sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Chega!

Minha mulher, ontem, deu o grito de liberdade: Botafogo X Independiente de Santa Fé, não! Claro, nem eu queria assistir àquilo, mas é meio automático. Eu sempre acabo nos canais de esporte para dar uma bizoiada. E lá estava o Botafogo jogando, com o time misto, uma partida da Copa Sulamirandamericana, o torneio mais sem-graça ever.

Os caras não aprenderam com aquele fiasco da Copa Mercosul, né? É, mas outro dia meu amigo Lindomar disse uma verdade. Outro dia, nos meus tempos pré-regime, quando eu bebia a minha cervejinha tranquilamente (nem me lembro direito quando foi isso, talvez umas duas semanas atrás) Lindomar, ao me ouvir criticar a Copa Sulamirandamericana, disse:

- Não, meu cumpadre. É importante essa porra, pra denunciar a qualidade do futebol por aqui. Foi o que sobrou, amigo. Jogador vai tudo pras Zoropa e Ásia e pra qualquer canto e não quer ficar na Ameriquinha.

É mesmo. Só ver o apanhado da Argentina que jogou contra o Brasil na quarta-feira. Deus me livre. Dizem, o último craque a sair que apague a luz do aeroporto. Por isso, tanta gente desesperada aderiu à campanha "Fica, Neymar". E o Neymar vai ficando, ganhando uma milha por mês, como o rei da cocada preta, um mico-leão-dourado nos gramados brasileiros. Lá no Real Madrid ele será mais um, no Barcelona, no Manchester, no Chelsea, na Inter, no Milan, nas Zoropa como um todo, será mais um.

Aqui Neymar é o cara. Lá ele é um cara e não adianta cair desse jeito, porque árbitro europeu, para apitar falta, nego tem que ser quase atirado pra fora do campo. E não tem moleza. Veio a peso de ouro, tem que mostrar serviço. Se bobear, primeiro vai pro banco; depois, nem é relacionado; finalmente, é emprestado pra algum time pequeno da Espanha, França ou Portugal.

Alguns, como Ronaldo Rolha de Poço Nazário Tireóide de Lima, defendem que Neymar deva se mudar logo pra Europa. Eles dizem que lá ele desenvolverá melhor seu futebol, porque jogará contra os melhores, e não contra os cus-de-boi que sobraram por aqui.

Eu defendo que ele faça o que quiser. Não vou opinar. Opino, apenas, para que acabem com a sulamericana, pelamordedeus.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vai indo que eu não vou

Só pra variar, estou aqui sem nada a dizer. E vamos que vamos, porque hoje, veja só, tem Brasil e Argentina decidindo título. É isso aí. Título de alguma coisa, em Belém do Pará, no Mangueirão, depois de um 0 a 0 medonho na Argentina. Seria uma reedição da velha Copa Roca? Foda-se. Vamos às escalações dos dois selecionados (fonte UOL):

BRASIL: Jefferson; Danilo, Rhodolfo (Dedé), Réver e Cortês; Ralf, Rômulo e Ronaldinho; Lucas, Borges e Neymar.

ARGENTINA: Orion; Cellay, Domínguez e Desábato; Pillud, Augusto Fernández, Canteros, Montillo (Guiñazu) e Papa; Mouche e Viatri.

Bom, estarão todos vestidos com os uniformes de Brasil e Argentina? Então é Brasil e Argentina. Fazer o quê?

É óbvio que eu não serei testemunha dessa pelada.

Amanhã vocês me contam. Mas fica aqui a minha proposta: que o próximo jogo dessas duas máquinas seja na Rua Javari.

E eu li que o ingresso vai custar mais caro que na Inglaterra, ou seja, o torcedor brasileiro pagará mais caro para ver esse joguinho do que o ingês para ver sua Seleção. Claro, né? O salário mínimo no Brasil é quase igual ao da Inglaterra. O trabalhador brasileiro e o inglês, em relação à qualidade de vida, estão quase na mesma. Nada mais justo que eles paguem a mesma coisa para assistir aos jogos de suas seleções, certo CBF? À puta que o pariu. Às vezes me dá uma vontade de riscar o Teixeira do meu nome e de transmitir à minha filha meu primeiro sobrenome.






segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Limite do Homem

Ontem, na maratona de Berlim, caiu o recorde mundial, que pertencia ao etíope Gebrselassie (nunca vou aprender a escrever esse nome, muito menos a pronunciar). O novo recordista é o queniano Patrick Makau.

A nova melhor marca para os 42,196 km é 2h03min38seg, 21 segundos mais rápida que o recorde anterior, que havia sido considerado um marco, por ter sido a primeira vez que algum maratonista conseguiu terminar a prova abaixo das 2h04min.

Prosseguem as apostas: qual seria o limite do homem na maratona? Seria possível completar o percurso em duas horas? Para isso, esses atletas de outro mundo teriam que fazê-lo numa velocidade média de 21km/h. Alguém já colocou essa velocidade numa esteira? Bom, eu já coloquei 18km/h e aguentei perto de um minuto. Imagina manter um ritmo de cerca de 20km/h por duas horas e pouco!

A Maratona é, sem dúvida, a modalidade do atletismo que mais me impressiona. Mais que alguém correr 100m em nove segundos e meio. Usain Bolt que me desculpe. Mais que enfiar uma vara no chão e, com ela, se lançar a mais de seis metros de altura. Sergei Bubka que me desculpe (vocês viram que o filho do Bubka virou tenista? Não? Foda-se).

Na minha opinião, os recordes da maratona ainda vão cair bastante. Não sei se vão chegar nas 2h cravadas. Mas esses caras ainda têm lenha pra queimar. Ainda mais agora que está ocorrendo esse fenômeno de "rejuvenescimento" dos maratonistas. Pus entre aspas por não ser uma expressão muito exata, afinal, quenianos e etíopes não descobriram a fonte da juventude.

Acontece que os atletas têm se especializado na maratona cada vez mais cedo. Antes, era uma modalidade para os trintões, ex fundistas que já não tinham potência para superar os mais jovens, mas que ainda tinham muito fôlego e muita força mental.

Maratona, acima de tudo, é força mental. Pode parecer absurdo dizer isso, mas, fisiologicamente, uma pessoa capaz de correr dez quilômetros já está apta para encarar os 42km. O problema é que a cabeça não está preparada para isso e seu organismo fará de tudo para demovê-lo dessa loucura, desse esbanjamento inexplicável de reservas. Isso faz com que uma pequena bolha no pé, lá para o quilômetro 30, 35, vire um tumor.

Enfim, hoje, atletas jovens estão rumando diretamente para a maratona. O Patrick Makau, por exemplo, tem apenas 26 anos. Isso faz com que eu acredite que o recorde da maratona ainda cairá bastante, porque, cada vez mais, o maratonista jovem conseguirá aliar seu vigor físico a uma maior força mental (mas estarão todos arrebentados com trinta anos, como bem lembrou o treinador do Marilson).

Vai ser sensacional essa maratona da Olimpíada de Londres no ano que vem, hein? Com Makau a toda e Gebrselassie mordido, acho que teremos um belíssimo duelo, um grande choque de gerações. Quebra de recorde mundial? Acho difícil. Apesar de o circuito londrino ser um dos mais rápidos do mundo, vai estar um calor da miséria. Mas, com esses quenianos e etíopes, nunca se sabe.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nonsense

Mais uma crise de mercado. É o efeito-borboleta. Quem mandou eu começar um regime? O dólar está subindo mais que a Fabiana Murer, as bolsas estão caindo mais que o Neymar e muita gente está perdendo mais que o Corinthians.

Talvez seja melhor eu parar com esse regime, ou o mundo entrará em colapso. Até o Guarani ganhou outro dia. Agora, falando um pouco mais sério, esse tal de mercado é uma grande ficção. Tudo manobra para os mesmos de sempre ganharem dinheiro. Eles perdem aqui para ganhar ali e nós sifu.

Ora, por que eu estou falando de economia? Porque é um assunto que tem tudo a ver com esporte. Só ver o quanto meu time anda economizando em gols. Isso afeta o equilíbrio da tabela, não de preços, mas de classificação. Desculpem, deem-me um desconto. Estou de fato muito afetado com a falta de calorias e com a falta de horas no meu querido sofazinho.

