quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lucky loser

Que coisa, rapá. O sueco Robin Soderling, cabeça número seis, desistiu de participar do US Open e o Rogerinho entrou na chave como lucky-loser. Está jogando, enquanto eu escrevo essas mal traçadas linhas, contra o irlandês Louk Sorensen. Estou aqui olhando a ficha do rapaz no site do torneio e, confesso, não sei o que esse cara está fazendo ali. Ele passou pelo quali, produção? Favor checar.

Aguardo.

Aguardo mais um pouco. Enquanto isso eu vou enrolar meu público um pouco. Seja como for, o jogo está indo para o quarto set e Rogerinho está vencendo por 2 a 1. Começou com um pneuzaço pra cima do caboclo da Irlanda, depois perdeu o segundo de 6-3 e ganhou o terceiro em 6-4, quebrando o saque do adversário no 5-4.

Confirmado: Sorensen passou pelo qualifying. É, eu não entendo essas regras do tênis. Por exemplo: por que o Feijão, tenista top 100, não entrou na chave principal diretamente? Alguém sabe me explicar? Não estou questionando. Eu só queria entender. E esse tal de Sorensen é apenas o número 618 do ranking e... e acabou de desistir! É isso mesmo. Rogerinho está na segunda rodada do US Open! Tã-tã-tã (música-tema da Fórmula 1).

Não estou brincando, meu povo. Eu estava acompanhando o jogo no site do US Open quando de repente, no 1-0 para o Rogerinho, quarto set, 30-30 com Sorensen sacando, apareceu o termo "match completed" e vitória para o brasileiro. O irlandês "reitred" do jogo. Não, seu ignorante: ele não se aposentou. Ele desistiu. Só isso.

De uma maneira um tanto estranha, entonces, teremos um brasileiro na segunda rodada do US Open. Rogerinho, agora, enfrentará... o adversário dele já está definido, produção? Puta merda, seu bando de incompetentes! É óbvio que eu ia perguntar isso e estamos ao vivo, porra. Tá, vai logo.

Enquanto isso, vamos falar de Rogério Dutra da Silva, o Rogerinho, tenista de 27 anos, atualmente o número 114 do mundo. Já faturou U$ 238.006,00 na carreira e, bom, com essa vitória aí vai pingar mais algum.

Certo, Rogerinho, agora, enfrenta o vencedor do duelo norte-americano entre alex Bogomolov Jr. e Steve Johnson. Deve dar Bogomolov, não? É, porque eu nunca ouvi falar nesse Steve Johnson. Bogomolov é pedreira. O tal do Steve Johnson deve ter sido convidado. Puxemos a ficha do rapaz:

Steve Johnson (nasceu no dia 24 de dezembro de 1989, é o atual 525 do ranking e, das duas partidas que disputou no circuito profissional, perdeu as duas). Ou seja, é Bogomolov contra o vento e teremos o Rogerinho contra o russo naturalizado norte-americano na segunda rodada. Repito, Bogomolov, atual 44º do ranking da ATP, é pedreira.

Ora, não é momento de se preocupar. É momento de dar vivas ao lucky-loser Rogerinho e dizer, da maneira mais estupidamente ufanista: o Brasil terá um representante na segunda rodada do US Open 2011!

Só pra confirmar: Steve Johnson foi convidado pela organização e, sinto muito, tomará uma tunda de Alex Bogomolov Jr. logo mais.

Em tempo

Só para calar a minha boca, o "vento" Steve Johnson acaba de ganhar o primeiro set: 6-4. Mas eu ainda acho que a sorte do Rogerinho tem limites. Vai dar Bogomolov, ou eu desfilo de Carmen Miranda no próximo Carnaval. Agora, se Rogerinho chegar à terceira rodada eu dou R$ 500,00 para cada um que ler isso aqui, é só mandar um e-mail pra mim com o número da conta (esta promoção vale apenas para o dia do próximo jogo do Rogerinho).

Em tempo 2

Acorda, Juninho! Vento 2-0 Bogomolov Jr. Tá querendo me ver vestido de Carmen Miranda? Olha, eu não costumo cumprir com a minha palavra.






US Open: day two

Mais um dia sem grandes surpresas. Como este espaço previu com exclusividade, a partida entre Davydenko e Dodig foi muito equilibrada e emocionante, cheia de altos e baixos, fortes emoções e, nosso amigo, o carequinha russo, acabou levando a melhor. Também, muito azar do croata, estrear como cabeça-de-chave logo contra um macaco velho como o Davy.

Talvez alguém possa apontar a derrota do cabeça dezesseis Youzhny para o letão Ernests Gulbis como uma zebra, um underdog, como gostam de dizer os americanos. Não considero uma zebra. Gulbis é um ótimo tenista quando está ligado na tomada. Às vezes, parece que ele solta o fio da tomada e a coisa desanda. Não foi o caso ontem. Ligadíssimo no 220, ele despachou o russo em sets diretos, defendendo-se bem quando precisou (não cedeu nenhuma das dez chances de quebra que o russo teve contra ele) e não desperdiçando suas chances (por sua vez, Gulbis quebrou quatro das sete oportunidades que teve). É, só me surpreendeu um pouco a vitória ter sido de 3 a 0. Pensei que ali estivesse um jogo para cinco sets.

Nadal

E o nosso amigo Rafa, hein? Quantos sustos ele nos pregou ontem. Sei não. Se fosse uma partida contra um tenista um pouquinho mais frio na hora de decidir, o leite poderia ter azedado. Mas Nadal, além de ser Nadal, o tenista que mais sabe sair do buraco que eu já vi em toda a minha vida, estava jogando contra Golubev, o cara que faz uma das piores campanhas do circuito este ano. Ele perdeu trocentas estreias e, num torneio recente aí, preparatório para o US Open, foi manchete mundial por ter vencido um jogo depois de não sei quantos meses.

Estamos falando de um tenista ruim? De jeito nenhum. Golubev é um bom tenista e mostrou ontem, em vários momentos, que tem categoria de sobra. Infelizmente, o cara tem uma dificuldade enorme de fechar o jogo e também se desestabiliza com muita facilidade.

