista "nível Saretta" aí, nas oitavas de um Grand Slam, seu idiota).

No feminino, para não me chamarem mais de sexista, teremos os quatro últimos jogos da oitavas, com os seguintes duelos (duelos, hein?): Anastasia Pavlyuchenkova (ô nominho, hein? Tomara que perca logo, porque escrever isso é do capeta) vs. Francesca Schiavone; Serena Williams vs. Ana Ivanovic (jogão!!!!); Caroline Wozniacki vs. Svetlana Kuznetsova (também promete) e, por fim, Andrea Petkovic vs. Carla Suarez Navarro.

A espanhola Navarro, até agora, é a "intrusa" do torneio, pois, sem enfrentar nenhuma cabeça-de-chave, ela foi passando, ao derrotar as "derrubadoras de favoritas". Exemplo, na segunda rodada, Navarro derrtou a romena Simona Halep, que tinha promovido a primeira grande surpresa do torneio, ao tirar a chinesa Na Li logo de cara; na terceira rodada, Navarro derrotou a compatriota Soler-Espinosa, que por sua vez havia derrotado a cabeça 31 Kaia Kanepi, da Estônia. Ou seja, a espanhola chegou às oitavas sem enfrentar nenhuma das 32 tenistas mais bem ranqueadas. Isso raramente acontece no masculino. Entenderam por que eu prefiro o tênis masculino? Não é machismo. Sinto muito, moças. Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim...

Valeu, Rogerinho.
É, essa segunda semana promete fortes emoções. Vamos aguardar. Antes de encerrar, eu gostaria de dar os parabéns ao Rogerinho. É isso aí, garoto. A sorte ajuda quem trabalha, como diria a vovó Noêmia. Rogerinho lutou bravamente contra o Bogomolov e não desistiu até o fim. Tem gente aí precisando ter umas aulas de fibra contigo, garoto.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Balanço da Semana

Este final de semana eu terei muito o que fazer, portanto, não aparecerei por aqui. Não adianta chorar, nem se espernear.



Darei, então, uma apanhado geral sobre o mundo dos esportes. Tem pra todo gosto, cumpádi. Mundial de Atletismo, Mundial de Remo, Copa América de Basquete, US Open de Tênis, Grand Prix de Vôlei, Fórmula 1, Campeonato Brasileiro de Futebol, Campeonato Escocês de Arremesso de Tora, Campeonato de Cuspe à Distância da Vila Nhocuné e por aí vai.

Comecei minha saga no domingo, ao assistir à vitória do Vettel na Fórmula 1. Durante a semana, deliciei-me com algumas partidas de tênis, as quais comentei exaustivamente por aqui.
A nota triste do esporte da semana foi o empate sem gols do América-MG contra os refugos do Bahia, lá em Pituaçu (e não Piataçu, Maricota...).

Aproveito para dizer, e eu vou dizer, mesmo que meu amigo Walter, torcedor fanático do Bahia fique vexado comigo. Esse time do Bahia, com Ricardinho, Carlos Alberto, aquele menino que jogava no Botafogo (como chama o caboclo mesmo?), Lulinha (ainda está lá? está machucado? está vivo?) e Cia Limitadíssima, tem destino certo na segunda divisão. Os caras ainda vão e mandam o Jobson embora. Eu sei, o Jobson é complicado e não está certo passar a mão na cabeça do cara pra sempre, mas não precisava ter mandado o cara embora do time. Ele era o único que estava fazendo gol naquela merda, porra.

Quarta-feira eu assisti à heróica reação do Santos no Beira-Rio. Arrancou um empate depois de estar perdendo por 3 a 0 e só não virou o jogo por excesso de preciosismo do Neymar no finalzinho. É, esse time do Santos parece a avó do Nicanor. Tem hora que a véia tá lúcida que só vendo, sendo capaz de discutir sobre marxismo, sobre o K(G)addafi e sobre o campeonato paulista de polo aquático; mas tem hora que ela não fala coisa com coisa, mistura alhos com bugalhos e parece que nem sabe onde está, muito menos para onde vai. É exatamente assim que tem funcionado o time do Santos. De qualquer forma, o jogo foi bom. E esse menino, o Danilo, promete. O garoto joga o fino, rapá.

Olha, acabo de saber que papai Joel foi demitido do Cruzeiro. Pena. Ah, e o nome da "fera" do Bahia, que saiu corrida do Botafogo, é Fahel. Bom, segundona eu volto a falar umas besteiras. Segundona eu falo dos jogos do US Open que eu conseguir assistir e do campeonato de arremesso de tora, é claro McLabel, como sempre, é o favorito, mas McShot pode surpreender e McLiqcuor corre por fora. Bom fim de semana a todos e a todas.


Em tempo


Todos os brasucas dançaram nas duplas, inclusive a nossa maior esperança de bom resultado, Marcelo Girafa Melo e Bruno Soares. Uma pena. Oxalá proteja Rogerinho.