Sejamos sérios, uma vez na vida.

Sim, o dólar está beirando os R$ 2,00. Disparou. E lá vai o BC conter a alta do dólar. Daqui a pouco o dólar despenca. E lá vai o BC conter a queda do dólar. Se o dólar fica barato é ruim porque o real se valoriza e o preço dos produtos brasileiros fica caro. Dificulta as exportações e, para um país-colônia como o nosso, isso é muito preocupante. Mas se o dólar fica caro, isso gera uma pressão para que o preço de uma porrada de coisas suba. O medo da inflação. Recessão ou inflação? O que está no cardápio de hoje?

É a velha história dos tais juros. A mesma coisa. Suba os juros e o pessoal vai reclamar que isso impede o crescimento, que uma porrada de dinheiro que podia ser usado para investimentos vai para pagar juro de dívida, que juro é um buraco-negro, depserdiça recursos, come tudo e não constrói nada. Então, por que não derruba os juros? Porque se derrubar, também pressiona os preços, pois cresce a demanda e gera inflação. A porra da inflação, que come nosso salário e nos impede de prosperar.

É essa porra dessa ficção chamada mercado. O capitalismo inventou esse ciclo vicioso e, no fim das contas, os de cima continuam no topo e os debaixo continuam cada vez mais na merda (que cai do cu de quem está lá em cima, é claro). É toda uma engrenagem articulada para manter as desigualdades sem que os do andar de baixo se revoltem. Afinal, a culpa não é nossa. É a crise na Grécia, é o tsunami no Japão, é o vulcão na Islândia, é a bolha imobiliária nos Estados Unidos, é a minha sogra que acordou de mau humor. Fiquem quietinhos aí embaixo que nós estamos resolvendo a parada aqui. Aliás, vocês não querem contrair umas dividazinhas com uns juros bem camaradas para contribuir com o coletivo?

Chega de besteira. Viva a Fabiana Murer. Que ela atinja os cinco metros no salto com vara antes que o dólar chege a três reais. E mais um ouro pro Brasil-sil-sil. O esporte também é muito útil para alienar as massas. Funciona como efeito ópio. Não se preocupe, Fabiana. Você não tem nada com isso. É honesta, trabalhadora, treina feito uma doida e tem mais que continuar com seus saltos. Nós da plateia é que temos que te aplaudir, mas tomando cuidado com o bando de oportunistas que tenta faturar às custas das suas glórias. Alguém tem um docinho aí? Aqui na Rua Javari não passa nem pipoqueiro.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Queime depois de ler

É, meus amigos, fiquei no zero a zero: minha mulher estava cansada e meu regime também me impediu de direcionar a libido para alguns quitutes ou guloseimas. Pelo menos eu consegui me manter firme no regime e já vejo um certo desinchaço acontecer.


Do outro zero a zero de ontem, dizer o quê? No Morumbi, foi um jogo para se esquecer. Vimos em campo, durante noventa minutos, um Corinthians medroso, covarde, apostando todas as fichas em não perder para não afundar na crise, contra um São Paulo pouiquíssimo inspirado. Lucas não estava nos melhores dias, Dagoberto também não. O resultado só podia ser esse mesmo. O Rogério Ceni, provavelmente, nem tomou banho depois do jogo. Trocou de roupa e foi para casa sem problemas.


Foi um jogo para se esquecer mesmo. Só estou falando dele porque estou meio deprimido com esse regime. Daqui a pouco vou comer minha maçã-verde e aguardar meu almoço frugal. Também estou falando desse joguinho por não ter muito o que dizer e, aproveitando que fiquei diante da televisão, aguardando a um programa sobre o Wikileaks que passaria no Canal Futura às 23h30 (o programa foi muito bom, pena que durou pouco) acabei sendo testemunha dessa falta de sacanagem que aconteceu no Morumba. Puta falta de sacanegem, meu! Nada, nada mesmo aconteceu, e os 45 mil coitados que enfrentaram o friozinho da noite de quarta-feira (que no Morumbi vira um friozão, ainda mais com esse jogo ridículo) deveriam ser indenizados. Procon neles, galera! Pagaram por um produto que não foi entregue, oras.


No final, todos exerceram seu direito consitucional de vaiar. Mas, como acho que as vaias não foram suficientes, aqui vai mais um pouco: uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.


Queimem todos os arquivos. O jogo de ontem não aconteceu. Nenhuma das equipes deveria ganhar o ponto pelo empate, ou seria um "apate" (empate com apatia)? Só um trocadilho infame para salvar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

TV Desligada

Entrei no terceiro dia do regime. Está duro. Para facilitar a minha vida, resolvi me manter longe do sofá, longe da televisão, longe das minhas atividades de praticante do sofaísmo. Afinal, sempre fui um sofaísta peso-leve e acabei passando para a categoria peso-médio. Daqui a pouco vem o peso-pesado, o peso-americano-comendo-potes-de-sorvete-em-frente-à-tv e por aí vai.

Achei melhor interromper por uns tempos. Enquanto isso, tenho acompanhado mais os eventos esportivos pela Internet, porque, desculpem, não dá pra ver um joguinho comendo rúcula e tomando iogurte desnatado.

Talvez isso prejudique um pouco minhas atuações e eu caia no ranking mundial do sofaísmo, mas, é por uma boa causa. Aproveitemos que os próximos eventos importantes do mundo do tênis serão apenas em outubro; aproveitemos que o Givanildo não está conseguindo dar jeito no América e que o Corinthians desce a ladeira vertiginosamente (olha o Vasco aí, fazendo barba e bigode); aproveitemos que o Vettel já liquidou a temporada 2011 de Fórmula 1; que os jogos da Champions League sempre passam no horário de labuta; que o mundial de atletismo já passou e que o mundo do esporte pode rodar sem mim (eu acho).

Enquanto isso, eu fico aqui, falando merdas e mais merdas do que me der na telha. Enquanto isso, eu aprecio as arquibancadas da Rua Javari.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vacas Magras

Acabou a farra, compadre. Bati os oitenta quilos.

Está decretado o regime oficial do esportista de sofá. A partir de hoje, trocarei a cerveja com amendoim pelo suco de alfafa com legumes sem tempero.

Também, em lugar de apenas assistir à suadeira dos atletas, farei alguns exercícios moderados, como caminhar na orla, fazer umas barras e umas abomináveis abdominais. Meta a curto prazo: perder cinco quilos. Meta a longo prazo, perder mais cinco e ficar ali pela casa dos setenta, que é onde eu me sinto bem.

É isso aí. Vou me mirar no exemplo do imperador Adriano, ou seria Trajano?, era Adriano mesmo, e tratarei de cuidar mais de minha pessoa.

Amanhã tem São Paulo e Corinthians. Será que o Tite sobrevive a mais esse iminente tropeço?






segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Batalha de Kazan

Em primeiro lugar, que não me apareça nenhum geek por aqui pensando que estou a falar de um novo joguinho de computador. A última vez que eu joguei video game na vida foi num mega drive que ganhamos no Natal de 1991.


Feito esse alerta, aqui fica a pergunta: por quê? Por quê, Deus meu, o Bellucci não joga sempre, ou na maioria das vezes, com a atitude que demonstrou nesse fim de semana no desafio da Davis contra a Rússia? Na sexta, ele atropelou o Andreev, que é um bom tenista. Não deu a menor chance. Sacou bem, foi pra cima, deu porrada, mostrou toda a qualidade de um tenista top 20 que ele poderia ser.


No domingo, contra o melhor tenista russo da atualidade, Mikhail Youzhny, que já foi número oito do mundo e hoje é o 32º, Bellucci lutou feito um guerreiro. Ele teve tudo que nós dizemos que lhe falta na maioria das partidas. Teve raça, brigou, não se entregou e, depois de mais de cinco horas, acabou perdendo um jogo que, cá entre nós, por mais que pareça uma heresia dizer isso, merecia ter acabado empatado.


Que fique aqui um apelo esperançoso: Bellucci, jogue metade do que você jogou em Kazan e você irá longe.


Parabéns, Argentina!