Exemplo: ele estava sacando e, no primeiro ponto do game, mandou uma bola na linha (a qual Nadal pegou) que o juiz cantou fora. Golubev desafiou e, constatado o engano pelo hawk-eye, o juiz mandou voltar o ponto. Golubev ficou puto da vida com o erro, disse que foi prejudicado, etc e tal. Verdade. Foi prejudicado. Mas o que mais poderia fazer o juiz senão voltar o ponto, uma vez que não tinha se tratado de um winner? Resultado: naquele game o tenista cazaque não jogou mais nada e foi quebrado de zero.

Por essas e por outras, Golubev saiu na frente nos três sets e perdeu os três, sendo que no segundo e no terceiro abriu 5-2 e falhou. Falhou demais. No terceiro set, Golubev sacava em 5-2 e deixou o Nadal, sem grandes dificuldades, ganhar cinco games seguidos para fechar o jogo em 3-0 (6-3; 7-6; 7-5). Assim não dá, Golubev. Quanto a você, Rafa: abre o olho, senão você, além de não recuperar a posição de número 1, vai perder a de número 2. Murray vem aí.

Errata

Por falar em Murray, eu disse erroneamente que tanto o jogo do Murray quanto o do Feijão seriam ontem, induzindo milhares e milhares de fãs do tênis ao erro. Perdoem-me, por favor. Seus jogos serão apenas hoje. Algo me diz que Murray não vai nem suar a camisa e, só vai desmanchar o penteado porque ele já vem desmanchado de fábrica. Feijão é minha única esperança de ver um brasileiro na segunda rodada, porque não acredito que Ricardo Mello tenha qualquer chance contra Gilles Simon. Olho na Grandstand, galera. Feijão joga lá depois do jogo do Soderling e da Marion Bartoli. E Ricardo Mello é o terceiro da quadra treze. Uh, quadra treze. Quem sabe a zebra não pinta por lá? Não custa torcer.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estreia do Nole?

Olha, eu não vi nada, pois estou no trabalho. Não sou vagabundo como certas pessoas que ficam o tempo todo só coçando o saco e assaltando a geladeira. Aí fica fácil, mermão. O sujeito fica lá, na sombra e água fresca, não faz porra nenhuma e depois posa de entendido de tudo que é esporte. E a sessão da tarde, vagabundo? Tava passando o quê hoje? Safado!

Não vi nada, mas, como ninguém é de ferro, eu abri o sítio do US Open e, de vez em quando, eu dava uma conferida nos resultados. O que é que tem, palhaço? Eu não fico a tarde inteira no cafezinho, ou passando cantada na secretária, como certas pessoas. Eu trabalho, viu? Sou pau pra toda obra. Sou pé-de-boi. É saudável espairecer de quando em vez, oras. E eu só dava uma sacadinha nos resultados e já voltava aos meus milhares de afazeres.

Se agora eu estou no meu horário de trabalho? Bom, tecnicamente sim. Mas, veja bem, eu trabalhei demais hoje. Mereço um refresco e...e eu não tenho que dar satisfação pra vagabundo. Vagabundo! Vai lá, tomar o sua cervejinha no Bar do Bigode. Aproveita e enfia umas ampolas no fiofó, sacana, maldito!

Ah, o cara só aparece aqui pra me espicaçar. Não tenho sangue de barata. Sou trabalhador, pago os meus impostos e não tenho dinheiro para comprar Rolex. Foda, mano. Nas horas vagas eu só venho aqui para dividir meus conhecimentos sobre tênis e outros esportes com o mundo web, porra, e vem um bastardo desses, um... filho de rapariga!!!!!!!!!!!!!

Agora que estou mais calmo, posso falar da estreia de Novak Djokovic. Poderia, mas, pelo jeito, não teve jogo. O tal do Niland, não sei, acho que não apareceu. Diante de um 6-0 no primeiro set, 5-1 no segundo e desistência, dizer o quê? Desistiu por quê? Vergonha?

Deixa disso, meu amigo. Esperemos a próxima vítima, Nole. Porque esse aí não deu nem pra preencher os buracos dos dentes.

Picadinho de Tênis

Assisti a um pedacinho aqui, outro ali, de umas poucas partidas do primeiro dia do US Open. Sou um rapaz trabalhador, que acorda às cinco da matina para pegar no batente, ralo feito um doido para garantir o sustento de minha família e, não é bem assim, mas é verdade que eu acordo às cinco da manhã.

Não esperem grandes análises do especialista aqui, porque eu sou sincero, transparente e, não é bem assim, mas o fato é que eu não consegui assistir a muitas horas de tênis ontem, como eu pretendia. E não foi nem por incompatibilidades com a patroa, que se aninhou ao meu lado no sofá e não questionou as minhas escolhas. Afinal, quem manda aqui, hein sacaninha da fila do gargarejo? É, não é bem assim. Não é bem assim mesmo.

Sem surpresas

Analisemos os resultados do primeiro dia. Sim, deu a lógica. O único resultado que me surpreendeu um pouco foi a derrota do sérvio Troicki, cabeça quinze, para Alejandro Falla. Noves fora, eu só esperava um pouco mais de resistência de Harrison contra Cilic (eu e todos os estadunidenses), de González contra Karlovic e de Kohlschreiber contra Radek Stepanek. Radek Stepanek, na minha opinião sincera, é o nome mais legal entre os tenistas do circuito. Um nome que rima! Desculpem... Voltando à seriedade do momento, acredito que González não esteja mesmo em forma. Ele era dúvida para participar do US Open, anunciou que vinha que vinha e, não disse a que veio. Pena, porque González é o estilo de tenista que eu gosto. Além de talentoso, é brigador, guerreiro, feito o nosso Meligeni.

Showman

Assisti aos dois primeiros sets e parte do terceiro set da partida do francês Gael Monfils contra o búlgaro Grigori Dimitrov, até a transmissão ser interrompida para acompanharmos a estreia do mago Federer. É claro que a galera da TV está certa, tanto do ponto de vista comercial quanto do ponto de vista esportivo, se assim podemos dizer. Se não podemos, foda-se, porque aqui eu posso dizer qualquer merda. É, aqui vos fala um fã incondicional de Federer, o cara que faz do tênis um esporte plástico, bonito de se ver, assim como fazia meu amigaço do peito, o Pete Sampras (bom, na verdade...deixa pra lá). Mas, devo reconhecer que o jogo de Monfils contra Dimitrov estava muito mais legal de se ver.