Aula de Tênis

O argentino Carlos Berlocq estava andando pela rua quando viu um anúncio colado no muro: ensino a jogar tênis em 1h30. Esteja no complexo de Flushing Meadows, no bairro de Queens, Nova York, Arthur Ashe Stadium, quinta-feira, 1º de setembro, por volta das 20h. Assinado: Novak Djokovic.

Ninguém cairia naquela propaganda enganosa, mas Carlos Berlocq era um poliana, ele acreditava no lado bom das pessoas e, por isso, resolveu conferir. Lá chegando, deu de cara com um imponente estádio e ficou um pouco intimidado. Mas resolveu perguntar ao segurança: "Mr, I came here for a tennis class with the instructor Novak Djokovic" Muito educado, o segurança o conduziu até um vestiário bastante luxuoso, onde Berlocq encontrou tudo que precisava, além de massagistas, fisioterapeutas, enfim, uma equipe completa para atendê-lo.

Berlocq, ainda meio ressabiado, resolveu vestir aquele uniforme que estava pendurado no armário. "Bermuda xadrez?", se perguntou. Ah, o que é que tem? viu, então, uma bela bolsa, cheia de raquetes dentro. Resolveu pegar uma e começou a imitar os movimentos de um tenista diante do espelho. Isso. Agora um back-hand. Um pouco tímido, olhou para os lados e, ao se encher de coragem, ensaiou até uns gemidos. "Ãn, ãn, ãn..."

Carlos Berlocq parecia um garotinho vestido para o primeiro dia de aula, com aquela bermudinha xadrez, uma sacola (cheia de raquetes no lugar dos livros) e um boné branco. Lá fora, ele ouvia alguns gritos e aplausos. O que aconteceria? "Mr Berlocq?", alguém perguntou. "It's time". "All right", ele respondeu, tentando fazer um ar confiante.

Depois de atravessar um longo corredor, Berlocq pisou na arena e quase não acreditou no que via. Era um estádio imenso, com cerca de vinte mil pessoas nas arquibancadas, que olhavam para ele e aplaudiam, como quem aplaudiria um cristão que pisa nas areias do Coliseu. O que seria aquilo? Do outro lado de uma bela quadra de tênis, com seu piso azul, Berlocq avistou um sujeito vestido de preto, que o lembrou o Steve Vai naquele filme "A encruzilhada". Seria o diabo?

Seria, Berlocq. Seria. Um pouco tímido, Berlocq começou os aquecimentos. Até que ele mostrou um certo manejo da raquete. Mr Djokovic, então, fez um sinal, como se fosse o imperador de Roma, e rufaram-se os tambores. "Let's begin".

Começou a partida, ou melhor, a aula, no Arthur Ashe Stadium. E a promessa do cartaz fora cumprida à risca. Uma hora e meia depois, Carlos Berlocq havia recebido uma aula de tênis como jamais receberá: 6-0; 6-0; 6-2. Precisa falar sobre o jogo?

Brasileiros e brasileirinhas em ação

Hoje temos, em quadra, o jogo do Rogerinho contra Alex Bogomolov Jr. É pedreira, mas, como diria Obama: "Yes, we can". O jogo será na quadra 17, depois do jogo do Wawrinka, chuto que lá pelas 16h, horário de Brasília.

A melhor dupla do Brasil, Bruno Soares e Marcelo Melo, enfrenta a dupla britânica Jamie Delgado e Jonathan Marray, no primeiro jogo da quadra 11, por volta do meio-dia, horário de Brasília.

Também no primeiro jogo da quadra 15, meio-dia, portanto, Franco Ferreiro, ao lado do português Rui Machado, tem uma pedreira pela frente. Eles enfrentam a dupla espanhola Marcel Granollers e Marc Lopez, cabeças-de-chave número 13 do torneio.

Por fim, as brasileirinhas Laura Pigossi e Beatriz Haddad estreiam no qualifying da categoria júnior do torneio de simples feminino do US Open. A Laura enfrenta a norte-americana Tristen Dewar e a Bia enfrenta a também norte-americana Natalia Maynetto. Força, meninas!

Destaques do dia

Hoje se fecha a segunda rodada da chave masculina do Us Open, se o tempo continuar colaborando. Temos fé que sim. Destaque para os seguintes jogos:

Chave feminina - já pela terceira rodada:

Vera Zvonareva vs. Anabel Medina Garrigues;

Maria Sharapova vs. Flavia Pennetta;

Samantha Stosur vs. Nadia Petrova.

Chave masculina:

Rafa Nadal vs. Nicolas Mahut;

Andy Roddick vs. Jack Sock;

John Isner vs. Robby Ginepri;

Andy Murray vs. Robin Haase;

Juan Martin Del Potro vs. Diego Junqueira;

David Ferrer vs. James Blake;

Ivan Ljubicic vs. David Nalbandian;

Juan Ignacio Chela vs. Steve Darcis.

