terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por falta de adeus

Alô, companheiros esportistas de sofá. Meu destaque hoje vai para, para, para quê? Para porra nenhuma. Só estou fazendo uma horinha antes de voltar para os meus queridos processos com capinhas cor-de-rosa. Precisam ver que gracinhas. Filhas das putas.


É verdade, não tenho merda nehuma a dizer. Não acompanho o pan, o Givanlido não conseguiu dar um jeito no Coelho (que será o único clube de Minas a cair pra segundona, porque Galo e Cruzeiro escaparão ou não me chamo Zé da Fiel) e o meu camarada do peito Roger Federer caiu para a quarta posição do ranking ATP.


Diante de tantas decepções no mundo dos esportes, melhor eu me calar. Vou suicidar este espaço. Valeu.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não me venham falar de Pan

Eu não sou bom mesmo em cumprir promessas. Já desencanei da porra do regime e estou gordinho novamente. E eu havia prometido intimamente não falar dos tais jogos panamericanos, mas cá estou eu descumprindo mais uma das minhas resoluções.

Por que eu não queria falar do "pan"? Óbvio, né? Porque não é um torneio importante e serve para os ufanistas de plantão inflarem o peito e gritarem sem parar: é ouro!, é ouro!, é ouro!, como se o Brasil fosse de fato uma potência olímpica.

Teve um panamericano aí, sei lá qual, em que o Brasil havia conquistado sei lá quantas medalhas de ouro e, a Folha de S. Paulo, que é boa em encher o saco, tanto para o bem quanto para o mal, fez um levantamento para saber quantas daquelas medalhas de ouro seriam de fato de ouro no caso de uma Olimpíada. Sim, porque o Brasil ganhava ouro em handebol e todas as potências do handebol estão na Europa, caso de Suécia, França, Rússia, Hungria etc. O Brasil ganhava ouro em atletismo, sei lá, 100m rasos, e, ao comparar o tempo do medalhista com os tempos dos atletas top, o cara não teria nem se classificado para a final olímpica. E por aí vai.

O pan deveria servir de laboratório para o País, assim como fazem os Estados Unidos, que mandam seus atletas universitários para que eles ganhem tarimba em competições internacionais. Ainda assim, os caras ganham quase tudo. Afinal, qual é o sentido do Cielo nadar contra esses caras que estão lá (sem querer desmerecer ninguém)? Ele vai ganhar com o pé nas costas, vai ser ridículo. Seria o mesmo que a Argentina mandar o Delpo para participar do torneio de tênis, os Estados Unidos mandarem os astros do basquete, a Jamaica mandar o Usain Bolt e o Asafa Powell. Pra quê?

Mas por que o Brasil não faz isso? Porque assim a imprensa ufanista pode fazer o maior estardalhaço, os torcedores trouxas ficam com a ilusão de que somos uma potência e todas as merdas que são feitas com o dinheiro que deveria ir para o desenvolvimento do esporte ficam escondidas por trás das braçadas do Cielo e do Thiago Pereira, das cortadas das meninas e dos meninos do vôlei, etc., etc., etc.

É triste, mas é isso. O Brasil não faz um trabalho sério na educação, não faz na saúde, não faz nas obras de infraestrutura, mesmo arrecadando trilhões de reais em tributos (onde está o dinheiro?, o gato comeu, o gato comeu; e ninguém viu; o gato sumiu, o gato sumiu...) - por que faria esse trabalho com o esporte? É por isso que a Magic Paula não aguentou muito tempo quando o governo Lula a colocou num cargo importante para cuidar do esporte de alto rendimento. Porque não demorou nada (a Paula, além de ótima atleta, é muito inteligente) para ela perceber que estava sendo usada como garota-propaganda.

Pois é, o esporte brasileiro é uma alegoria perfeita da nossa situação em geral. As coisas boas acontecem muito mais por causa do esforço individual de alguns heróis do que por incentivo, através de um trabalho sério de massificação do esporte nacional. É claro, os políticos querem faturar amanhã, e não daqui a vinte anos. Como faturar rapidamente? Tentando usar pessoas como a Paula, condecorando atletas em cerimônias pomposas no Palácio do Planalto - porque isso é muito mais fácil do que realmente fazer um trabalho estrutural, sério e de longo prazo e ainda sobra grana para "sumir" por aí. Afinal, é caro dar reais condições para atletas ficarem competitivos. Vai ver quanto investem os Estados Unidos e quanto vem investindo a China, que em 2008 nadou de braçada e ficou em primeiro lugar com folga no quadro de medalhas.

Por que será que uma ilhota como Cuba tem muito mais tradição no esporte que o Brasil? Agora Cuba está em decadência, mas se olharmos para os últimos vinte, trinta anos, tenho certeza de que os cubanos ganharam muito mais medalhas de ouro que nós nas Olimpíadas. Muito mais. E é por isso que eu não queria falar do pan, porque eu não aguento mais essa maldita farsa.