Monfils é, sem dúvida, um showman. Às vezes ele chega até a me irritar porque, parece-me, às vezes ele exagera nas gracinhas com o intuito de desconcentrar o adversário. Não acho isso lá muito ético, mas posso estar errado. De qualquer forma, Monfils é do tipo de tenista completamente irresponsável. Ele é capaz de botar uma partida a perder para tentar salvar um ponto absolutamente perdido, aquele em que a bola vem alta no meio e o adversário manda um puta de um smash que vai quase na arquibancada e, lá vai Monfils, feito um louco, se atirar no colo de uma senhora gordona que está na primeira fila para tentar rebater a bolinha (isso é só um exemplo hipotético, eu nunca vi Monfils atacar velhinhas na vida real). Pois é, só que as consequências podem ser nefastas. Tanto ele pode se arrebentar num lance desses quanto, ao final de um jogo longo, pode lhe faltar gás, de tanto que ele corre, pula, rola e... finge de morto?

É, ontem Monfils parecia que estava morto ao final do primeiro set. Reclamou do joelho, chamou fisioterapeuta, fez careta, bateu o pé no chão várias vezes, como quem confere se as coisas estão suportáveis. Ora, bem observou o comentarista Dácio Campos: o joelho do cara só doía quando ele perdia o ponto. Quando ele ganhava, estava tudo bem. O fato é que ele venceu o bom tenista búlgaro em três sets, com direito a lances sensacionais, de parte a parte. Dimitrov também mostrou que sabe dar show e, para entrar no clima, chegou até a sentar na bancadinha que separa a quadra do público, quando foi tentar pegar uma dessas bolas impossíveis.

Sonolência

Enfim, o jogo entre Monfils e Dimitrov estava eletrizante (interrompemos esse comentário para comentar a partida entre Federer e Giraldo) quando no Arthur Ashe Stadium começava a partida do número três do mundo que, com uma vitória, igualaria Andre Agassi em número de vitórias em Grand Slam. Olha, o primeiro set estava tão sonolento, mas tão sonolento, que até o Federer dormiu. Resultado: Ele estava ganhando de 5-1, com duas quebras de vantagem e sacava para o set. E não é que ele dormiu em quadra? De tão fácil que estava. Resultado: Giraldo devolveu duas quebras e encostou no placar. 5-4. Eis que Federer olhou para o placar e, depois de soltar um longo bocejo, pensou: é melhor fazer algo. E fez. Quebrou o saque do Giraldo para ganhar o primeiro set.

Eu, que tenho mais o que fazer, resolvi ir para a cama, afinal, estavam quase batendo as doze badaladas notúrnicas e, como diria Bento Carneiro, o vampiro brasileiro: eu vou amardiçoá ocê. Si ocê assisti jogo de tênis quando bater a meia-noite, sua cara vai ficar mais feia que a do Radek Stepanek i seu inglês vai ficar pior du qui u du Nadal, quase tão ruim quanto o do Joel Santana.

Com medo da maldição, fui dormir, sabendo que Federer levaria aquele jogo em três sets, por mais que desse umas cochiladas. Li hoje que ele deu mais uma cochiladinha no segundo set, mas não teve grandes dificuldades para fechar em 6-4; 6-3; 6-2, uma verdadeira contagem regressiva.

Hoje tem a estreia de Novak Djokovic, de Andy Murray, de Rafa Nadal e, é claro, de João de Souza, o Feijão. Aguardem.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Highlights

Hoje começa o US Open, com a participação de três brasileiros na chave principal. Podiam ser quatro, né?, mas Rogerinho ficou na última rodada do quali. Pena. Mas eu fico animado, apesar de saber que o único brasileiro que deve passar da primeira rodada é o Bellucci. Feijão tem tênis pra derrotar Ginepri, mas acho que não tem experiência o suficiente. De qualquer forma, o garoto é guerreiro. Vamos torcer.


Eu fico animado porque é uma pequena luz no nosso desprestigiado tênis nacional e, com essa história de centro de treinamento para a Olimpíada no Rio, quem sabe, finalmente, nós conseguimos nos aproximar um pouco do nível do tênis argentino? Isso já seria bom.


O segundo destaque deste início de semana, como não poderia ser, é a desastrosa derrota do América-MG para o Atlético-GO. Isso me abalou profundamente. De virada, bicho. Foi duro. E o Coelho terminou o turno como um coelho velho, lá na última posição da tabela. Olha, se nem o grande Givanildo conseguir tirar o América dessa, acho que não haverá milagre. Não podemos, no entanto, jogar o chapéu. Jamais. O segundo turno será o momento da virada. Mas que vai ser foda, vai. Só treze pontos em dezenove jogos? Teremos que fazer perto de trinta pontos no segundo turno para escaparmos. Não desanimemos, pois. Mas que vai ser foda, vai.


Finalmente, domingão de manhã, assisti ao GP da Bélgica de Fórmula 1. Mais uma vez, a Red Bull desfilou. O que foi aquela ultrapassagem do Weber pra cima do Alonzo, meus amigos? Parecia que ele estava a superar um retardatário na pista. Eu sei, com esse negócio de asa móvel, a coisa ficou mais fácil. Mesmo assim. Era gritante a diferença de rendimento do carro da Red Bull para a Ferrari do espanhol. E o vovô Schummacher, hein? Mostrou que ainda tem lenha pra queimar. Largou em último e chegou em quinto, com direito a ultrapassagem em seu companheiro de equipe, o Nico Rosberg, filho do grande Keke Rosberg.


O melhor mesmo seria entregar a taça para Sebastian Vettel e encerrar logo a temporada. Com esse sistema de pontuação, 25 pontos por vitória, Vettel foi a quanto?, 265 pontos? Sei lá, por aí. O negócio é que este ano não tem como tirar o título do alemãozinho. As outras equipes que pesquisem um jeito de ganhar asas também.


É isso aí. Hoje começa o US Open e eu tentarei assistir aos jogos da noite. Para isso, terei que fazer um trabalho de convencimento com a patroa, numa disputa limpa e cruel pelo controle remoto. Quem manda nessa casa, seu frouxo?, pergunta-me o sacana da fila do gargarejo. Sua mãe é que não é, safado.


E vamos Nole! Vamos Givanildo! Vamos, Chico Barrigudo!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Medida anti corpo-mole

Estamos às vésperas da rodada de fogo do Campeonato Brasileiro. Uma lástima, na minha opinião. É muito desmoralizante para um campeonato de pontos corridos ter que rechear sua última rodada com clássicos, no intuito de combater o corpo mole de times que poderiam perder de propósito seus jogos, só para adversários históricos não serem campeões.