Ou seja, tem muita coisa boa. Aos sortudos e aos desocupados que podem ficar na frente da telinha o dia inteiro, divirtam-se, porque tem tênis, praticamente, do meio-dia até pra lá de meia-noite, dependendo da duração dos jogos noturnos.

Em tempo

A aula do Nole sobre Berlocq me deixou tão atordoado que eu esqueci de comentar duas coisas importantes: primeiro, a surpreendente vitória de Juan Carlos Ferrero sobre Gael Monfils, no melhor jogo até agora do US Open 2011. Fico muito feliz ao ver o Ferrero jogando bem. Segundo, a surra que Marin Cilic deu em Bernard Tomic. Cilic, depois de despachar sem dó o novo queridinho do tênis norte-americano, Ryan Harrison, não tomou conhecimento do jovem australiano, a quem se esperava muito, após chegar às quartas-de-final em Wimbledon. Parabéns ao Cilic. Vida longa pra você (xi, mas agora ele pega o Federer...),


























quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Papo de Cozinha

A bolinha está esquentando no US Open. Hoje à tarde, dois cabeças-de-chave disseram adeus no masculino: Llodra tomou uma surra do ótimo tenista sul-africano Kevin Anderson e Radek Stepanek perdeu para o argentino Juan Monaco, tendo abandonado depois de perder os dois primeiros sets e ter o serviço quebrado no terceiro. Aliás, eu fui duramente criticado pelo cozinheiro do restaurante argentino aqui do lado de casa, ao dizer que Juan Monaco era um tenista "nível Saretta".

- Fique o senhor sabendo - ele me dizia, com forte sotaque e cara de poucos amigos - que Juan Monaco já foi 14º do ranking, tendo chegado perto do top ten. Ele é muito mais tenista que Flávio Saretta jamais soñou em ser.

Eu tentei argumentar que Juan Monaco já não era mais nenhum garoto e nunca tinha passado sequer das oitavas-de-final de um torneio Grand Slam (chegou nessa fase apenas duas vezes: em Roland Garros e no US Open de 2007, sua melhor temporada), mas o cozinheiro não quis nem escutar, dizendo que eu não entendia nada, buljufas, patabinas de tênis.

OK, vamos torcer para Juan Monaco chegar mais longe, eu disse, após tentar contemporizar, reconhecendo minha admiração pelo tênis argentino. Falando nisso, Del Potro deu mostras de que está plenamente recuperado de sua última contusão. Acho que ele pode surpreender e ir bem longe no torneio. "Ah, o Del Potro é un excelente tenista", concordou o cozinheiro.

Depois disso eu pedi um ojo de bife e uma garrafa de Malbec. Muito boa a comida. Elogiei efusivamente, mas logo, entre uma garfada e outra e um gole e outro, não resisti e perguntei o que havia acontecido com Gillermo Coria. O cozinheiro, que estava orgulhoso com a minha aprovação da qualidade da comida e da categoria de Del Potro, fez uma cara triste e disse, cabisbaixo: "Prefiro não falar desse triste assunto".

Saí de lá satisfeito e prometi: 1-nunca mais comparar Juan Monaco com Saretta; 2-nunca mais falar de Guillermo Coria; 3-voltar lá e experimentar "meu bife de chorizo, uma obra-prima, comparável apenas à categoria de um Roger Federer".

Quem sabe 2009 não se repete, quando Del Potro surpreendeu o mundo ao superar Federer naquela final antológica de US Open, "un dos días más felices de mi bida", exclamou Javier.

Não sei se isso se repetirá, mas eu repetirei minhas idas a esse restaurante várias e várias vezes.

Quase-Zebras em Flushing Meadows

Rapaz, eu escapei por um tiquinho de ter que me fantasiar de Carmen Miranda no próximo Carnaval. Dizia eu, do alto de minha pompa, do pedestal do Olimpo: é certeza que Bogomolov será o próximo adversário do Rogerinho, porque ele vai jogar contra o vento, um tal de Steve Johnson, convidado da organização, número quinhentos e lá vai pedrada do ranking. Inclusive, prometi fazer o tico-tico cá e o tico-tico lá, com frutas na cabeça e saia rodada no próximo Carnaval caso o "vento" ganhasse a partida.

E não é que o vento se transformou no furacão Irene? Primeiro set: Johnson 6-4; segundo set: Johnson 6-4, até que eu telefonei ao treinador do Bogomolov e disse: filhote, seu pupilo tá querendo me ver pelas costas. Na verdade eu disse: "Son, is your pupil trying to stab me in the back?" No que ele respondeu: "Take it easy, pall!!!!!!" A bronca deu certo e Bogomolov virou a partida, mesmo precisando se salvar em um tie-break da morte no quarto set.

Ufa, a zebra afroxou na hora agá. Eis que, na quadra treze, quase que uma zebra verde-e-amarela deu o ar de sua graça. Agora, sem sacanagem, parabéns ao Ricardo Mello pela excelente atuação contra o Gilles Simon. Parabéns mesmo.