Eu, que assisto até a campeonato de cuspe à distância e paro para ver os velhinhos de Santos jogarem dominó no "Último gole", me recuso a acompanhar o que quer que seja desse, ou de qualquer outro pan. Passarei ao largo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que cagada

Agora deu diarreia no Adriano. O que mais vai acontecer? Calo no dedão, unha encravada, bico-de-papagaio, aerofagia e diverticulite. E por aí vamos.


Enquanto isso, o Corinthians paga rios de dinheiro ao Impera-dor, se me permitem o trocaralho do cadilho.


Não sei, não, mas me parece provado que não há vida inteligente, nem em Marte e nem na diretoria do Corinthians.


O time do Parque São Jorge, que resolveu investir em luta-livre com aquele tal de Ânderson, para reduzir o preju com o Adriano, deveria inscrevê-lo em competições de sumô ou campeonatos de sinuca. Tenho certeza de que o Adriano é craque numa sinuquinha. É ou não é?


Assim vamos bem. Vamos bem mesmo. Por falar nisso, o Campeonato Brasileiro de 2011 ficará conhecido como o torneio que ninguém quer vencer. Perfeito para o Timão, que adora ir atrás de coisas que ninguém quer. Libertadores que é bom... acho que o mundo acaba antes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Coast is Clear

Tudo pronto para Andy Murray ser o novo número 3 do mundo. Ainda mais depois da derrota do Nadal para Florian Mayer. Mãããããããns, parece-me que Murray começou a sentir uma certa pressão. Isso ficou evidente na vitória suada sobre Stanislas Wawrinka.


De qualquer forma, acredtio que Murray passará Federer ainda este ano. Se não for no Masters de Xangai, será em novembro, com Masters de Paris e Masters Cup à vista. Eu acho, né? Vamos ver. Murray está se saindo muito bem na Ásia e, nos últimos 23 jogos, só perdeu um: justo a semifinal do US Open para o Rafa.


Aguardamos. Murray, agora, enfrenta uma surpresa australiana, o tenista Matthew Ebden, vindo do qualifying. Se não fizer merda, para falar em português claro, não deverá ter problemas. Vamos, Murray: está na hora de você virar nº 3 e, ano que vem, ganhar seu primeiro Grand Slam. Aposto logo na Austrália.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Adriano-2012

Meu regime foi pras cucuias. Nas duas primeiras semanas, eu consegui me disciplinar e perdi pouco mais de dois quilos. Ou melhor, desinchei esses pouco mais de dois quilos.


O problema é que logo veio meu aniversário, várias comemorações, várias pisadas na jaca, sobras de pisadas na jaca e acho que eu recuperei o que tinha perdido e ainda acumulei um extra. Ainda não tive coragem de me pesar.


Esse problema da balança é foda. E acomete muitos esportistas de sofá, além de alguns atletas reais. Principalmente em retorno de lesão. Veja o exemplo do Adriano. Ontem ele entrou nos dez, doze minutos finais do jogo do Corinthians contra o Atlético-GO, 3 a 0 pro time paulista, jogo ganho, retomada da liderança depois de um tropeço do Vasco (com uma certa contribuição do árbitro, que não deu um pênalti claro para a equipe cruzmaltina quando estava 1 a 0 pro Inter, mas acho que o Vasco perderia de qualquer forma, porque não jogou nada e mereceu mesmo perder).


Resumindo, tudo era festa no Pacaembu e os mais de 35 mil torcedores estavam felizes e ansiosos, aguardando a estreia do Imperador. Que aconteceu. E serviu pra mostrar que Adriano dificilmente ficará competitivo ainda este ano. Dificilmente mesmo. Ele, que me desculpe a equipe médica do Corinthians, não está três quilinhos acima do peso. Ele está no mínimo, chutando baixo, uns dez quilos acima do peso. Adriano deve estar pesando por volta de 115kg, quando precisaria girar aí em torno de 105kg. Os tais sonhados 98kg, o próprio médico do Corinthians disse que nunca mais.


Adriano é um jogador brigador, mostrou que está com vontade. Mas, infelizmente, está completamente fora de condições. Eu acho até perigoso ele entrar nos próximos jogos, ainda que ganhos, ainda que faltando dez, doze minutos. No lance em que o Ramírez quis ser gentil e dar o gol ao companheiro, ficou claro, claríssimo, que não dá, Adriano vai demorar para entrar minimamente em forma. Simplesmente não dá. Se você acompanhar o lance em câmara lenta, focada no Adriano, dá pra ver um zagueiro do Atlético passando por ele como se fosse uma Ferrari ultrapassando uma jamanta. E isso porque Adriano estava em campo havia dez minutos, enquanto o zagueiro havia jogado noventa. E, normalmente, o arranque de um atacante é superior ao de um zagueiro.


Melhor seria botar a cabeça no lugar, segurar a ansiedade da torcida e não jogar o Adriano nessa fogueira, ainda mais faltando dez rodadas e o time brigando pelo título ponto a ponto com os cariocas Vasco, Flamengo e Botafogo, além do rival São Paulo (Fluminense e Inter ainda com chances). Lembrando que o Corinthians só terá confronto direto, ainda, com o Botafogo, já na quarta-feira. Nem preciso dizer que o Adriano não terá a menor condição de entrar nessa partida que, dificilmente, estará ganha faltando dez minutos.