A alegria ficou por conta da Argentina que, na casa do adversário, derrubou a Sérvia com maestria. No primeiro dia, Nalbandian e Del Potro não deram chance para os ótimos tenistas Troicki e Tipsarevic. No domingo, na base do desespero, a equipe sérvia ainda tentou colocar o Djoko para enfrentar Del Potro, mas o Nole, com fortes dores nas costas, não estava com a menor condição de jogar e, no segundo set, desistiu. Agora, nossos hermanos têm outra batalha dura pela frente. Na final, vão enfrentar os espanhóis, lá na Espanha. É, quando o Rafa está com fome de bola, só um tenista no mundo, atualmente, tem como derrotá-lo. Não precisa dizer quem, certo? Vai ser muito legal essa finalíssima. É claro que torcerei pela Argentina. Se nossos hermanos ganharem, vou comemorar com o meu amigo cozinheiro, à base de vinho Malbec e ojo de bife.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

SOS América do Sul

Sinto muito, caros ativistas. Não se trata de um texto sobre a miséria, a pobreza, a corrupção, que corroem nosso querido continente. Sinto desapontá-los, mas este espaço eu uso pra falar de esporte. Para falar de assuntos mais importantes eu deixo com pessoas mais gabaritadas.


Refiro-me, pois, à situação dos tenistas sul-americanos. Não, não estou falando sobre a falta de incentivo, sobre a elitização do esporte, sobre a dificuldade a que enfrentam os jovens tenistas. Também não estou gabaritado para isso. Sinto muito.


De que raios, então, estou falando? Simplesmente, ao bisbilhotar o novo ranking da ATP, constatei algo triste (eu sei, tão triste quanto comum, mas...). O tenista sul-americano melhor ranqueado é o argentino Juan Martin Del Potro, em 17º. Podia ser melhor, não?


A Argentina é, sem dúvida, a maior potência sul-americana no tênis, estando, inclusive, na semifinal da Copa Davis. Mas, atualmente, tem apenas seis tenistas top 100: Juan Martin Del Potro (17); Juan Ignacio Chela (24); Juan Monaco (27); Carlos Berlocq (68); David Nalbandian (74) e Diego Junqueira (94). Podia estar melhor.


O Brasil está atualmente com dois tenistas no top 100: Thomaz Bellucci (38) que esta semana caiu mais três posições e João Souza, o Feijão, que subiu duas e está em 87º. Mais ou menos ali perto estão Rogerinho (113) e Ricardo Mello (120). Ô se podia estar melhor.

Quem mais da América do Sul aparece no top 100?


Santiago Giraldo, da Colômbia, em 52º (Alejandro Falla está em 114º) e Pablo Cuevas, do Uruguai, em 53º.


Só? Pra você ver, o Chile, que já teve o nº 1 Marcelo Ríos, não tem nenhum tenista atualmente no top 100. Nem o já veterano Fernando González, atualmente apenas o 297º do ranking. Tá certo qua Paul Capdeville é o 101º, se alguém espirrar ele entra. Mas o momento não é bom pra nós.


A lista completa de tenistas sul-americanos entre os top 100, então, é:

17- Juan Martin Del Potro (ARG);

24 - Juan Ignacio Chela (ARG):

27 - Juan Monaco (ARG);

38 - Thomaz Bellucci (BRA);

52 - Santiago Giraldo (COL);

53 - Pablo Cuevas (URU);

68 - Carlos Berlocq (ARG);

74 - David Nalbandian (ARG);

87 - João Souza (BRA);

94 - Diego Junqueira (ARG).


Dez tenistas, só quatro entre os quarenta melhores.


Vamos comparar com a França:

7- Gael Monfils;

10 - Jo-Wilfried Tsonga;

11 - Gilles Simon;

15 - Richard Gasquet;

33 - Michael Llodra;

67 - Adrian Mannarino;

71 - Julien Benneteau;

90 - Nicolas Mahut.


Oito tenistas franceses entre os cem melhores. Só a Espanha tem 14 no top 100. Os EUA têm nove. A Sérvia tem três, mas, além do número 1 Djokovic, está com outros dois entre os vinte melhores: Tipsarevic, com a chegada às quartas-de final do US Open, pulou para 13º, e Viktor Troicki é o 16º. Não à toa, a Sérvia é a atual campeã da Davis. Afinal, como se não bastasse, tem o grande Nenad Zimonjic, um exímio duplista.


É bem verdade que Delpo logo estará de volta ao top 10. Tenho certeza disso. Nalbandian também gosta de brincar de sobe-desce e ainda acredito nele para voltar à lista dos vinte melhores. Quanto a Chela e Monaco, não acredito que subam muito mais. Os outros sul-americanos que aparecem na lista dos cem melhores são bons tenistas, mas não vejo mais nenhum para figurar entre os top 20. Já pensei que Bellucci poderia chegar lá (ainda pode) e, hoje, tenho sérias dúvidas quanto a isso, porque falta a ele o equilíbrio emocional. Equilíbrio, minha gente, é tão importante para o tenista quanto o ar que ele respira. Entonces, acho que isso atrapalhará bastante a carreira do tenista de Tietê.


Dácio Campos anunciou o programa de bolsa a quinze jovens tenistas, garotos e garotas, que o Ministério dos Esportes liberará visando às Olimpíaddas de 2016. Os detentores da "bolsa-tenista" serão supervisionados por Guga e Larri. Parece pouquíssimo para quem pretende popularizar o esporte, mas não tem jeito, qualquer esporte só emplaca com resultados e nós precisamos urgentemente de um tenista, ou uma tenista, entre os top 10. Quando isso acontecer, espero que não desperdicemos, como desperdiçamos a Guga-mania.




Re-inauguração deste espaço ou Djokovic e ninguém mais

Ainda bem que ninguém lê esta porra. De verdade. E, àqueles gatos pingados que por ventura tenham esbarrado neste sítio, peço, encarecidamente, que, assim como disse aquele famoso sociólogo, esqueçam o que eu escrevi até então. Passemos uma borracha. Comecemos do zero.

Vamos lá, então. Olá, senhoras e senhores. Estou inaugurando este blógui para dizer qualquer merda, preferencialmente, sobre o meu esporte favorito: ficar em frente ao sofá, assistindo a tudo o que é esporte. Enquanto Usain Bolt se arrebenta de correr, Michael Phelps se arrebenta de nadar e tantos outros atletas se arrebentam em campo, quadra, pista, água ou ar, eu fico aqui, belo e formoso, a torcer, enquanto encho a cara de cerveja e me empanturro de salgadinhos dos mais gordurosos.

Agora que começamos do zero, devo dizer que o esporte que mais tem me agradado ultimamente é o tênis, como o arquivo morto pode demonstrar. Também pode demonstrar esse mesmo arquivo morto que, apesar de gostar muito de tênis, eu não entendo porra nenhuma do esporte. Não que eu entenda porra alguma de qualquer outra modalidade, mas, o fato é que eu não tenho nenhuma intimidade com a raquete, poucas vezes tentei jogar tênis e foi catastrófico. A única coisa que eu aprendi mais ou menos foi a colocar a bolinha no bolso. Mesmo assim, quase provoquei um acidente.

Porra, já estamos no quarto parágrafo e eu ainda não falei do que interessa. E o que interessa? A final do US Open de ontem, entre Novak Djokovic e Rafael Nadal. Nada mais no esporte é relevante diante de um evento como aquele. Que me desculpem todos os outros atletas do planeta.

Pois é, o jogo de ontem me fez ter vergonha das merdas que eu andava escrevendo sobre tênis. Por isso, pensei: vamos começar tudo de novo, aproveitando que ninguém aparece por aqui mesmo.

Tudo começou com a chuvarada da semana passada em Flushing Meadows, que obrigou os organizadores do US Open a passar a final do masculino para segunda-feira. Tudo bem, meus amigos, mas tinha que ser às 18h, horário local? Isso fez com que a partida entre Rafa e Nole começasse às 17h por aqui, o que me fodeu. Me fodeu porque eu trabalho em São Paulo e moro em Santos. Pego o fretado às 18h e chego em casa por volta de 20h. Minha mulher, que é uma santa, disse: eu envio torpedos esporádicos avisando como andam as coisas.