Fora isso, a zebrinha só colocou o focinho no jogo do Murray, que quase perdeu o primeiro set, mas depois deslanchou e fez 3-0 em seu adversário. Também, no jogo da noite, Roddick teve que galopar forte para evitar problemas contra um Michael Russell bastante animado. Esse Michael Russell não é aquele que quase derrotou o Guga naquela partida memorável em Roland Garros? Penso que sim. Mas estou com preguiça de pesquisar e dei folga pra minha staff, porque esses incompetentes e nada é a mesma coisa.

A surpresa do dia fica para a surra que Nicolas Almagro, cabeça dez, levou do Benneteau.

Destques do dia

Hoje tem Federer vs. Dudi Sela (sem comentários, Bellucci, sem comentários...); tem o jogo da Serena contra a Michaella Krajicek; à noite os líderes do ranking entram em ação, com Caroline Wozniacki enfrentando Arantxa Rus e Novak "Nole" Djoko-Djokovic enfrentando o argentino Carlos Berlocq; também tem o jogo do Berdych, do Tsonga, do Bernard Tomic contra Marin Cilic (jogaço) e tem Brasil na quadra: olha que interessante, Franco Ferreiro, ao lado do português Rui Machado, estreia nas duplas contra Bogomolov (adversário de Rogerinho na simples) e Matthew Ebden; e a dupla brasileira Marcelo Melo e Bruno Soares (12) pega a dupla Steve Johnson (aquele mesmo, que eu chamei de vento e quase me apronta) e Denis Kudla.

Fica o meu recado aos brasileiros: Ferreiro, se puder, dê uma bolada na caixa de câmbio do Bogomolov; e, Melo e Soares, cuidado com o "vento".


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lucky loser

Que coisa, rapá. O sueco Robin Soderling, cabeça número seis, desistiu de participar do US Open e o Rogerinho entrou na chave como lucky-loser. Está jogando, enquanto eu escrevo essas mal traçadas linhas, contra o irlandês Louk Sorensen. Estou aqui olhando a ficha do rapaz no site do torneio e, confesso, não sei o que esse cara está fazendo ali. Ele passou pelo quali, produção? Favor checar.

Aguardo.

Aguardo mais um pouco. Enquanto isso eu vou enrolar meu público um pouco. Seja como for, o jogo está indo para o quarto set e Rogerinho está vencendo por 2 a 1. Começou com um pneuzaço pra cima do caboclo da Irlanda, depois perdeu o segundo de 6-3 e ganhou o terceiro em 6-4, quebrando o saque do adversário no 5-4.

Confirmado: Sorensen passou pelo qualifying. É, eu não entendo essas regras do tênis. Por exemplo: por que o Feijão, tenista top 100, não entrou na chave principal diretamente? Alguém sabe me explicar? Não estou questionando. Eu só queria entender. E esse tal de Sorensen é apenas o número 618 do ranking e... e acabou de desistir! É isso mesmo. Rogerinho está na segunda rodada do US Open! Tã-tã-tã (música-tema da Fórmula 1).

Não estou brincando, meu povo. Eu estava acompanhando o jogo no site do US Open quando de repente, no 1-0 para o Rogerinho, quarto set, 30-30 com Sorensen sacando, apareceu o termo "match completed" e vitória para o brasileiro. O irlandês "reitred" do jogo. Não, seu ignorante: ele não se aposentou. Ele desistiu. Só isso.

De uma maneira um tanto estranha, entonces, teremos um brasileiro na segunda rodada do US Open. Rogerinho, agora, enfrentará... o adversário dele já está definido, produção? Puta merda, seu bando de incompetentes! É óbvio que eu ia perguntar isso e estamos ao vivo, porra. Tá, vai logo.

Enquanto isso, vamos falar de Rogério Dutra da Silva, o Rogerinho, tenista de 27 anos, atualmente o número 114 do mundo. Já faturou U$ 238.006,00 na carreira e, bom, com essa vitória aí vai pingar mais algum.

Certo, Rogerinho, agora, enfrenta o vencedor do duelo norte-americano entre alex Bogomolov Jr. e Steve Johnson. Deve dar Bogomolov, não? É, porque eu nunca ouvi falar nesse Steve Johnson. Bogomolov é pedreira. O tal do Steve Johnson deve ter sido convidado. Puxemos a ficha do rapaz:

Steve Johnson (nasceu no dia 24 de dezembro de 1989, é o atual 525 do ranking e, das duas partidas que disputou no circuito profissional, perdeu as duas). Ou seja, é Bogomolov contra o vento e teremos o Rogerinho contra o russo naturalizado norte-americano na segunda rodada. Repito, Bogomolov, atual 44º do ranking da ATP, é pedreira.

Ora, não é momento de se preocupar. É momento de dar vivas ao lucky-loser Rogerinho e dizer, da maneira mais estupidamente ufanista: o Brasil terá um representante na segunda rodada do US Open 2011!