Sinceramente, em qualquer campeonato sério, isso sequer seria cogitado. Eu odeio esse papo de que na Europa é tudo lindo e que aqui é uma merda, que no primeiro mundo isso e aquilo e aqui nada. Em geral, esse papo aparece diante de barbaridades e exemplos flagrantes de impunidade que nos acometem aqui no Brasil todos os dias. É um tal de o cara dizer: o Brasil é uma merda mesmo; se fosse na Alemanha...

O fato é que essas pessoas não fazem porra nenhuma pra melhorar. No melhor estilo lucianohuckesco de ser, se perguntam, indignados: eu pago os meus impostos e não tenho nem o direito de sair por aí com o meu Rolex? Mas essas mesmas pessoas jogam lixo pelas janelas de seus carrões, votam em pilantras da área delas, desmatam áreas lindas para construir suas mansões ou hotéis de luxo que lhes renderão mais dinheiro, para elas poderem comprar mais e mais Rolex e, por que não dizer?, ficam putas da vida se o time delas jogar sério numa última rodada de campeonato no caso disso favorecer um rival.

Parece viagem minha, mas está tudo dentro do mesmo pacote. Basta refletir um pouco. Se um time faz corpo mole, ele está lesando torcedores, envergonhando a disputa, fraudando consumidores, em suma, ele está corrompendo o campeonato. E a sua torcida, em muitos casos, apoia, mais que isso, exige que o time entregue o ouro.

Diante dos exemplos dos últimos anos: Corinthians não fazendo esforço algum, em jogo contra o Flamengo, que disputava o título com o São Paulo; São Paulo, no ano seguinte, dando o troco e levando uma goleada em casa do Fluminense que, por sua vez, disputava o caneco com Corinthians e Cruzeiro - o que dizer?

Inclusive, no primeiro exemplo citado, do título do Flamengo, eu lembro que, na última rodada, o rubro-negro enfrentaria o Grêmio, sendo que o Inter ainda tinha chance, em casa de derrota do Flamengo. Os gremistas exigiram que seu time perdesse e ficaram revoltados com o fato de o time ter endurecido a partida, inclusive, tendo saído na frente. O que dizer?

É isso, meu povo. Somos isso. Não adianta dizer por aí que "o Brasil é uma merda". Porque nós somos uns merdas. Nós somos o Brasil. Nós votamos nessa corja que domina o Congresso Nacional; nós dirgimos bêbados pelas ruas das grandes cidades e, ao atropelarmos alguém, fazemos de tudo para nos safarmos; nós trafegamos pelo acostamento; nós sacaneamos o colega de trabalho por uma promoção; nós gostamos muito mais de sacanear o torcedor adversário do que de fato celebrar uma vitória.

Não que essas coisas também não aconteçam no chamado primeiro mundo. É claro que acontecem, porque o ser humano é escroto mesmo. No Brasil, apenas existe um "plus", como gosta de dizer minha mulher, que é o fato de o sistema punitivo para ações que lesem a sociedade funcionar apenas para quem não tem grana. Possuímos uma justiça sencitária, uma polícia preconceituosa, desigualdade aliada à impunidade (vide Cacciola saindo pomposo da cadeia ontem). Vivemos num país que considera um pivete mais perigoso que um banqueiro ladrão.

Bom, eu sei que viajei longe. Não tive uma semana muito boa e, ainda por cima, deixei cair patê de cebola no meu maravilhoso sofá. Mas está lançado o meu protesto: não acompanherei essa "super-rodada" do Campeonato Brasileiro. Torcerei, apenas, em silêncio, pelo América do grande Givanildo. Avante, Coelho!


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sorteio para uns, "azareio" para outros

Terminado o sorteio das chaves para o US Open, que começa no dia 29 de agosto, passemos à séria análise que nos cabe.

Brasileiros:

Bom, sobre os brasileiros até agora garantidos na chave principal (Rogerinho está para jogar na segunda rodada do qualifying, na quadra 13) podemos dizer que Bellucci deu sorte e azar ao mesmo tempo. Sorte porque fará a estreia contra o israelense Dudi Sela, atual 94 do ranking; azar porque, se vencer, joga contra ninguém menos que Roger Federer, logo na segunda rodada.

Azar, é verdade, mas por outro lado, também é sorte, porque ele vai poder jogar sem nenhuma pressão e numa quadra central certamente lotada (isso, se vencer o israelense, que eu nunca vi jogar, mas Bellucci não anda nos seus melhores dias).

Agora, é fato. Nem por um milagre, nem que dê o maior piriri no Federer, pode perder as esperanças até o maior ufanista de nossa terrinha: não existe a menor chance, a menor possibilidade de Bellucci ir além da segunda rodada do Us Open este ano.

Quanto ao Ricardo Mello, o tenista campineiro também não levou muita sorte com as bolinhas do sorteio: pegará o cabeça doze Gilles Simon e deverá voltar para casa logo de cara.

Duelos interessantes na primeira rodada:

Separei duelos que eu considero equilibrados e interessantes, fora as partidas dos grandes favoritos, a quem, obviamente, sempre vale a pena ver em ação. Aí vão:

- Ryan Harrison vs. Marin Cilic

- Stepanek vs. Kohlschreiber

- Davydenko vs. Dodig

- Karlovic vs. Fernando Gonzalez

- Baghdatis vs. John Isner

- David Ferrer vs. Igor Andreev

- Benneteau vs. Nicolas Almagro

- Youzhny vs. Gulbis

Ryan Harrison foi apontado pelo Dalcim como uma boa promessa do tênis norte-americano e, portanto, pode surpreender o cabeça-27 Marin Cilic; Kohlschreiber vem de vitória sobre Andy Roddick e, no meu palpite, deve derrotar Stepanek; Dodig foi o sujeito que derrubou Nadal na primeira rodada de Montreal e pega Davydenko, o meu companheiro de calvície, que já teve dias melhores, mas continua sendo um tenista acima da média. Os outros jogos aqui mencionados, acho que prometem longos duelos e me apresentam sérias dúvidas. Por exemplo: em quem apostar? Em Marcos Baghdatis ou em John Isner? Oh, dúvida cruel.