Meu conselho de esportista de sofá: fazer uma pré-pré-temporada com o Adriano agora, colocando ele para treinar normalmente e participando de uns jogos-treinos. Além disso, fazer com ele um trabalho específico de recuperação de potência muscular, como já tem sido feito. Ao final do ano, pedir pelamordedeus pra ele não abusar muito nas férias e, na pré-temporada, intensificar ainda mais os trabalhos físicos e táticos. Se isso acontecer, acredito que o Adriano estará pronto para ser titular no início do Campeonato Paulista. Para o Brasileirão-2011 só vai colocá-lo em risco de novas lesões.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Inevitável

É óbvio, todo mundo sabe. É uma questão de tempo para Andy Murray ultrapassar Roger Federer no ranking da ATP. Bem provável que isso aconteça ainda nesta temporada. Com o título de Bangcoc, Murray mostrou estar focado para esse objetivo e, se levar o ATP 500 de Tóquio, do qual Federer também não participará, a distância entre os dois ficará estreita.


Hoje, Federer está com 8.380 pontos, contra 7.415 do britânico. É, mas no ranking que só considera os resultados do ano, a corrida dos campeões, Murray já fez mais de 500 pontos a mais que o suíço, 5.700 pontos contra 5.185. É uma tendência lógica. Federer está entrando na reta final da carreira. Com trinta anos, cada vez menos ele terá condições de bater Nadal (contra quem sempre teve enormes dificuldades), Djokovic (apesar da vitória em RG e da chance que teve no US Open) e o próprio Murray.


Não disse que Federer está em fim de carreira. Disse que ele entrou na reta final. Isso é fato. É óbvio que o tenista suíço ainda tem condições de jogar em altíssimo nível por pelo menos mais dois ou três anos. Acredito, também. que ele ainda consiga levantar algum troféu de Grand Slam. Afinal, o cara é um fenômeno, mais que isso, ele é o melhor tenista que já nasceu neste planeta (nos outros eu não sei, não acompanho).


Mas existe uma tendência natural, um rumo que é da vida. Federer é um trintão e Murray, com 24 anos, tem mais gás, está em ascensão e vencerá muitos e muitos torneios (Grand Slam? Tenho certeza que sim). É, portanto, uma questão de tempo para Murray derrubar Federer do pódium dos três melhores tenistas em atividade.


Agora, do topo do pódium dos melhores tenistas de todos os tempos, está para nascer quem tire Federer de lá.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Chega!

Minha mulher, ontem, deu o grito de liberdade: Botafogo X Independiente de Santa Fé, não! Claro, nem eu queria assistir àquilo, mas é meio automático. Eu sempre acabo nos canais de esporte para dar uma bizoiada. E lá estava o Botafogo jogando, com o time misto, uma partida da Copa Sulamirandamericana, o torneio mais sem-graça ever.

Os caras não aprenderam com aquele fiasco da Copa Mercosul, né? É, mas outro dia meu amigo Lindomar disse uma verdade. Outro dia, nos meus tempos pré-regime, quando eu bebia a minha cervejinha tranquilamente (nem me lembro direito quando foi isso, talvez umas duas semanas atrás) Lindomar, ao me ouvir criticar a Copa Sulamirandamericana, disse:

- Não, meu cumpadre. É importante essa porra, pra denunciar a qualidade do futebol por aqui. Foi o que sobrou, amigo. Jogador vai tudo pras Zoropa e Ásia e pra qualquer canto e não quer ficar na Ameriquinha.

É mesmo. Só ver o apanhado da Argentina que jogou contra o Brasil na quarta-feira. Deus me livre. Dizem, o último craque a sair que apague a luz do aeroporto. Por isso, tanta gente desesperada aderiu à campanha "Fica, Neymar". E o Neymar vai ficando, ganhando uma milha por mês, como o rei da cocada preta, um mico-leão-dourado nos gramados brasileiros. Lá no Real Madrid ele será mais um, no Barcelona, no Manchester, no Chelsea, na Inter, no Milan, nas Zoropa como um todo, será mais um.

Aqui Neymar é o cara. Lá ele é um cara e não adianta cair desse jeito, porque árbitro europeu, para apitar falta, nego tem que ser quase atirado pra fora do campo. E não tem moleza. Veio a peso de ouro, tem que mostrar serviço. Se bobear, primeiro vai pro banco; depois, nem é relacionado; finalmente, é emprestado pra algum time pequeno da Espanha, França ou Portugal.

Alguns, como Ronaldo Rolha de Poço Nazário Tireóide de Lima, defendem que Neymar deva se mudar logo pra Europa. Eles dizem que lá ele desenvolverá melhor seu futebol, porque jogará contra os melhores, e não contra os cus-de-boi que sobraram por aqui.

Eu defendo que ele faça o que quiser. Não vou opinar. Opino, apenas, para que acabem com a sulamericana, pelamordedeus.