Só pra confirmar: Steve Johnson foi convidado pela organização e, sinto muito, tomará uma tunda de Alex Bogomolov Jr. logo mais.

Em tempo

Só para calar a minha boca, o "vento" Steve Johnson acaba de ganhar o primeiro set: 6-4. Mas eu ainda acho que a sorte do Rogerinho tem limites. Vai dar Bogomolov, ou eu desfilo de Carmen Miranda no próximo Carnaval. Agora, se Rogerinho chegar à terceira rodada eu dou R$ 500,00 para cada um que ler isso aqui, é só mandar um e-mail pra mim com o número da conta (esta promoção vale apenas para o dia do próximo jogo do Rogerinho).

Em tempo 2

Acorda, Juninho! Vento 2-0 Bogomolov Jr. Tá querendo me ver vestido de Carmen Miranda? Olha, eu não costumo cumprir com a minha palavra.






US Open: day two

Mais um dia sem grandes surpresas. Como este espaço previu com exclusividade, a partida entre Davydenko e Dodig foi muito equilibrada e emocionante, cheia de altos e baixos, fortes emoções e, nosso amigo, o carequinha russo, acabou levando a melhor. Também, muito azar do croata, estrear como cabeça-de-chave logo contra um macaco velho como o Davy.

Talvez alguém possa apontar a derrota do cabeça dezesseis Youzhny para o letão Ernests Gulbis como uma zebra, um underdog, como gostam de dizer os americanos. Não considero uma zebra. Gulbis é um ótimo tenista quando está ligado na tomada. Às vezes, parece que ele solta o fio da tomada e a coisa desanda. Não foi o caso ontem. Ligadíssimo no 220, ele despachou o russo em sets diretos, defendendo-se bem quando precisou (não cedeu nenhuma das dez chances de quebra que o russo teve contra ele) e não desperdiçando suas chances (por sua vez, Gulbis quebrou quatro das sete oportunidades que teve). É, só me surpreendeu um pouco a vitória ter sido de 3 a 0. Pensei que ali estivesse um jogo para cinco sets.

Nadal

E o nosso amigo Rafa, hein? Quantos sustos ele nos pregou ontem. Sei não. Se fosse uma partida contra um tenista um pouquinho mais frio na hora de decidir, o leite poderia ter azedado. Mas Nadal, além de ser Nadal, o tenista que mais sabe sair do buraco que eu já vi em toda a minha vida, estava jogando contra Golubev, o cara que faz uma das piores campanhas do circuito este ano. Ele perdeu trocentas estreias e, num torneio recente aí, preparatório para o US Open, foi manchete mundial por ter vencido um jogo depois de não sei quantos meses.

Estamos falando de um tenista ruim? De jeito nenhum. Golubev é um bom tenista e mostrou ontem, em vários momentos, que tem categoria de sobra. Infelizmente, o cara tem uma dificuldade enorme de fechar o jogo e também se desestabiliza com muita facilidade.

Exemplo: ele estava sacando e, no primeiro ponto do game, mandou uma bola na linha (a qual Nadal pegou) que o juiz cantou fora. Golubev desafiou e, constatado o engano pelo hawk-eye, o juiz mandou voltar o ponto. Golubev ficou puto da vida com o erro, disse que foi prejudicado, etc e tal. Verdade. Foi prejudicado. Mas o que mais poderia fazer o juiz senão voltar o ponto, uma vez que não tinha se tratado de um winner? Resultado: naquele game o tenista cazaque não jogou mais nada e foi quebrado de zero.

Por essas e por outras, Golubev saiu na frente nos três sets e perdeu os três, sendo que no segundo e no terceiro abriu 5-2 e falhou. Falhou demais. No terceiro set, Golubev sacava em 5-2 e deixou o Nadal, sem grandes dificuldades, ganhar cinco games seguidos para fechar o jogo em 3-0 (6-3; 7-6; 7-5). Assim não dá, Golubev. Quanto a você, Rafa: abre o olho, senão você, além de não recuperar a posição de número 1, vai perder a de número 2. Murray vem aí.

Errata

Por falar em Murray, eu disse erroneamente que tanto o jogo do Murray quanto o do Feijão seriam ontem, induzindo milhares e milhares de fãs do tênis ao erro. Perdoem-me, por favor. Seus jogos serão apenas hoje. Algo me diz que Murray não vai nem suar a camisa e, só vai desmanchar o penteado porque ele já vem desmanchado de fábrica. Feijão é minha única esperança de ver um brasileiro na segunda rodada, porque não acredito que Ricardo Mello tenha qualquer chance contra Gilles Simon. Olho na Grandstand, galera. Feijão joga lá depois do jogo do Soderling e da Marion Bartoli. E Ricardo Mello é o terceiro da quadra treze. Uh, quadra treze. Quem sabe a zebra não pinta por lá? Não custa torcer.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estreia do Nole?