Lá estava eu na estação Santos-Imigrantes quando chega a primeira mensagem: 2-2, Rafa sacando. Até agora, tudo certo. De repente: Djoko 5-2, sacando para fechar o primeiro set; fechou 6-2. O torpedo seguinte anunciou: Djoko 4-2 no segundo set; e, Djoko fecha o segundo em 6-4.

Cheguei em casa esbaforido, às 19h50, e encontrei minha mulher com a TV ligada e o celular na mão. "Eu já ia mandar uma nova mensagem: está 3-2 pro Djoko, ele sacando". Eita, que mulher maravilhosa que eu tenho. E ela nem gosta de tênis.

Finalmente no meu querido sofá, comecei a assistir ao espetáculo de ontem. Rafa devolveu a quebra e começou a vibrar muito. Provavelmente ele estava tentando se motivar porque, até então, o Djoko estava avassalador. Apesar do grande esforço do espanhol, Djoko quebrou de novo e fez 6-5. Sacaria para o título, seu primeiro em Flushing Meadows.

Foi aí que o Nadal mostrou que é foda. O Nadal é um tenista que só morre depois do tiro de misericórdia. Mesmo ferido no chão, sangrando, fodido, com as tripas saindo, ele não desiste. E, se o oponente não der aquele tiro na cara pra acabar com a história, o Nadal é capaz de se recuperar e matar seu adversário. Bruce Willis é o caralho. Duro de matar é esse tal de Rafa que, num game sensacional, devolveu a quebra e levou o terceiro set para o tie-break. No tie-break, Rafa, muito motivado, não deu chance, e forçou o quarto set.

O pobrema é o seguinte parceiro. Se o Nadal é foda, Djoko é o cara. He's my man, baby. Qualquer ser humano normal teria muita dificuldade para voltar para o jogo. Por quê? Porque o Djoko teve todas as chances de ganhar em três sets. Inevitável começar a pensar: caralho, a essa hora eu já estaria bebendo champagne e ganhando beijos da minha bela namorada. Em vez disso, estou aqui, diante desse osso duro de roer que não para de tirar a cueca da bunda.

Além disso, imagina a motivação do Nadal pra onde foi. No tênis é assim: se um desce o outro sobe. Ainda mais quando falamos de caras como esses dois moooooooooooooooonstros, como diria meu amigo Bruno Mooooooooooooooonstro.

Djoko provou ontem que, no momento, não tem pra ninguém. Antes de começar o quarto set, ele pediu atendimento médico, por conta de dores na lombar. Comentários de Dácio Campos: Se for pro quinto set, será que ele tem gasolina pra aguentar, amigão? Quinto set uma pinoia. Djokovic, simplesmente, atropelou o Nadal no quarto set. Ele entrou babando, quebrou duas vezes o saque do espanhol e não deu a menor chance. Ao quebrar o saque do Rafa pela segunda vez, o sérvio bateu no peito como quem diz: ninguém no universo tira esse título de mim.

Resultado: 6-1 no quarto set e Djoko leva seu quarto Grand Slam da carreira, o terceiro só neste ano incrível, soberbo, impressionante, de 64 vitórias e apenas duas derrotas; de 10 títulos, sendo três de Grand Slam e cinco de Masters 1.000; de seis vitórias em finais sobre o Rafa, esse touro miura que não desiste nunca (apesar de não ser brasileiro).

O que mais podemos falar, meus amigos? Resta-nos aplaudir e só. E beber uma taça de champagne, que ninguém é de ferro. Afinal, depois dessa suadeira toda, eu bem que mereço.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não faz assim, Federer!

Fiquei sabendo pelos jornais. Federer teve dois match points, sacando em 40-15, e deixou escapar a vitória no quinto set.

Ainda bem que eu não pude ver isso. Porque, apesar de gostar do Nole e continuar achando que ele é o cara do momento, eu gosto demais do estilo do Federer. Ora, todos que gostam de tênis admiram o Federer. Ou não? Claro que sim, mas muitos idiotas por aí entraram numas de comparar o estilo do Federer com o estilo do Nadal para, a partir daí, criar duas facções: Federistas e Nadalistas, o que é uma bobagem do tamanho do mundo.

Ter uma preferência pelo estilo de um tenista ou de outro é claro que é normal, mas eu vi muita gente ridícula, fã do Federer, dizendo que o Nadal é um tremendo “mão-de-pau”, se assim podemos dizer; ou fãs do Nadal dizendo: um-dois-três, o Federer é freguês. Um bando de recalcados, obviamente. A maioria que diz isso é incapaz de acertar uma bolinha do outro lado da quadra.

Sou um desses e digo isso sem nenhum constrangimento. Não sei jogar tênis e ponto. E foda-se se alguém não respeitar minhas opiniões porque eu não sei nem segurar uma raquete, quanto mais dar um slice ou um top spin. Foda-se de verdade, do fundo do meu coração.
Àqueles que acham importante que a pessoa goste do esporte e que ela tenha respeitados seus direitos constitucionais de se expressar livremente, obrigado. E digo, sem menosprezar Nadal ou qualquer outro tenista: tenho uma predileção pelo estilo de jogo do Federer, aquele jeito elegante, meio mauricinho, meio janota, é bem verdade, um jeito plástico de jogar que parece que o cara não está fazendo o menor esforço.

E Federer não é elegante apenas na quadra. Fora dela ele sempre faz análises que buscam exaltar seus adversários. Ele é um cara que fica de olho no esporte, gosta de acompanhar o jogo dos jovens tenistas.

Fora essa papagaiada, sejamos práticos. O fato é que Djoko vem ganhando e jogando muito mal ao longo do torneio, enquanto Federer dava um show atrás do outro. A maneira como o suíço espantou o fantasma Tsonga foi sensacional. Já o Djoko, no duelo sérvio contra Tipasarevic, passou sérios apuros.

Normalmente, eu torceria pelo Djoko contra o Nadal, não por ser “federista”, ou por achar que Nadal é “mão-de-pau”. Nada disso. Sou um tremendo admirador do Nadal e nunca vi um tenista com uma força mental maior que a dele. Para um esporte em que você tem que fechar o jogo, isso é fundamental. Vide Federer contra o Djoko, como já mencionamos.

É uma simples questão de estilo. Gosto mais do estilo do Federer e do Djoko do que o do Nadal. Mas hoje eu vou torcer pelo espanhol. Djoko não está merecendo ser campeão. E, se Nadal também não anda lá essas coisas, bateu o Murray com propriedade, destruindo, inclusive, meus prognósticos. Hoje eu sou Rafa.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Crise de Abstinência

Sofro. Sofro muito. Sofro tanto que, a fim de suavizar minha tremedeira, e meus tiques, acabei por falar da fla-tulência, como sugeriu um internauta sacana e, reconheçamos, criativo.

Dá-lhe chuva em Flushing Meadows. E não teve jeito, a organização do torneio cancelou a rodada de hoje. Sorte dos tenistas mais desgastados, como Rafael "Cramp" Nadal, Jo-Wilfrid Tsonga, que jogou uma partida de cinco sets contra Mardy Fish e, apesar de ter saído da quadra como se tivesse jogado quinze minutos de bolinha de gude, receberá com bons olhos umas horas a mais de descanso e, por fim, Novak "Nole" Djokovic, visivelmente ainda não 100% depois do "probleminha" no ombro em Cincy (é só ver que ele não está cacetando nos saques).

Ficam um tanto prejudicados, ao meu ver, Andy Murray, que tem um físico e fôlego de moleque e, quanto mais pegar seus adversários desgastados mais vantagem e chance terá de vencer, e Roger Federer, que tem conseguido despachar seus adversários com rapidez.

Também acredito que a pausa dará um pouquinho mais de fôlego a Gilles Simon que, desde a partida da primeira rodada contra o Ricardo Mello (partida em cinco sets) tem suado muito mais nas calças que o gigantão do saque-bomba. Por outro lado, Simon está acostumado, com seu jogo de fundo, a ficar muitas horas em quadra. Seria Gilles Simon a Caroline Wozniacki de barba, ou seria Caroline Wozniacki nosso amigo Gilles Simon de saias, ou não seria nada disso e para de falar merda porque você não entende merda nenhuma de merda nenhuma e, muito menos, de tênis? Fica a dúvida no ar que eu deixo para os espectadores da Rua Javari resolverem.