Trajetória dos favoritos:

Djokovic deve fazer as quartas contra Monfis ou Berdysh, que demonstrou em Cincy estar bastante afiado. Antes disso, talvez faça jogos um pouco difíceis contra um Dodig, ou um Gasquet da vida. De qualquer forma, só uma lesão para tirar Nole das semifinais;

O desafio de Federer deve ser mesmo Mardy Fish nas quartas. Talvez um Troicki, ou uma surpresa como Bernard Tomic dê alguma suadeira no suíço. Confesso não saber o que pode sair desse duelo com Fish;

Andy Murray, na minha opinião, pegou a chave mais fácil e, para mim, só não alcança a semi se sofrer algum apagão. Não acho que Robin Soderling, Del Potro e muito menos um Wawrinka desses esteja jogando atualmente a ponto de incomodar o escocês;

Por fim, o atual campeão, Rafa Nadal: é, dos quatro, o que anda mais instável, mais instável até que o próprio Federer. Mas US Open é US Open, e acho que Rafa não bobeará. Suas maiores pedras até a semi devem ser David Ferrer, ou Almagro, Jurgen Melzer ou, ainda, quem sabe, Andy Roddick não renasce das cinzas? Pensando bem, acho que a chave do Rafa está ainda mais tranquila que a de seu provável adversário da semi, o Andy Murray.

E aguardemos as atuações de Rogerinho e Feijão, para vermos se teremos mais algum brasileiro na luta pela sobrevivência das primeiras rodadas. Se algum brasuca estiver vivo lá na terceira rodada, porém, confesso que passarei a acreditar em Papai Noel e em coelhinho da Páscoa.


















O câncer do futebol brasileiro

Os parasitas estão sempre à solta. E se multiplicam rapidamente. Parasitas são seres que vivem de sugar a energia alheia, sem eles próprios produzirem nada.

Essa é a definição precisa de muitos dos tais empresários do futebol. Eles estão matando os jogadores já em sua base, no momento de formação. O treinador Muricy Ramalho, em entrevista ao canal ESPN Brasil alertou que, nas categorias inferiores dos grandes clubes, os tais empresários e alguns cartolas já estão dominando tudo, não permitindo que o treinador faça um trabalho de peneira, tão importante para a qualidade do futebol e para o futuro de milhares de jovens.

Você chega lá na base, conta o Muricy, e existem sessenta, setenta garotos no time. E o treinador fica perdido, porque não tem como lidar com tanta gente e, ao mesmo tempo, não tem autonomia para chegar num garoto e dizer: vai estudar, vai fazer outra coisa na vida, já que esse é "jogador do dirigente tal" e aquele é "jogador do empresário tal".

E o pior. Esses maus empresários são grandes responsáveis pela "deseducação" do jogador brasileiro, primeiro porque eles não querem que o atleta pense (atleta pensante é um perigo); segundo, porque eles enchem a cabeça dos meninos de sonhos, dizendo que "o Real Madrid te quer", que "você é craque, vai arrebentar" e eles já crescem pensando que são pop stars, que assim que ganharem algum dinheiro, devem sair por aí comprando carrão, óculos italiano e corrente de ouro.

É uma merda, mas esses canalhas estão matando o futebol brasileiro na raiz. É muito triste. Eu já tinha ouvido falar que, na base do Corinthians, já está tudo "loteado" pela cartolagem. Ora, isso é como colocar a raposa pra cuidar do galinheiro. É óbvio que o dirigente-empresário, essa figura híbrida que não deveria existir, vai cuidar dos próprios interesses em lugar de defender o patrimônio do clube. Ele vai querer mais é faturar em cima às custas da estrutura do clube ao qual ele deveria servir.

E a consequência disso tudo? Primeiro, o futebol perde qualidade, uma vez que o treinador da base não consegue trabalhar com tanta gente e fica difícil garimpar craques no meio de tanto filhinho de dirigente, protegidinho do cartola fulano, criazinha do empresário beltrano; segundo, cada vez mais o Brasil se transporta num feroz exportador de jogadores, uma verdadeira colônia de exploração que envia a molecada para tudo que é buraco deste planeta, enfraquecendo a qualidade do campeonato nacional e enfraquecendo os próprios clubes que, ao se livrarem do próprio patrimônio antes da hora, deixam de faturar milhões (adivinha no bolso de quem vão parar esses milhões?)

Pode parecer absurdo dizer isso num momento em que o Brasil acaba de ser campeão mundial sub-20 pela quinta vez. Mas pode acreditar que a situação está ficando gravíssima e o Brasil já está ficando muito pra trás de países como Espanha, Holanda e França (e atenção ao México) no quesito formação de jogadores. A nossa "sorte" (que infelizmente também é a sorte desses parasitas) é que existe uma abundância incrível de meninos bons de bola no Brasil, o que faz com que, mesmo com essa merda toda, ainda se consiga formar boas seleções na base. E eu coloquei sorte entre aspas porque isso acaba acobertando a sujeira que esses mafiosos do futebol estão fazendo.

Fica o alerta do Muricy. Se nada for feito, se os clubes não investirem numa estrutura mais sólida e profissional para os meninos da base, o futuro do futebol brasileiro não será nada animador. Livrem-se dessas ervas daninhas que se dizem corintianos, são-paulinos, flamenguistas, vascaínos, atleticanos etc. que, na verdade, só querem faturar em cima do futebol da molecada. Eles estão pouco se fodendo para os clubes. Eles torcem é para a grana no bolso deles. Enfim, são parasitas, pois não produzem nada, não trazem nenhum benefício a ninguém a não ser a eles mesmos e exploram o esforço alheio.

Está mais do que na hora de profissionalizar o futebol brasileiro. E isso não é feito porque essa corja não deixa. É claro, se o futebol brasileiro fosse profissionalizado, não haveria espaço para pessoas que não acrescentam em nada, não servem para nada, a não ser para encher o próprio cu de dinheiro.

Para terminar, eu quero dizer que não sou contra empresário no futebol, ou agente, ou outro nome que se queira dar. É bom essa figura para cuidar, efetivamente, do interesse do jogador profissional (e não do moleque de treze, catorze anos) para que o atleta possa se concentrar em jogar bola. Mas o empresário tem que defender os verdadeiros interesses do jogador e não os próprios interesses, como nós vemos acontecer tanto.

Por exemplo: será que era do interesse de um jogador como o André Santos, que estava no Corinthians e tinha chance de ir para a Copa do Mundo, ser vendido para a Turquia? Será que era do interesse do André, ex-Santos a atual jogador do Atlético Mineiro, que estava vivendo um bom momento, sendo convocado para a Seleção, ser vendido para a Ucrânia? Será que seria do interesse do Ganso ser vendido para a Europa num momento de incerteza, em que ele acabava de retornar de lesão? É normal você vender as suas ações quando elas estão em baixa, como bem disse o presidente do Santos?