Olha, eu não vi nada, pois estou no trabalho. Não sou vagabundo como certas pessoas que ficam o tempo todo só coçando o saco e assaltando a geladeira. Aí fica fácil, mermão. O sujeito fica lá, na sombra e água fresca, não faz porra nenhuma e depois posa de entendido de tudo que é esporte. E a sessão da tarde, vagabundo? Tava passando o quê hoje? Safado!

Não vi nada, mas, como ninguém é de ferro, eu abri o sítio do US Open e, de vez em quando, eu dava uma conferida nos resultados. O que é que tem, palhaço? Eu não fico a tarde inteira no cafezinho, ou passando cantada na secretária, como certas pessoas. Eu trabalho, viu? Sou pau pra toda obra. Sou pé-de-boi. É saudável espairecer de quando em vez, oras. E eu só dava uma sacadinha nos resultados e já voltava aos meus milhares de afazeres.

Se agora eu estou no meu horário de trabalho? Bom, tecnicamente sim. Mas, veja bem, eu trabalhei demais hoje. Mereço um refresco e...e eu não tenho que dar satisfação pra vagabundo. Vagabundo! Vai lá, tomar o sua cervejinha no Bar do Bigode. Aproveita e enfia umas ampolas no fiofó, sacana, maldito!

Ah, o cara só aparece aqui pra me espicaçar. Não tenho sangue de barata. Sou trabalhador, pago os meus impostos e não tenho dinheiro para comprar Rolex. Foda, mano. Nas horas vagas eu só venho aqui para dividir meus conhecimentos sobre tênis e outros esportes com o mundo web, porra, e vem um bastardo desses, um... filho de rapariga!!!!!!!!!!!!!

Agora que estou mais calmo, posso falar da estreia de Novak Djokovic. Poderia, mas, pelo jeito, não teve jogo. O tal do Niland, não sei, acho que não apareceu. Diante de um 6-0 no primeiro set, 5-1 no segundo e desistência, dizer o quê? Desistiu por quê? Vergonha?

Deixa disso, meu amigo. Esperemos a próxima vítima, Nole. Porque esse aí não deu nem pra preencher os buracos dos dentes.

Picadinho de Tênis

Assisti a um pedacinho aqui, outro ali, de umas poucas partidas do primeiro dia do US Open. Sou um rapaz trabalhador, que acorda às cinco da matina para pegar no batente, ralo feito um doido para garantir o sustento de minha família e, não é bem assim, mas é verdade que eu acordo às cinco da manhã.

Não esperem grandes análises do especialista aqui, porque eu sou sincero, transparente e, não é bem assim, mas o fato é que eu não consegui assistir a muitas horas de tênis ontem, como eu pretendia. E não foi nem por incompatibilidades com a patroa, que se aninhou ao meu lado no sofá e não questionou as minhas escolhas. Afinal, quem manda aqui, hein sacaninha da fila do gargarejo? É, não é bem assim. Não é bem assim mesmo.

Sem surpresas

Analisemos os resultados do primeiro dia. Sim, deu a lógica. O único resultado que me surpreendeu um pouco foi a derrota do sérvio Troicki, cabeça quinze, para Alejandro Falla. Noves fora, eu só esperava um pouco mais de resistência de Harrison contra Cilic (eu e todos os estadunidenses), de González contra Karlovic e de Kohlschreiber contra Radek Stepanek. Radek Stepanek, na minha opinião sincera, é o nome mais legal entre os tenistas do circuito. Um nome que rima! Desculpem... Voltando à seriedade do momento, acredito que González não esteja mesmo em forma. Ele era dúvida para participar do US Open, anunciou que vinha que vinha e, não disse a que veio. Pena, porque González é o estilo de tenista que eu gosto. Além de talentoso, é brigador, guerreiro, feito o nosso Meligeni.

Showman

Assisti aos dois primeiros sets e parte do terceiro set da partida do francês Gael Monfils contra o búlgaro Grigori Dimitrov, até a transmissão ser interrompida para acompanharmos a estreia do mago Federer. É claro que a galera da TV está certa, tanto do ponto de vista comercial quanto do ponto de vista esportivo, se assim podemos dizer. Se não podemos, foda-se, porque aqui eu posso dizer qualquer merda. É, aqui vos fala um fã incondicional de Federer, o cara que faz do tênis um esporte plástico, bonito de se ver, assim como fazia meu amigaço do peito, o Pete Sampras (bom, na verdade...deixa pra lá). Mas, devo reconhecer que o jogo de Monfils contra Dimitrov estava muito mais legal de se ver.