Ah, saudades daquelas tardes na Mooca, a bebericar uma cervejinha com os amigos depois da pelada... Por onde andará Matias, ponta-direita rápido e faceiro, dono de um petardo semelhante ao do Rivellino? Perdi contato com Matias. Dizem as más línguas que fugiu com a filha do Almeida e abriu um posto de gasolina em São João das Duas Pontes (e dos três postos de gasolina). Matias era rápido mesmo. E come-quieto. Parecia um boi sonso. Quando menos se esperava, lá estava ele, acarinhando os cabelos de alguma moçoila do bairro.

Voltemos ao tênis. Deixemos para lá as nostalgias, senão, daqui a pouco, eu começo a relembrar os duelos entre Agassi e Pete Sampras e isso me apertará o peito. Por que mandas água, Poseidon? Por que não deixas esses bravos combatentes prosseguirem com sua jornada?

Aposto que algum tenista maldito ofendeu Poseidon de alguma forma. Porra, gente. Ô, Nadal: esqueceste de sacrificar um bode antes do evento começar? Ou teria Federer acertado uma bolinha bem no olho do Ciclope, filho de Poseidon? Algo aconteceu, porque as coisas estavam indo tão bem, o pessoal antecipou a chegada da Irene na costa leste, enfim, os Marines haviam expulsado as pombas da Estátua da Liberdade, tudo estava correndo maravilhosamente bem. Até que Poseidon acordou.

Fiquem tranquilos todos, amanhã jogaremos uma penca de virgens do alto do penhasco em oferenda ao deus dos mares e tudo se acalmará.

Chuvas e Trovoadas

Eu havia jurado a mim mesmo que não falaria do estopum, digo, estopim da crise no Flamengo, por conta de um simples peidinho. Mas a chuva começou a cair em Nova Iorque e eu fiquei um tanto sem assunto. Não vou engrossar o coro daqueles que querem cobrir um dos estádios do complexo de Flushing Meadows, mas, se até os ingleses, que adoram sem apegar em tradições estapafúrdias (e até por isso o torneio de Wimbledon continua sendo disputado na grama) aceitaram cobrir a quadra central do All England Lawn Tennis Club, talvez estivesse na hora de...hein?

Falemos, pois, de outro tipo de trovoada, daquela que vem do âmago do ser.

Na Gávea, então, um peido virou tempestade, segundo dizem. Parece absurdo, ridículo, mas eu não me surpreendo com mais nada no futebol brasileiro. O nível do amadorismo é tamanho que um peidinho inocente pode abalar as estruturas do time dono da maior torcida do Brasil. Luxemburgo, é bom que se diga, não conduziu bem as coisas, e acabou transformando o peidinho numa grande caganeira, caganeira esta que culminou na derrota em casa para os refugiados do Bahia.

E o que tem o cu com as calças? Ora, seria uma deslealdade entegar um companheiro porque ele soltara um inocente punzinho. Imagine se isso acontecesse com um pelotão do exército nazista. O comandante perguntaria: quem foi? Silêncio. Pimba, mata o primeiro da fila. Quem foi? Silêncio. Então o Klauss diz: foi o Fritz - e o comandante mata o Klauss, porque odeia dedo-duro, e o Fritz, por ter tido a audácia de comer repolho antes das manobras.

Certo, eu não sei onde eu estava com a cabeça para escrever isso. Não tem nada a ver. Nada mesmo. Desconsiderem essa merda que eu escrevi e voltemos à matéria gasosa. Está certo falar "matéria gasosa", professor? Trrrrrrrrr.

Explico a minha teoria da conspiração. Os soldados de Luxemburgo entraram em campo abalados contra o Bahia, pois perceberam que são comandados por um chefe autoritário (disso, provavelmente, todos já sabiam) e que, ainda por cima, estimula a caguetagem. Isso não pode, nem na cadeia e nem nos gramados. Vai demorar um tempo pro Mengão se refazer desse baque. Pra sorte deles, o próximo jogo é contra o Corinthians, que é uma mãe nessas horas e adora arrefecer crises alheias. O que eu mais gosto no Corinthians é desse altruísmo. Sério, chega até a me emocionar. Filas das putas.

Melhor esperar parar a chuva em Nova Iorque...

Promessa é Dívida

Eu não costumo enganar os meus leitores. Tenho o compromisso da ética e respeito o juramento sagrado que fiz ao receber meu diploma de jornalista, conquistado após...hãn,hãn, seriíssimos anos de dedicação intensa.

Quando eu afirmei que a segunda semana do US Open seria ducaralho, eu não estava brincando. Confesso, porém, que ela começou superando até as minhas elevadas expectativas. A começar pela brilhante vitória de Tsonga sobre Mardy Fish, em cinco sets. Que jogo, senhoras e senhores. Tsonga é um grande tenista, mas eu estava apostando no Fish até para, talvez, derrubar Federer e atingir a semifinal.

Não teve jeito. Tsonga foi mais forte e não ligou para a pressão do Arthur Ashe lotado, torcendo loucamente pelo tenista da casa. No quinto e decisivo set, o tenista francês, esse tanque em forma de gente, sobrou, e fritou o Fish, se me permitem a piadinha ridícula, com duas quebras. O Federer deve estar bem preocupado, pensando na virada incrível que levou de Tsonga em Wimbledon e da derrota para o mesmo tenista em Montreal. Esse duelo entre a lenda viva Federer e o gladiador Tsonga eu não perco nem que o mar vire sertão.

Tie-break histórico

Não bastasse esse jogo antológico, Djokovic e Dolgopolov fizeram um primeiro set para entrar para a história do tênis mundial. Que tie-break foi aquele? É uma pena que o tenista ucraniano parece ter gastado toda a sua energia no primeiro set e, ao perdê-lo, acabou baixando a guarda. Esse Dolgopolov incomodou demais o Nole com aqueles slices incríveis, fatiando a bolinha qual um sushiman, e aqueles saques sem peso que pareciam fazer a bola murchar na raquete do sérvio. Demais. Não posso deixar de dizer, também, que Dolgopolov é a cara da Maria Quitéria, uma faxineira que cuidava da limpeza no andar onde eu trabalho. E aquele treinador dele, bicho? De que Halloween saiu aquela figura?

Guerreira

Eu sei, vão dizer as más línguas que a Kuznetsova conseguiu perder um jogo ganho. É verdade que a russa, após ganhar o tie-break do primeiro set, que chegou a ficar 5-2 para Wozniacki, e iniciar o segundo com uma quebra sobre a adversária, passou a abusar dos erros, o que fez com que a tenista número 1 do mundo renascesse das cinzas. Mas não tem como negar que a Wozniacki, que ainda não me convenceu (concordo com a Serena que o sistema de pontuação, às vezes, comete injustiças) foi uma leoa. Ela não baixou a cabeça por um segundo sequer e, se eu concordo com o Paulo Cleto que ela depende demais dos erros das adversárias, não tendo muita capacidade de variação tática, a moça é de uma disciplina quase que tibetana. Certo, talvez ela não mereça estar no topo do ranking mundial, mas é uma excelente atleta. Agora, contra a Serena, meu amigo, a coisa é outra. Como diria meu grande amigo Guilherme, o mato que a Serena lenha é mais embaixo. Não vejo ninguém no horizonte capaz de tirar esse título da tenista americana. Talvez se o Nole, que gosta de imitar todo mundo, resolver colocar um saiote e entrar em quadra. Talvez, eu disse.

Show must go on

É isso aí, em homenagem ao grande Freddie Mercury, põe Queen na caixa, DJ. Hoje tem mais tênis de primeira e, até domingo, será assim. Veja que maravilha e, ai que sorte dos desocupados.

Na chave masculina, temos os quatro últimos jogos das oitavas. Eu não devia dar mais palpites, mas como eu sou metido a besta, colocarei entre parêntesis o nome do tensita que eu acho que vai vencer. No feminino, farei o mesmo, apesar de acompanhar bem menos o tênis das moças, por razões já anteriormente mencionadas.