Exemplos como esse nós podemos dar aos montes. São empresários que enchem a cabeça dos jogadores de sonhos e, na verdade, só estão de olho na comissão. Eles querem vender rápido, faturar agora e já pensar no próximo garoto que eles vão pegar e mandar com dezessete, dezoito anos, para a Finlândia, Turquia, Indonésia, não interessa.

Cuidado, torcedor brasileiro. Quem está pagando a conta é você. E quem está assistindo a um espetáculo de cada vez pior qualidade é você. Sim, você está pagando cada vez mais caro por um produto cada vez pior. No fundo é isso. E não compre o discurso da abundância de recursos naturais, porque já conseguiram, com esse papo, destruir a mata atlântica, o cerrado e estão se empenhando para acabar com a Amazônia. Parasitas, se deixar, destroem tudo sem dó.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A luta continua

Rapaz, isso aqui está mais vazio que a Rua Javari. Ora, não foi na Rua Javari que o Pelé teria feito o gol mais bonito de sua carreira? Sim, eu me lembro daquela partida contra o Juventus. Ah, quem não se lembra? Todos se lembram. O campo do moleque-travesso nunca esteve tão cheio quanto naquela noite. Ou seria tarde? O fato é que, se somarmos o número de pessoas que disseram ter presenciado o tal gol do Pelé, chegaríamos à conclusão de que, na verdade, o jogo foi no Maracanã.

Eu sei, estou plagiando. Já disseram isso antes. Assim como disseram por aí que se juntássemos os supostos pedaços da cruz onde Jesus foi crucificado, vendidos por aí, daria para construir uma frota de navios. A humanidade é assim mesmo. Todos temos um estelionatário em potencial dentro de nós, nalgum lugar.

É, pelo jeito, além de esvaziado, este espaço anda meio sem assunto. Agora vais falar dos pedacinhos do Céu vendidos em lote para otários-fiéis? Otários-fiéis somos nós, corintianos. Timinho lazarento da desgraça.

Digamos que é uma semana meio sem sal, do ponto de vista do sofaísmo. Veja, tá rolando campeonato de judô e eu não gosto de nenhum esporte de luta. Nenhum mesmo. Não vejo graça e ponto. Do tal de UFC, tenho vontade de vomitar. Prefiro assistir a um balé de sete horas e meia.

Poderíamos falar da semana do "quali" no US Open e da participação dos brasileiros. Bom, Rogerinho ganhou a primeira e Ana Clara perdeu na estreia. Pronto, tá falado.

Mas, e as meninas do vôlei no Grand Prix? Desculpe, mas não vou ser hipócrita. Não acompanho modalidades só porque o Brasil vai bem. Vôlei, para mim, quando adaptou as regras à televisão, perdeu completamente a graça.

Eu sei, as pessoas falam que isso foi fundamental pro esporte, porque era um inferno pra televisão transmitir. Afinal, um jogo podia tanto durar meia hora como quatro horas. Tá legal, eu aceito o argumento. Mas pra mim acabou. Não vejo mais. Daqui a pouco esses caras da TV vão querer transformar o jogo de tênis num tie-break estendido. Também vou parar de assistir.

Eu sou assim, se quiser gostar de mim...

Opa, eu já ia me esquecendo: hoje tem partida da Copa Sul-americana de futebol! Magavilha! U-ãn-der-ful! A puta que o pariu, não é mesmo? Torneio chato do caralho. Uma versão ampliada da Copa do Brasil que, pra mim também morreu, no exato instante em que tiraram os participantes da Libertadores da disputa. Isso matou o torneio, porque ficou claro que ele não passa de um atalho para a Libertadores. Esses caras da CBF são assim, um bando de baixa-piroca. Quando o campeonato finalmente engrenou, os caras mataram pela raiz e ainda jogaram sal no campo. Uma merda.

Eu sei, estou um tanto amargo. Eu sou assim, não me venderei jamais ao sitema. Aqui sempre será um espaço livre, onde eu poderei dizer o que quiser. Será sempre um foco de resistência, onde não haverá espaço para ideias pré-fabricadas, patrocinadas pelas grandes corporações. Sim, será sempre... mais vazio que a Rua Javari em dia de chuva.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O que esperar de Thomaz Bellucci

Nós brasileiros precisamos aprender a fazer leituras isentas sobre os nossos esportistas. Quando aparece um garoto, ou uma garota, com potencial, inicia-se uma campanha ufanista em cima dele, ou dela, como se estivéssemos diante de um novo Guga, ou de uma nova Maria Esther Bueno, ou de um Pelé, ou de uma Magic Paula, de um Marcelo Negrão, de uma Ana Mozer, e por aí vai.

É claro que aconteceu com Bellucci. Ficamos órfãos de Guga e, como todos se acostumam rapidamente com o que é bom, gerou-se uma enorme ansiedade para que surgisse um sucessor do simpático Manezinho da Ilha e sua busca incessante por golpes que atingissem as linhas da quadra adversária. Acostumamo-nos com duelos maravilhosos contra Sampras, Agassi, Kafelnikov, Magnus Norman etc.

Surgiu, então, Bellucci, um garoto talentoso, com potencial para fazer uma bonita carreira no circuito internacional de tênis. Ora, estar perto dos trinta melhores do mundo não seria uma bonita carreira? Quem pode dizer que é o trigésimo melhor do mundo em alguma coisa? Eu mesmo, o melhor que cheguei no ranking internacional do "sofaísmo", foi 436º, o que muito me orgulha. Depois que eu casei, despenquei no ranking, porque tenho mais o que fazer do que ficar dias seguidos na frente da TV, venhamos e convenhamos.

Falemos em português claro, então. Bellucci é um bom tenista, mas não pode ser comparado a um Guga e não tem jogo para se figurar no top 10. Na minha opinião, ele está mais para Saretta, sem querer desmerecer nenhum dos dois, porque Saretta também era um bom tenista e chegou a ficar ali, entre os quarenta do mundo, se não me engano. A diferença é que, como o Saretta pegou a época do Guga e do Meligeni, as pessoas não o pressionaram tanto quanto estão pressionando o Bellucci que, atualmente, é disparado o melhor tenista brasileiro da atualidade.

