Rapaz, isso aqui está mais vazio que a Rua Javari. Ora, não foi na Rua Javari que o Pelé teria feito o gol mais bonito de sua carreira? Sim, eu me lembro daquela partida contra o Juventus. Ah, quem não se lembra? Todos se lembram. O campo do moleque-travesso nunca esteve tão cheio quanto naquela noite. Ou seria tarde? O fato é que, se somarmos o número de pessoas que disseram ter presenciado o tal gol do Pelé, chegaríamos à conclusão de que, na verdade, o jogo foi no Maracanã.
Eu sei, estou plagiando. Já disseram isso antes. Assim como disseram por aí que se juntássemos os supostos pedaços da cruz onde Jesus foi crucificado, vendidos por aí, daria para construir uma frota de navios. A humanidade é assim mesmo. Todos temos um estelionatário em potencial dentro de nós, nalgum lugar.
É, pelo jeito, além de esvaziado, este espaço anda meio sem assunto. Agora vais falar dos pedacinhos do Céu vendidos em lote para otários-fiéis? Otários-fiéis somos nós, corintianos. Timinho lazarento da desgraça.
Digamos que é uma semana meio sem sal, do ponto de vista do sofaísmo. Veja, tá rolando campeonato de judô e eu não gosto de nenhum esporte de luta. Nenhum mesmo. Não vejo graça e ponto. Do tal de UFC, tenho vontade de vomitar. Prefiro assistir a um balé de sete horas e meia.
Poderíamos falar da semana do "quali" no US Open e da participação dos brasileiros. Bom, Rogerinho ganhou a primeira e Ana Clara perdeu na estreia. Pronto, tá falado.
Mas, e as meninas do vôlei no Grand Prix? Desculpe, mas não vou ser hipócrita. Não acompanho modalidades só porque o Brasil vai bem. Vôlei, para mim, quando adaptou as regras à televisão, perdeu completamente a graça.
Eu sei, as pessoas falam que isso foi fundamental pro esporte, porque era um inferno pra televisão transmitir. Afinal, um jogo podia tanto durar meia hora como quatro horas. Tá legal, eu aceito o argumento. Mas pra mim acabou. Não vejo mais. Daqui a pouco esses caras da TV vão querer transformar o jogo de tênis num tie-break estendido. Também vou parar de assistir.
Eu sou assim, se quiser gostar de mim...
Opa, eu já ia me esquecendo: hoje tem partida da Copa Sul-americana de futebol! Magavilha! U-ãn-der-ful! A puta que o pariu, não é mesmo? Torneio chato do caralho. Uma versão ampliada da Copa do Brasil que, pra mim também morreu, no exato instante em que tiraram os participantes da Libertadores da disputa. Isso matou o torneio, porque ficou claro que ele não passa de um atalho para a Libertadores. Esses caras da CBF são assim, um bando de baixa-piroca. Quando o campeonato finalmente engrenou, os caras mataram pela raiz e ainda jogaram sal no campo. Uma merda.
Eu sei, estou um tanto amargo. Eu sou assim, não me venderei jamais ao sitema. Aqui sempre será um espaço livre, onde eu poderei dizer o que quiser. Será sempre um foco de resistência, onde não haverá espaço para ideias pré-fabricadas, patrocinadas pelas grandes corporações. Sim, será sempre... mais vazio que a Rua Javari em dia de chuva.
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