Temos, então, no masculino:

Arthur Ashe Stadium, jogos da tarde:

- Donald Young vs. Andy Murray (Murray na cabeça, Murray na final, como eu já disse);

- Gilles Muller vs. Rafael Nadal (mesmo com cãibras em todos os músculos do corpo, Nadal vence);

Jogo noturno:

- David Ferrer vs. Andy Roddick (vou arriscar no Roddick);

E, no Louis Armstrong Stadium, farão as raquetes cantarem:

- John Isner vs. Gilles Simon (pra mim dá o gigante Isner e seus saques-canhão).

No feminino, teremos os dois primeiros jogos das quartas, no Louis Armstrong Stadium, logo após a partida supracitada (tremenda bichona, não?):

- Angelique Kerber vs. Flavia Penetta (apostarei na italiana, que derrubou a Sharapova);

- Samantha Stosur vs. Vera Zvonareva (ai, que dúvida. mas eu vou apostar na Zvonareva, talvez a única que possa tirar esse título da Serena).

Ai que vontade de fugir do trabalho para ver esse monte de jogo, sô. Vou ter que me contentar com o jogo do Roddick à noite. Capricha, canhoneiro.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ao Vivo

Acompanhe o US Open aqui, ao vivo. Aproveite a promoção. É só clicar no link abaixo e se divertir:

http://www.usopen.org/en_US/scores/index.html?promo=subnav

Cara, o jogo do Ferrero contra o Tipsarevic deve estar demais. O sérvio ganhou o primeir set, 7-5, e Ferrero, el guerrero, empatou, vencendo o segundo set no tie-break por 7-6 (7-3). Vamos Ferrero!

Rapaz, desculpa falar, mas essa Schiavone, na foto do site oficial do US Open, está a cara do Rod Stewart.

Já essa menina do nome do capeta, Pavlyuchenkova, está com uma foto que parece aquelas de year-book de colégio americano.

Em tempo

É, deu Pavlyuchenkova mesmo. Só pra eu ter que escrever esse nome da desgraça mais vezes. E se eu começasse a chamá-la de Naná, já que o primeiro nome da moça é Anastasia? Vamos combinar assim?

É, deu Tipsarevic mesmo. O veterano Ferrero bem que lutou e endureceu muito o jogo, mas, pelo jeito, acabou o gás no 4º set. Pena. Mas parabéns ao Ferrero que, como diria o Mala, caiu em pé.


Dá-lhe, Givanildo!

É isso aí, Coelho. Fé, minha gente. Fé no trabalho do grande Givanildo. Jogando o fino, o América ontem deu uma sacolada no Vasco, 4 a 1, e agora segue rumo à 16ª colocação do campeonato. Deixem o homem trabalhar, meu povo. Deixem o homem trabalhar que a coisa dará certo. E o América, ano que vem, continuará na primeirona.

Um passo de cada vez. Agora nós encostamos no vice-lanterna Atlético-PR e precisamos alcançar, a longo prazo (não tão longo assim, hein?) o Bahia, que está com 24 pontos, portanto, sete a mais que nóis. O Santos ali é um intruso. Tem uma pá de jogo a menos e vai chegar entre os oito primeiros com certeza. Temos que mirar no Bahia.

Próximos jogos: Inter no Beira-Rio; Avaí em casa e clássico contra o Cruzeiro. Temos que levar sete pontos desses nove. Empate com o Inter e vitória sobre Avaí e Cruzeiro. O Avaí é adversário direto e, portanto, não podemos nem sonhar em não vencer. Se conseguirmos cumprir essa meta, acredito que já estaremos em 17º.

Sou torcedor do América? No, sir. Sou Givanildo Futebol Clube. Chutem a bunda dele e eu vou querer mais é que vocês afundem nas profundezas da quarta divisão.

A Segunda Semana Promete

Definidas as oitavas de final na chave masculina do US Open. Até agora, tudo foi mais ou menos dentro do previsto. Eu só esperava mais de Del Potro e Thomas Berdych. Pensei que os dois poderiam chegar às quartas, mas ambos perderam na terceira rodada. Tudo bem, vão levar 55 mil doletas pra casa.


Sobraram, então, dezesseis tenistas, dos quais quatro são da casa: Isner, Young, Roddick e Fish. Dos quatro, acho que Mardy Fish pode ir mais longe, chegando, quem sabe, até a semi, com uma vitória sobre Federer nas quartas. Tomara que não, porque eu estou torcendo ferrenhamente por uma revanche Djokovic X Federer na semi do US Open. Isner deve bater o Gilles Simon, mas deve parar no Andy Murray nas quartas; Roddick também tem boas chances contra David Ferrer, mas também deve parar nas quartas, diante do Rafa; e o jovem Donald Young, que surpreendeu Wawrinka e Chela, está de parabéns e tudo, é uma boa promessa, se não me engano já foi número 1 do mundo no juvenil e tudo e, chegou até onde dava. Agora pega o Murray e deve dizer adeus.

Ontem eu assisti ao jogo do Andy Murray contra o galã espanhol Feliciano Lopez, que conquistou o coração até da própria mãe do Murray (ela o chamou de Deliciano, vê se pode?). Realmente, o Murray está muito sólido, apesar do susto que nos deu na segunda rodada contra Robin Haase. Impressionante como ele se defende bem, com rapidez e agressividade. O escocês está tinindo e, por isso, aqui faço uma aposta: Murray na final. Acho que nem o Nadal pode pará-lo em seu lado da chave. Vê lá, Murray. Não vai me decepcionar. Estou jogando minhas fichas em você para estar no Arthur Ashe no próximo domingo.

Minha esposa reclamou que eu discrimino o tênis feminino. Ora, ela devia ficar feliz com isso, porque tem muito canalha por aí que só fica de olho nas beldades. torcendo pelas pernas de uma, pelos belos olhos de outra e pra ver aquele shortinho que elas usam por baixo da saia. Ontem, por exemplo, qualquer desses canalhas estaria torcendo pela Kirilenko contra a Samantha Stosur. Afinal, Kirilenko é uma loirinha bonitinha, parece uma bonequinha, enquanto a Stosur é meio bruta, tem um braço maior que a minha perna e cara de poucos amigos.

As duas fizeram um tie-break histórico ontem e, não houvesse a possibilidade do desafio eletrônico, o US Open teria acabado um pouco mais cedo para a Kirilenko, pois, por duas vezes, com a loirinha jogando para salvar um match point, os juízes de linha cantaram fora bolas que tinham ido na linha. A correção foi feita e Kirilenka acabou conseguindo levar o jogo para o terceiro set. E lá não teve jeito, porque a australiana é mais tenista e disso não resta a menor dúvida.

Agora eu vou responder sobre minha preferência pelo tênis masculino. Não é machismo da minha parte. Simplesmente, é verdade, eu gosto mais do jogo do tênis masculino e isso tem uma explicação física. O fato é que as mulheres não tem a força na munheca capaz de dar golpes vencedores com a mesma eficiência que os homens e, com isso, o jogo das mulheres acaba por ser decidido, muitas vezes, em erros da adversária. Poucas vezes eu assisti a um jogo com tantos erros não forçados como a última final de Wimbledon, entre Sharapova e Kvitova. E isso, desculpem-me, irrita um atleta tão conceituado como eu. Faz anos que eu não cometo um erro não forçado ao pegar uma latinha de cerveja, ou um amendoim. Aliás, outro dia eu fiz uma belíssima jogada: fiz um patê de atum com ricota, mostarda e molho inglês, de comer rezando. Minha mulher, que está grávida, quase botou os bofes pra fora só de ver o patê, mas eu me deliciei como nunca.

Aqui, eu gostaria de abrir exceções, pois algumas mulheres me dão, ou davam, muito prazer em ver jogar: Martina Navratilova, Steffi Graf, Monica Selles, Lindsay Davenport e, atualmente, as irmãs Williams, Justin Henin e Kim Clijsters (fiquei muito feliz que as duas voltaram ao circuito). Sharapova me irrita com aqueles gritos insuportáveis e com a quantidade de erros infantis; Ana Ivanovic jogou muito bem por pouco tempo, caiu absurdamente de rendimento e agora vai ter que dançar miudinho pra recuperar a minha admiração (não adianta fazer essa carinha, Ana) e a Caroline Wozniacki, atual número 1, ainda não me convenceu.

