terça-feira, 30 de agosto de 2011

Picadinho de Tênis

Assisti a um pedacinho aqui, outro ali, de umas poucas partidas do primeiro dia do US Open. Sou um rapaz trabalhador, que acorda às cinco da matina para pegar no batente, ralo feito um doido para garantir o sustento de minha família e, não é bem assim, mas é verdade que eu acordo às cinco da manhã.

Não esperem grandes análises do especialista aqui, porque eu sou sincero, transparente e, não é bem assim, mas o fato é que eu não consegui assistir a muitas horas de tênis ontem, como eu pretendia. E não foi nem por incompatibilidades com a patroa, que se aninhou ao meu lado no sofá e não questionou as minhas escolhas. Afinal, quem manda aqui, hein sacaninha da fila do gargarejo? É, não é bem assim. Não é bem assim mesmo.

Sem surpresas

Analisemos os resultados do primeiro dia. Sim, deu a lógica. O único resultado que me surpreendeu um pouco foi a derrota do sérvio Troicki, cabeça quinze, para Alejandro Falla. Noves fora, eu só esperava um pouco mais de resistência de Harrison contra Cilic (eu e todos os estadunidenses), de González contra Karlovic e de Kohlschreiber contra Radek Stepanek. Radek Stepanek, na minha opinião sincera, é o nome mais legal entre os tenistas do circuito. Um nome que rima! Desculpem... Voltando à seriedade do momento, acredito que González não esteja mesmo em forma. Ele era dúvida para participar do US Open, anunciou que vinha que vinha e, não disse a que veio. Pena, porque González é o estilo de tenista que eu gosto. Além de talentoso, é brigador, guerreiro, feito o nosso Meligeni.

Showman

Assisti aos dois primeiros sets e parte do terceiro set da partida do francês Gael Monfils contra o búlgaro Grigori Dimitrov, até a transmissão ser interrompida para acompanharmos a estreia do mago Federer. É claro que a galera da TV está certa, tanto do ponto de vista comercial quanto do ponto de vista esportivo, se assim podemos dizer. Se não podemos, foda-se, porque aqui eu posso dizer qualquer merda. É, aqui vos fala um fã incondicional de Federer, o cara que faz do tênis um esporte plástico, bonito de se ver, assim como fazia meu amigaço do peito, o Pete Sampras (bom, na verdade...deixa pra lá). Mas, devo reconhecer que o jogo de Monfils contra Dimitrov estava muito mais legal de se ver.

Monfils é, sem dúvida, um showman. Às vezes ele chega até a me irritar porque, parece-me, às vezes ele exagera nas gracinhas com o intuito de desconcentrar o adversário. Não acho isso lá muito ético, mas posso estar errado. De qualquer forma, Monfils é do tipo de tenista completamente irresponsável. Ele é capaz de botar uma partida a perder para tentar salvar um ponto absolutamente perdido, aquele em que a bola vem alta no meio e o adversário manda um puta de um smash que vai quase na arquibancada e, lá vai Monfils, feito um louco, se atirar no colo de uma senhora gordona que está na primeira fila para tentar rebater a bolinha (isso é só um exemplo hipotético, eu nunca vi Monfils atacar velhinhas na vida real). Pois é, só que as consequências podem ser nefastas. Tanto ele pode se arrebentar num lance desses quanto, ao final de um jogo longo, pode lhe faltar gás, de tanto que ele corre, pula, rola e... finge de morto?

É, ontem Monfils parecia que estava morto ao final do primeiro set. Reclamou do joelho, chamou fisioterapeuta, fez careta, bateu o pé no chão várias vezes, como quem confere se as coisas estão suportáveis. Ora, bem observou o comentarista Dácio Campos: o joelho do cara só doía quando ele perdia o ponto. Quando ele ganhava, estava tudo bem. O fato é que ele venceu o bom tenista búlgaro em três sets, com direito a lances sensacionais, de parte a parte. Dimitrov também mostrou que sabe dar show e, para entrar no clima, chegou até a sentar na bancadinha que separa a quadra do público, quando foi tentar pegar uma dessas bolas impossíveis.

Sonolência

Enfim, o jogo entre Monfils e Dimitrov estava eletrizante (interrompemos esse comentário para comentar a partida entre Federer e Giraldo) quando no Arthur Ashe Stadium começava a partida do número três do mundo que, com uma vitória, igualaria Andre Agassi em número de vitórias em Grand Slam. Olha, o primeiro set estava tão sonolento, mas tão sonolento, que até o Federer dormiu. Resultado: Ele estava ganhando de 5-1, com duas quebras de vantagem e sacava para o set. E não é que ele dormiu em quadra? De tão fácil que estava. Resultado: Giraldo devolveu duas quebras e encostou no placar. 5-4. Eis que Federer olhou para o placar e, depois de soltar um longo bocejo, pensou: é melhor fazer algo. E fez. Quebrou o saque do Giraldo para ganhar o primeiro set.

Eu, que tenho mais o que fazer, resolvi ir para a cama, afinal, estavam quase batendo as doze badaladas notúrnicas e, como diria Bento Carneiro, o vampiro brasileiro: eu vou amardiçoá ocê. Si ocê assisti jogo de tênis quando bater a meia-noite, sua cara vai ficar mais feia que a do Radek Stepanek i seu inglês vai ficar pior du qui u du Nadal, quase tão ruim quanto o do Joel Santana.

Com medo da maldição, fui dormir, sabendo que Federer levaria aquele jogo em três sets, por mais que desse umas cochiladas. Li hoje que ele deu mais uma cochiladinha no segundo set, mas não teve grandes dificuldades para fechar em 6-4; 6-3; 6-2, uma verdadeira contagem regressiva.

Hoje tem a estreia de Novak Djokovic, de Andy Murray, de Rafa Nadal e, é claro, de João de Souza, o Feijão. Aguardem.



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