Mais um dia sem grandes surpresas. Como este espaço previu com exclusividade, a partida entre Davydenko e Dodig foi muito equilibrada e emocionante, cheia de altos e baixos, fortes emoções e, nosso amigo, o carequinha russo, acabou levando a melhor. Também, muito azar do croata, estrear como cabeça-de-chave logo contra um macaco velho como o Davy.
Talvez alguém possa apontar a derrota do cabeça dezesseis Youzhny para o letão Ernests Gulbis como uma zebra, um underdog, como gostam de dizer os americanos. Não considero uma zebra. Gulbis é um ótimo tenista quando está ligado na tomada. Às vezes, parece que ele solta o fio da tomada e a coisa desanda. Não foi o caso ontem. Ligadíssimo no 220, ele despachou o russo em sets diretos, defendendo-se bem quando precisou (não cedeu nenhuma das dez chances de quebra que o russo teve contra ele) e não desperdiçando suas chances (por sua vez, Gulbis quebrou quatro das sete oportunidades que teve). É, só me surpreendeu um pouco a vitória ter sido de 3 a 0. Pensei que ali estivesse um jogo para cinco sets.
Nadal
E o nosso amigo Rafa, hein? Quantos sustos ele nos pregou ontem. Sei não. Se fosse uma partida contra um tenista um pouquinho mais frio na hora de decidir, o leite poderia ter azedado. Mas Nadal, além de ser Nadal, o tenista que mais sabe sair do buraco que eu já vi em toda a minha vida, estava jogando contra Golubev, o cara que faz uma das piores campanhas do circuito este ano. Ele perdeu trocentas estreias e, num torneio recente aí, preparatório para o US Open, foi manchete mundial por ter vencido um jogo depois de não sei quantos meses.
Estamos falando de um tenista ruim? De jeito nenhum. Golubev é um bom tenista e mostrou ontem, em vários momentos, que tem categoria de sobra. Infelizmente, o cara tem uma dificuldade enorme de fechar o jogo e também se desestabiliza com muita facilidade.
Exemplo: ele estava sacando e, no primeiro ponto do game, mandou uma bola na linha (a qual Nadal pegou) que o juiz cantou fora. Golubev desafiou e, constatado o engano pelo hawk-eye, o juiz mandou voltar o ponto. Golubev ficou puto da vida com o erro, disse que foi prejudicado, etc e tal. Verdade. Foi prejudicado. Mas o que mais poderia fazer o juiz senão voltar o ponto, uma vez que não tinha se tratado de um winner? Resultado: naquele game o tenista cazaque não jogou mais nada e foi quebrado de zero.
Por essas e por outras, Golubev saiu na frente nos três sets e perdeu os três, sendo que no segundo e no terceiro abriu 5-2 e falhou. Falhou demais. No terceiro set, Golubev sacava em 5-2 e deixou o Nadal, sem grandes dificuldades, ganhar cinco games seguidos para fechar o jogo em 3-0 (6-3; 7-6; 7-5). Assim não dá, Golubev. Quanto a você, Rafa: abre o olho, senão você, além de não recuperar a posição de número 1, vai perder a de número 2. Murray vem aí.
Errata
Por falar em Murray, eu disse erroneamente que tanto o jogo do Murray quanto o do Feijão seriam ontem, induzindo milhares e milhares de fãs do tênis ao erro. Perdoem-me, por favor. Seus jogos serão apenas hoje. Algo me diz que Murray não vai nem suar a camisa e, só vai desmanchar o penteado porque ele já vem desmanchado de fábrica. Feijão é minha única esperança de ver um brasileiro na segunda rodada, porque não acredito que Ricardo Mello tenha qualquer chance contra Gilles Simon. Olho na Grandstand, galera. Feijão joga lá depois do jogo do Soderling e da Marion Bartoli. E Ricardo Mello é o terceiro da quadra treze. Uh, quadra treze. Quem sabe a zebra não pinta por lá? Não custa torcer.
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