Sejamos realistas. o Brasil não tem a menor tradição no tênis. Tirando Guga e Estherzinha, tivemos bons tenistas, como Thomaz Koch, Luiz Mattar, Cássio Motta, Jaime Oncins e o já citado aqui Fernando Meligeni. Bellucci tem potencial para chegar no nível dessa turma, o que não é nenhum demérito. Quem não vibrou com o lutador Meligeni em quadra, chegando às semifinais de Roland Garros e ganhando aquela final do pan contra o Marcelo Ríos?

Acho que o Bellucci, se pelejar muito, pode chegar perto do que fez o Meligeni. Não mais que isso. Neste ano, ele já deu sinais, inclusive, de que pode ir longe no saibro, ao derrotar Andy Murray em Madri e quase derrubar o gigante do momento, Novak Djokovic, nas semifinais. O problema é que já começaram a compará-lo com Guga e, rapidamente, tudo voltou ao normal.

Precisamos esperar do Bellucci, que ele seja um Bellucci. E, na minha opinião, ele está muitos degraus abaixo de onde pode chegar, não em termos de ranking, porque eu não acredito que ele tenha tênis para passar dos vinte, vinte e poucos do mundo, mas ele pode, sim, conseguir bons resultados, principalmente no saibro, como a semifinal do Masters de Madri. Resultados como aquele podem ser mais frequentes.

Não esperemos que Bellucci seja tri-campeão de Roland Garros, ou que ele vire número 1 do mundo. Isso não vai acontecer, nem de longe. Esperemos, no entanto, que ele jogue mais à vontade, com mais alegria. Acho que é isso que o Larri está tentando fazer com ele. Parece-me, ao ver o Bellucci jogar, que ele sofre muito em quadra, como se estivesse carregando o peso do cetro e da coroa de Guga, o que é uma enorme bobagem.

Se eu pudesse dar um conselho a ele, eu diria, do alto da minha sabedoria de comedor de amendoim e bebedor de cerveja quente e vencida: garoto, divirta-se. Faça o seu melhor em quadra, sem se preocupar com o que vão dizer, ou esperar de você. Jogue mais relaxado, no bom sentido, e você vai ver que as coisas vão melhorar pro seu lado. Não tenho dúvidas: o principal problema do Bellucci, atualmente, é psicológico. Puseram na cabeça dele que ele seria um novo Guga e ele não está conseguindo sequer ser um Bellucci.

E, por favor, deixemos essa menina, Bia Hadad, em paz. Não comecemos a imaginar que ela será uma nova Estherzinha.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Visitante

Em qualquer esporte, do curling ao hipismo, todos (inclusive os cavalos) preferem competir em casa. Porque estão perto da torcida, porque estão habituados com o ambiente, porque não precisam se desgastar com uma viagem e por outras razões que a nossa vã filosofia desconhece.


É fato: quem joga em casa tem vantagem. Comigo, atleta profissional de sofá, não é diferente. Eu pratico muito melhor a minha modalidade em casa. Porque estou perto da minha geladeira, porque estou habituado com o meu sofá, porque me sinto à vontade.


No último fim de semana, porém, tive que visitar outros ambientes, o que prejudicou e muito minha performance. A começar pelo sábado, em que, por estar fora, não tive como assistir nem às semifinais do Masters de Cincy nem à final do sub-20. Fiquei sabendo das coisas depois do ocorrido.


Confesso ter ficado surpreso com a vitória de Andy Murray sobre Mardy Fish, como eu já tinha ficado bastante surpreso com a vitória de Berdysh sobre Federer na sexta. Sobre a vitória de Berdysh inclusive, tenho a dizer que consegui assistir ao primeiro set e o segundo até o 4-3 para o Federer sem quebra, num boteco próximo ao meu trabalho, tomando um chopinho delicioso, antes de pegar o busão rumo a Santos, meu lar, doce lar. Até onde eu vi, foi uma belíssima atuação do Berdysh. Foi um jogo do gato correndo atrás do rato. Berdysh confirmava facilmente seus serviços, enquanto Federer suava nas calças e passava altos apuros ao sacar.


Domingão, de volta ao lar, ao meu querido sofá, aí sim: assisti à final de Cincy, com Djokovic completamente esgotado, ainda conseguindo se arrastar até o fim do terceiro game do segundo set, quando já havia sido quebrado por Murray duas vezes. Pois é, no tênis, quanto mais se ganha, mais se joga e, de tanto ganhar, Nole se arrebentou. Espero que, daqui a uma semana, ele esteja inteiro para jogar o US Open.


Depois eu ainda assisti ao empate entre São Paulo e Palmeiras e tentei ver Bahia e Santos. Mas, assim como Nole, eu também estava completamente esgotado e caí num sono profundo, logo no início da partida. No esporte que eu pratico, o "sofaísmo", acontece como no tênis. Quanto mais você "ganha", mais você quer "jogar". E chega uma hora em que, finalmente, o sofá te derruba, ou sua mulher pede o divórcio. Portanto, aconselho a todos: pratiquem com moderação.


Nesta semana tentarei me poupar para o US Open. Portanto, não esperem grandes atuações.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Previsões de um especialista em Doritos

Já não bastasse eu ser um completo de um leigo em tênis (quanto ao futebol, pelo menos, eu não fazia tão feio nos tempos de moleque), ontem minha mulher me intimou e disse: hoje você vai ter que entrar em campo, senão...


O resultado é que eu não pude me aboletar no sofá. A única coisa que eu vi foi o finalzinho do jogo do Federer contra o Blake e, enquanto a patroa tomava um banho, dei uma sacada rápida no jogo do América-MG contra o São Paulo. Aqui, eu gostaria de render minhas mais ternas homenagens ao grande Givanildo de Oliveira, treinador do Coelho. Aí, Givanildo: tamo junto, parceiro!


Givanildo é um treinador daqueles que já rodaram por tudo quanto é canto e, vira e mexe, é chamado para apagar incêndios em times com a corda no pescoço. Em muitos casos, com seu jeito humilde, Givanildo chega, emprega sua filosofia de trabalho com a maior calma e salva a agremiação da degola. Tenho certeza que, com Givanildo, o América será outro no segundo turno e, se os deuses do futebol assim permitirem, permanecerá na primeira divisão em 2012. Vida longa ao Givanildo!


Essa é a minha primeira previsão: o América não cairá para a segundona.