Destaques do dia

Os jogos da parte de cima da chave masculina: Nole Djoko-djokovic vs. Dolgopolov; Tipaserevic vs. Ferrero; Tsonga vs. Mardy Fish e Roger Federer vs. Juan Monaco (olha o tenista "nível Saretta" aí, nas oitavas de um Grand Slam, seu idiota).

No feminino, para não me chamarem mais de sexista, teremos os quatro últimos jogos da oitavas, com os seguintes duelos (duelos, hein?): Anastasia Pavlyuchenkova (ô nominho, hein? Tomara que perca logo, porque escrever isso é do capeta) vs. Francesca Schiavone; Serena Williams vs. Ana Ivanovic (jogão!!!!); Caroline Wozniacki vs. Svetlana Kuznetsova (também promete) e, por fim, Andrea Petkovic vs. Carla Suarez Navarro.

A espanhola Navarro, até agora, é a "intrusa" do torneio, pois, sem enfrentar nenhuma cabeça-de-chave, ela foi passando, ao derrotar as "derrubadoras de favoritas". Exemplo, na segunda rodada, Navarro derrtou a romena Simona Halep, que tinha promovido a primeira grande surpresa do torneio, ao tirar a chinesa Na Li logo de cara; na terceira rodada, Navarro derrotou a compatriota Soler-Espinosa, que por sua vez havia derrotado a cabeça 31 Kaia Kanepi, da Estônia. Ou seja, a espanhola chegou às oitavas sem enfrentar nenhuma das 32 tenistas mais bem ranqueadas. Isso raramente acontece no masculino. Entenderam por que eu prefiro o tênis masculino? Não é machismo. Sinto muito, moças. Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim...

Valeu, Rogerinho.
É, essa segunda semana promete fortes emoções. Vamos aguardar. Antes de encerrar, eu gostaria de dar os parabéns ao Rogerinho. É isso aí, garoto. A sorte ajuda quem trabalha, como diria a vovó Noêmia. Rogerinho lutou bravamente contra o Bogomolov e não desistiu até o fim. Tem gente aí precisando ter umas aulas de fibra contigo, garoto.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Balanço da Semana

Este final de semana eu terei muito o que fazer, portanto, não aparecerei por aqui. Não adianta chorar, nem se espernear.



Darei, então, uma apanhado geral sobre o mundo dos esportes. Tem pra todo gosto, cumpádi. Mundial de Atletismo, Mundial de Remo, Copa América de Basquete, US Open de Tênis, Grand Prix de Vôlei, Fórmula 1, Campeonato Brasileiro de Futebol, Campeonato Escocês de Arremesso de Tora, Campeonato de Cuspe à Distância da Vila Nhocuné e por aí vai.

Comecei minha saga no domingo, ao assistir à vitória do Vettel na Fórmula 1. Durante a semana, deliciei-me com algumas partidas de tênis, as quais comentei exaustivamente por aqui.
A nota triste do esporte da semana foi o empate sem gols do América-MG contra os refugos do Bahia, lá em Pituaçu (e não Piataçu, Maricota...).

Aproveito para dizer, e eu vou dizer, mesmo que meu amigo Walter, torcedor fanático do Bahia fique vexado comigo. Esse time do Bahia, com Ricardinho, Carlos Alberto, aquele menino que jogava no Botafogo (como chama o caboclo mesmo?), Lulinha (ainda está lá? está machucado? está vivo?) e Cia Limitadíssima, tem destino certo na segunda divisão. Os caras ainda vão e mandam o Jobson embora. Eu sei, o Jobson é complicado e não está certo passar a mão na cabeça do cara pra sempre, mas não precisava ter mandado o cara embora do time. Ele era o único que estava fazendo gol naquela merda, porra.

Quarta-feira eu assisti à heróica reação do Santos no Beira-Rio. Arrancou um empate depois de estar perdendo por 3 a 0 e só não virou o jogo por excesso de preciosismo do Neymar no finalzinho. É, esse time do Santos parece a avó do Nicanor. Tem hora que a véia tá lúcida que só vendo, sendo capaz de discutir sobre marxismo, sobre o K(G)addafi e sobre o campeonato paulista de polo aquático; mas tem hora que ela não fala coisa com coisa, mistura alhos com bugalhos e parece que nem sabe onde está, muito menos para onde vai. É exatamente assim que tem funcionado o time do Santos. De qualquer forma, o jogo foi bom. E esse menino, o Danilo, promete. O garoto joga o fino, rapá.

Olha, acabo de saber que papai Joel foi demitido do Cruzeiro. Pena. Ah, e o nome da "fera" do Bahia, que saiu corrida do Botafogo, é Fahel. Bom, segundona eu volto a falar umas besteiras. Segundona eu falo dos jogos do US Open que eu conseguir assistir e do campeonato de arremesso de tora, é claro McLabel, como sempre, é o favorito, mas McShot pode surpreender e McLiqcuor corre por fora. Bom fim de semana a todos e a todas.


Em tempo


Todos os brasucas dançaram nas duplas, inclusive a nossa maior esperança de bom resultado, Marcelo Girafa Melo e Bruno Soares. Uma pena. Oxalá proteja Rogerinho.

Aula de Tênis

O argentino Carlos Berlocq estava andando pela rua quando viu um anúncio colado no muro: ensino a jogar tênis em 1h30. Esteja no complexo de Flushing Meadows, no bairro de Queens, Nova York, Arthur Ashe Stadium, quinta-feira, 1º de setembro, por volta das 20h. Assinado: Novak Djokovic.

Ninguém cairia naquela propaganda enganosa, mas Carlos Berlocq era um poliana, ele acreditava no lado bom das pessoas e, por isso, resolveu conferir. Lá chegando, deu de cara com um imponente estádio e ficou um pouco intimidado. Mas resolveu perguntar ao segurança: "Mr, I came here for a tennis class with the instructor Novak Djokovic" Muito educado, o segurança o conduziu até um vestiário bastante luxuoso, onde Berlocq encontrou tudo que precisava, além de massagistas, fisioterapeutas, enfim, uma equipe completa para atendê-lo.

Berlocq, ainda meio ressabiado, resolveu vestir aquele uniforme que estava pendurado no armário. "Bermuda xadrez?", se perguntou. Ah, o que é que tem? viu, então, uma bela bolsa, cheia de raquetes dentro. Resolveu pegar uma e começou a imitar os movimentos de um tenista diante do espelho. Isso. Agora um back-hand. Um pouco tímido, olhou para os lados e, ao se encher de coragem, ensaiou até uns gemidos. "Ãn, ãn, ãn..."

Carlos Berlocq parecia um garotinho vestido para o primeiro dia de aula, com aquela bermudinha xadrez, uma sacola (cheia de raquetes no lugar dos livros) e um boné branco. Lá fora, ele ouvia alguns gritos e aplausos. O que aconteceria? "Mr Berlocq?", alguém perguntou. "It's time". "All right", ele respondeu, tentando fazer um ar confiante.

Depois de atravessar um longo corredor, Berlocq pisou na arena e quase não acreditou no que via. Era um estádio imenso, com cerca de vinte mil pessoas nas arquibancadas, que olhavam para ele e aplaudiam, como quem aplaudiria um cristão que pisa nas areias do Coliseu. O que seria aquilo? Do outro lado de uma bela quadra de tênis, com seu piso azul, Berlocq avistou um sujeito vestido de preto, que o lembrou o Steve Vai naquele filme "A encruzilhada". Seria o diabo?

Seria, Berlocq. Seria. Um pouco tímido, Berlocq começou os aquecimentos. Até que ele mostrou um certo manejo da raquete. Mr Djokovic, então, fez um sinal, como se fosse o imperador de Roma, e rufaram-se os tambores. "Let's begin".

Começou a partida, ou melhor, a aula, no Arthur Ashe Stadium. E a promessa do cartaz fora cumprida à risca. Uma hora e meia depois, Carlos Berlocq havia recebido uma aula de tênis como jamais receberá: 6-0; 6-0; 6-2. Precisa falar sobre o jogo?

Brasileiros e brasileirinhas em ação

Hoje temos, em quadra, o jogo do Rogerinho contra Alex Bogomolov Jr. É pedreira, mas, como diria Obama: "Yes, we can". O jogo será na quadra 17, depois do jogo do Wawrinka, chuto que lá pelas 16h, horário de Brasília.