Monfils é, sem dúvida, um showman. Às vezes ele chega até a me irritar porque, parece-me, às vezes ele exagera nas gracinhas com o intuito de desconcentrar o adversário. Não acho isso lá muito ético, mas posso estar errado. De qualquer forma, Monfils é do tipo de tenista completamente irresponsável. Ele é capaz de botar uma partida a perder para tentar salvar um ponto absolutamente perdido, aquele em que a bola vem alta no meio e o adversário manda um puta de um smash que vai quase na arquibancada e, lá vai Monfils, feito um louco, se atirar no colo de uma senhora gordona que está na primeira fila para tentar rebater a bolinha (isso é só um exemplo hipotético, eu nunca vi Monfils atacar velhinhas na vida real). Pois é, só que as consequências podem ser nefastas. Tanto ele pode se arrebentar num lance desses quanto, ao final de um jogo longo, pode lhe faltar gás, de tanto que ele corre, pula, rola e... finge de morto?

É, ontem Monfils parecia que estava morto ao final do primeiro set. Reclamou do joelho, chamou fisioterapeuta, fez careta, bateu o pé no chão várias vezes, como quem confere se as coisas estão suportáveis. Ora, bem observou o comentarista Dácio Campos: o joelho do cara só doía quando ele perdia o ponto. Quando ele ganhava, estava tudo bem. O fato é que ele venceu o bom tenista búlgaro em três sets, com direito a lances sensacionais, de parte a parte. Dimitrov também mostrou que sabe dar show e, para entrar no clima, chegou até a sentar na bancadinha que separa a quadra do público, quando foi tentar pegar uma dessas bolas impossíveis.

Sonolência

Enfim, o jogo entre Monfils e Dimitrov estava eletrizante (interrompemos esse comentário para comentar a partida entre Federer e Giraldo) quando no Arthur Ashe Stadium começava a partida do número três do mundo que, com uma vitória, igualaria Andre Agassi em número de vitórias em Grand Slam. Olha, o primeiro set estava tão sonolento, mas tão sonolento, que até o Federer dormiu. Resultado: Ele estava ganhando de 5-1, com duas quebras de vantagem e sacava para o set. E não é que ele dormiu em quadra? De tão fácil que estava. Resultado: Giraldo devolveu duas quebras e encostou no placar. 5-4. Eis que Federer olhou para o placar e, depois de soltar um longo bocejo, pensou: é melhor fazer algo. E fez. Quebrou o saque do Giraldo para ganhar o primeiro set.

Eu, que tenho mais o que fazer, resolvi ir para a cama, afinal, estavam quase batendo as doze badaladas notúrnicas e, como diria Bento Carneiro, o vampiro brasileiro: eu vou amardiçoá ocê. Si ocê assisti jogo de tênis quando bater a meia-noite, sua cara vai ficar mais feia que a do Radek Stepanek i seu inglês vai ficar pior du qui u du Nadal, quase tão ruim quanto o do Joel Santana.

Com medo da maldição, fui dormir, sabendo que Federer levaria aquele jogo em três sets, por mais que desse umas cochiladas. Li hoje que ele deu mais uma cochiladinha no segundo set, mas não teve grandes dificuldades para fechar em 6-4; 6-3; 6-2, uma verdadeira contagem regressiva.

Hoje tem a estreia de Novak Djokovic, de Andy Murray, de Rafa Nadal e, é claro, de João de Souza, o Feijão. Aguardem.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Highlights

Hoje começa o US Open, com a participação de três brasileiros na chave principal. Podiam ser quatro, né?, mas Rogerinho ficou na última rodada do quali. Pena. Mas eu fico animado, apesar de saber que o único brasileiro que deve passar da primeira rodada é o Bellucci. Feijão tem tênis pra derrotar Ginepri, mas acho que não tem experiência o suficiente. De qualquer forma, o garoto é guerreiro. Vamos torcer.


Eu fico animado porque é uma pequena luz no nosso desprestigiado tênis nacional e, com essa história de centro de treinamento para a Olimpíada no Rio, quem sabe, finalmente, nós conseguimos nos aproximar um pouco do nível do tênis argentino? Isso já seria bom.


O segundo destaque deste início de semana, como não poderia ser, é a desastrosa derrota do América-MG para o Atlético-GO. Isso me abalou profundamente. De virada, bicho. Foi duro. E o Coelho terminou o turno como um coelho velho, lá na última posição da tabela. Olha, se nem o grande Givanildo conseguir tirar o América dessa, acho que não haverá milagre. Não podemos, no entanto, jogar o chapéu. Jamais. O segundo turno será o momento da virada. Mas que vai ser foda, vai. Só treze pontos em dezenove jogos? Teremos que fazer perto de trinta pontos no segundo turno para escaparmos. Não desanimemos, pois. Mas que vai ser foda, vai.


Finalmente, domingão de manhã, assisti ao GP da Bélgica de Fórmula 1. Mais uma vez, a Red Bull desfilou. O que foi aquela ultrapassagem do Weber pra cima do Alonzo, meus amigos? Parecia que ele estava a superar um retardatário na pista. Eu sei, com esse negócio de asa móvel, a coisa ficou mais fácil. Mesmo assim. Era gritante a diferença de rendimento do carro da Red Bull para a Ferrari do espanhol. E o vovô Schummacher, hein? Mostrou que ainda tem lenha pra queimar. Largou em último e chegou em quinto, com direito a ultrapassagem em seu companheiro de equipe, o Nico Rosberg, filho do grande Keke Rosberg.


O melhor mesmo seria entregar a taça para Sebastian Vettel e encerrar logo a temporada. Com esse sistema de pontuação, 25 pontos por vitória, Vettel foi a quanto?, 265 pontos? Sei lá, por aí. O negócio é que este ano não tem como tirar o título do alemãozinho. As outras equipes que pesquisem um jeito de ganhar asas também.


É isso aí. Hoje começa o US Open e eu tentarei assistir aos jogos da noite. Para isso, terei que fazer um trabalho de convencimento com a patroa, numa disputa limpa e cruel pelo controle remoto. Quem manda nessa casa, seu frouxo?, pergunta-me o sacana da fila do gargarejo. Sua mãe é que não é, safado.


E vamos Nole! Vamos Givanildo! Vamos, Chico Barrigudo!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Medida anti corpo-mole

Estamos às vésperas da rodada de fogo do Campeonato Brasileiro. Uma lástima, na minha opinião. É muito desmoralizante para um campeonato de pontos corridos ter que rechear sua última rodada com clássicos, no intuito de combater o corpo mole de times que poderiam perder de propósito seus jogos, só para adversários históricos não serem campeões.

Sinceramente, em qualquer campeonato sério, isso sequer seria cogitado. Eu odeio esse papo de que na Europa é tudo lindo e que aqui é uma merda, que no primeiro mundo isso e aquilo e aqui nada. Em geral, esse papo aparece diante de barbaridades e exemplos flagrantes de impunidade que nos acometem aqui no Brasil todos os dias. É um tal de o cara dizer: o Brasil é uma merda mesmo; se fosse na Alemanha...

O fato é que essas pessoas não fazem porra nenhuma pra melhorar. No melhor estilo lucianohuckesco de ser, se perguntam, indignados: eu pago os meus impostos e não tenho nem o direito de sair por aí com o meu Rolex? Mas essas mesmas pessoas jogam lixo pelas janelas de seus carrões, votam em pilantras da área delas, desmatam áreas lindas para construir suas mansões ou hotéis de luxo que lhes renderão mais dinheiro, para elas poderem comprar mais e mais Rolex e, por que não dizer?, ficam putas da vida se o time delas jogar sério numa última rodada de campeonato no caso disso favorecer um rival.

Parece viagem minha, mas está tudo dentro do mesmo pacote. Basta refletir um pouco. Se um time faz corpo mole, ele está lesando torcedores, envergonhando a disputa, fraudando consumidores, em suma, ele está corrompendo o campeonato. E a sua torcida, em muitos casos, apoia, mais que isso, exige que o time entregue o ouro.

Diante dos exemplos dos últimos anos: Corinthians não fazendo esforço algum, em jogo contra o Flamengo, que disputava o título com o São Paulo; São Paulo, no ano seguinte, dando o troco e levando uma goleada em casa do Fluminense que, por sua vez, disputava o caneco com Corinthians e Cruzeiro - o que dizer?

Inclusive, no primeiro exemplo citado, do título do Flamengo, eu lembro que, na última rodada, o rubro-negro enfrentaria o Grêmio, sendo que o Inter ainda tinha chance, em casa de derrota do Flamengo. Os gremistas exigiram que seu time perdesse e ficaram revoltados com o fato de o time ter endurecido a partida, inclusive, tendo saído na frente. O que dizer?

É isso, meu povo. Somos isso. Não adianta dizer por aí que "o Brasil é uma merda". Porque nós somos uns merdas. Nós somos o Brasil. Nós votamos nessa corja que domina o Congresso Nacional; nós dirgimos bêbados pelas ruas das grandes cidades e, ao atropelarmos alguém, fazemos de tudo para nos safarmos; nós trafegamos pelo acostamento; nós sacaneamos o colega de trabalho por uma promoção; nós gostamos muito mais de sacanear o torcedor adversário do que de fato celebrar uma vitória.

Não que essas coisas também não aconteçam no chamado primeiro mundo. É claro que acontecem, porque o ser humano é escroto mesmo. No Brasil, apenas existe um "plus", como gosta de dizer minha mulher, que é o fato de o sistema punitivo para ações que lesem a sociedade funcionar apenas para quem não tem grana. Possuímos uma justiça sencitária, uma polícia preconceituosa, desigualdade aliada à impunidade (vide Cacciola saindo pomposo da cadeia ontem). Vivemos num país que considera um pivete mais perigoso que um banqueiro ladrão.

Bom, eu sei que viajei longe. Não tive uma semana muito boa e, ainda por cima, deixei cair patê de cebola no meu maravilhoso sofá. Mas está lançado o meu protesto: não acompanherei essa "super-rodada" do Campeonato Brasileiro. Torcerei, apenas, em silêncio, pelo América do grande Givanildo. Avante, Coelho!