A melhor dupla do Brasil, Bruno Soares e Marcelo Melo, enfrenta a dupla britânica Jamie Delgado e Jonathan Marray, no primeiro jogo da quadra 11, por volta do meio-dia, horário de Brasília.

Também no primeiro jogo da quadra 15, meio-dia, portanto, Franco Ferreiro, ao lado do português Rui Machado, tem uma pedreira pela frente. Eles enfrentam a dupla espanhola Marcel Granollers e Marc Lopez, cabeças-de-chave número 13 do torneio.

Por fim, as brasileirinhas Laura Pigossi e Beatriz Haddad estreiam no qualifying da categoria júnior do torneio de simples feminino do US Open. A Laura enfrenta a norte-americana Tristen Dewar e a Bia enfrenta a também norte-americana Natalia Maynetto. Força, meninas!

Destaques do dia

Hoje se fecha a segunda rodada da chave masculina do Us Open, se o tempo continuar colaborando. Temos fé que sim. Destaque para os seguintes jogos:

Chave feminina - já pela terceira rodada:

Vera Zvonareva vs. Anabel Medina Garrigues;

Maria Sharapova vs. Flavia Pennetta;

Samantha Stosur vs. Nadia Petrova.

Chave masculina:

Rafa Nadal vs. Nicolas Mahut;

Andy Roddick vs. Jack Sock;

John Isner vs. Robby Ginepri;

Andy Murray vs. Robin Haase;

Juan Martin Del Potro vs. Diego Junqueira;

David Ferrer vs. James Blake;

Ivan Ljubicic vs. David Nalbandian;

Juan Ignacio Chela vs. Steve Darcis.

Ou seja, tem muita coisa boa. Aos sortudos e aos desocupados que podem ficar na frente da telinha o dia inteiro, divirtam-se, porque tem tênis, praticamente, do meio-dia até pra lá de meia-noite, dependendo da duração dos jogos noturnos.

Em tempo

A aula do Nole sobre Berlocq me deixou tão atordoado que eu esqueci de comentar duas coisas importantes: primeiro, a surpreendente vitória de Juan Carlos Ferrero sobre Gael Monfils, no melhor jogo até agora do US Open 2011. Fico muito feliz ao ver o Ferrero jogando bem. Segundo, a surra que Marin Cilic deu em Bernard Tomic. Cilic, depois de despachar sem dó o novo queridinho do tênis norte-americano, Ryan Harrison, não tomou conhecimento do jovem australiano, a quem se esperava muito, após chegar às quartas-de-final em Wimbledon. Parabéns ao Cilic. Vida longa pra você (xi, mas agora ele pega o Federer...),


























quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Papo de Cozinha

A bolinha está esquentando no US Open. Hoje à tarde, dois cabeças-de-chave disseram adeus no masculino: Llodra tomou uma surra do ótimo tenista sul-africano Kevin Anderson e Radek Stepanek perdeu para o argentino Juan Monaco, tendo abandonado depois de perder os dois primeiros sets e ter o serviço quebrado no terceiro. Aliás, eu fui duramente criticado pelo cozinheiro do restaurante argentino aqui do lado de casa, ao dizer que Juan Monaco era um tenista "nível Saretta".

- Fique o senhor sabendo - ele me dizia, com forte sotaque e cara de poucos amigos - que Juan Monaco já foi 14º do ranking, tendo chegado perto do top ten. Ele é muito mais tenista que Flávio Saretta jamais soñou em ser.

Eu tentei argumentar que Juan Monaco já não era mais nenhum garoto e nunca tinha passado sequer das oitavas-de-final de um torneio Grand Slam (chegou nessa fase apenas duas vezes: em Roland Garros e no US Open de 2007, sua melhor temporada), mas o cozinheiro não quis nem escutar, dizendo que eu não entendia nada, buljufas, patabinas de tênis.

OK, vamos torcer para Juan Monaco chegar mais longe, eu disse, após tentar contemporizar, reconhecendo minha admiração pelo tênis argentino. Falando nisso, Del Potro deu mostras de que está plenamente recuperado de sua última contusão. Acho que ele pode surpreender e ir bem longe no torneio. "Ah, o Del Potro é un excelente tenista", concordou o cozinheiro.

Depois disso eu pedi um ojo de bife e uma garrafa de Malbec. Muito boa a comida. Elogiei efusivamente, mas logo, entre uma garfada e outra e um gole e outro, não resisti e perguntei o que havia acontecido com Gillermo Coria. O cozinheiro, que estava orgulhoso com a minha aprovação da qualidade da comida e da categoria de Del Potro, fez uma cara triste e disse, cabisbaixo: "Prefiro não falar desse triste assunto".

Saí de lá satisfeito e prometi: 1-nunca mais comparar Juan Monaco com Saretta; 2-nunca mais falar de Guillermo Coria; 3-voltar lá e experimentar "meu bife de chorizo, uma obra-prima, comparável apenas à categoria de um Roger Federer".

Quem sabe 2009 não se repete, quando Del Potro surpreendeu o mundo ao superar Federer naquela final antológica de US Open, "un dos días más felices de mi bida", exclamou Javier.

Não sei se isso se repetirá, mas eu repetirei minhas idas a esse restaurante várias e várias vezes.

Quase-Zebras em Flushing Meadows

Rapaz, eu escapei por um tiquinho de ter que me fantasiar de Carmen Miranda no próximo Carnaval. Dizia eu, do alto de minha pompa, do pedestal do Olimpo: é certeza que Bogomolov será o próximo adversário do Rogerinho, porque ele vai jogar contra o vento, um tal de Steve Johnson, convidado da organização, número quinhentos e lá vai pedrada do ranking. Inclusive, prometi fazer o tico-tico cá e o tico-tico lá, com frutas na cabeça e saia rodada no próximo Carnaval caso o "vento" ganhasse a partida.

E não é que o vento se transformou no furacão Irene? Primeiro set: Johnson 6-4; segundo set: Johnson 6-4, até que eu telefonei ao treinador do Bogomolov e disse: filhote, seu pupilo tá querendo me ver pelas costas. Na verdade eu disse: "Son, is your pupil trying to stab me in the back?" No que ele respondeu: "Take it easy, pall!!!!!!" A bronca deu certo e Bogomolov virou a partida, mesmo precisando se salvar em um tie-break da morte no quarto set.

Ufa, a zebra afroxou na hora agá. Eis que, na quadra treze, quase que uma zebra verde-e-amarela deu o ar de sua graça. Agora, sem sacanagem, parabéns ao Ricardo Mello pela excelente atuação contra o Gilles Simon. Parabéns mesmo.

Fora isso, a zebrinha só colocou o focinho no jogo do Murray, que quase perdeu o primeiro set, mas depois deslanchou e fez 3-0 em seu adversário. Também, no jogo da noite, Roddick teve que galopar forte para evitar problemas contra um Michael Russell bastante animado. Esse Michael Russell não é aquele que quase derrotou o Guga naquela partida memorável em Roland Garros? Penso que sim. Mas estou com preguiça de pesquisar e dei folga pra minha staff, porque esses incompetentes e nada é a mesma coisa.

A surpresa do dia fica para a surra que Nicolas Almagro, cabeça dez, levou do Benneteau.

Destques do dia

Hoje tem Federer vs. Dudi Sela (sem comentários, Bellucci, sem comentários...); tem o jogo da Serena contra a Michaella Krajicek; à noite os líderes do ranking entram em ação, com Caroline Wozniacki enfrentando Arantxa Rus e Novak "Nole" Djoko-Djokovic enfrentando o argentino Carlos Berlocq; também tem o jogo do Berdych, do Tsonga, do Bernard Tomic contra Marin Cilic (jogaço) e tem Brasil na quadra: olha que interessante, Franco Ferreiro, ao lado do português Rui Machado, estreia nas duplas contra Bogomolov (adversário de Rogerinho na simples) e Matthew Ebden; e a dupla brasileira Marcelo Melo e Bruno Soares (12) pega a dupla Steve Johnson (aquele mesmo, que eu chamei de vento e quase me apronta) e Denis Kudla.

Fica o meu recado aos brasileiros: Ferreiro, se puder, dê uma bolada na caixa de câmbio do Bogomolov; e, Melo e Soares, cuidado com o "vento".