Ainda no campeonato brasileiro: estou chateado com o pessoal da Gávea. Quer dizer que eles promovem uma grande feijoada antes do jogo contra o Atlético-GO e nem pra me convidar? Sacanagem. Meus caros, sem querer desmerecer o rubro-negro de Goiânia (ô, terra linda e abençoada), só uma verdadeira orgia alimentar antes da partida pode explicar tamanha apatia no time do Flamengo. Estou falando só de ter assistido aos gols e acho que é suficiente, porque os gols do Atlético foram todos parecidos com aqueles que a gente vê nas peladas de solteiro contra casado.


Veja: no primeiro do Atlético, o goleiro Felipe tinha ido dar um gole numa caipirinha que alguém veio oferecer no pé da trave, bem na hora do escanteio e, quando foi sair do gol, a bola já estava lá dentro. Teve outro gol de escanteio em que os jogadores atleticanos brigaram entre si para ver quem mandava a bola para as redes, enquanto a defesa do time carioca jogava um truquinho numa mesa de lata que puseram no canto da área. E o último gol do Atlético? O cabra pegou a bola e saiu enfileirando os cones (quer dizer, os jogadores) do Flamengo, até servir de bandeja para seu companheiro empurrar pras redes.


Jael, do Mengão, ainda fez o gol de honra quando o jogo "jaélra", que Deus tenha piedade da minha alma por esse trocadilho infame. Aqui segue minha segunda previsão: nem Flamengo e, muito menos o Corinthians (o golfinho oficial do futebol brasileiro, como disse o Zé Simão): o campeão brasileiro será o Vasco!!!!!! Vai ganhar Copa do Brasil e Brasileiro, vai fazer barba e bigode. Cabelo não porque o seu Manoel da padaria já não o possui há muito, desde quando jogava de lateral-direito do Além-Mar Futebol Clube.


Finalmente, para meus amigos tenistas não ficarem desapontados, falemos do Masters de Cinci: Well, my friends: acredito que o único que pode impedir o quarteto top do momento de compor a semi é Mardy Fish, que joga contra um Nadal meio vacilante. Se bem que, em Roland Garros, Nadal também estava meio capenga, quase tendo perdido para o Ilsner num jogo de cinco sets logo na primeira rodada. E acabou campeão. Se fosse pra queimar minha bufunfa, eu ainda jogaria uns cobres no touro miúra Rafa Nadal contra o Fish. Murray não deverá ter problemas contra o Simon, a não ser que apronte das suas; Federer vai passar por cima do instável Berdysh sem dó e Djokovic despachará Monfils novamente. Previsão que ninguém está fazendo: semi entre Federer e Nole e entre Nadal e Murray.


Mais uma final entre Rafa e Nole à vista? Algo me diz que não... tchan, tchan, tchan, tchan!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quarta-feira dupla

Meu sofá rendeu que é uma beleza ontem.

Primeiro o tênis. O jornalista Dalcim falou que o adversário de Djokovic não deveria dar muita dor de cabeça ao sérvio, mas que o tal Ryan Harrison, um novato norte-americano com jeito de arrogante, era um tenista de qualidade, no qual nós deveríamos ficar de olho.

Fiquei de olho no estilo do rapaz e chego ao meu veredito. Tá certo que ele tomou uma surra do Nole, principalmente no primeiro set. Mas é normal. O garoto estava diante do número 1 do mundo, "my man", aquele que está detononado tudo. E o garoto é um garoto, ainda não tem estrutura para fazer frente aos gigantes.

De qualquer forma, o tal do Harrison mostrou qualidade, sim, principalmente no segundo set, quando se soltou um pouco mais. Acho que ele pensou: hoje não tem jeito de ganhar desse sérvio cabeçudo, então, melhor eu aproveitar essa oportunidade e me divertir aqui em quadra. É verdade que o americano não tem cara de quem se diverte. Ele tem mesmo cara de arrogante. Enfim, até que ele conseguiu fazer um bom papel. Fiquemos de olho no rapaz.

É, poucos atletas são naturalmente abusados. Eu já ouvi falar que o Agassi, ainda moleque, foi jogar contra o já consagradíssimo John McEnroe e não quis saber. No primeiro set, foi pra cima do Big Mac e deu um susto no gigante. É claro que Big Mac acabou colocando aquele "fedelho" em seu devido lugar, mas o episódio já mostrou que o Agassi sempre teve atitude. Não à toa, depois virou o Agassi que todos conhecemos e admiramos.

Depois veio o futebol. Assisti à semifinal do Mundial sub-20 entre Brasil e México. Dureza. O Brasil começou bem e parecia que ia se impor facilmente, só que isso não durou muito. A seleção mexicana joga com intligência e tem uma garotada rápida e atrevida. O camisa 10 deles era o mais abusado.

Tudo levava a crer que teríamos mais uma prorrogação. Teríamos, não. Eles teriam, porque eu já estava abusando do sofá. Terminando o tempo normal eu vou dormir, pensei, depois de dar o último gole na minha cerveja quente. "Essa porra tá vencida", suspirei, ao ver a data: válido até 27 de julho de 2011, na parte inferior da latinha. E a minha reputação? Deixar expirar o prazo de validade da cerveja é foda. Bom, quem sabe se na prorrogação...

Faltando dez minutos, Negueba cruza da direita e Henrique mete a testa: 1 a 0 Brasil. Poucos minutinhos depois, Danilo enfia uma bola para Dudu, que centra a bola na área, como quem diz: "é só fazer", e o Henrique foi lá e fez mesmo. 2 a 0. Depois disso, o camisa 10 do México ainda perdeu um gol inacreditável. E acabou assim mesmo.

Destaque, de novo, para o Dudu. Francamente, Ney Franco, não dá mais pra deixar o Dudu de fora desse time. Eu sei que o Phelippe Coutinho é o camisa 10, joga na Inter de Milão, tem "Ph" no nome e tudo, mas o fato é que ele não está rendendo. O Negueba também tá jogando mais que o William José. Quando o Negueba entra, o Henrique vira outro jogador. Já diria o Zé da Galera: "Bota ponta, Telê!"

Hoje deve ter Federer. Espero que ele nos dê mais uma aula, como fez com o Del Potro na terça.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Back to Cincy

Estamos de volta a Cincinnati, Ohio, para acompanhar com exclusividade mais um Masters 1.000 de tênis. É o sétimo Masters 1.000 do ano e, dos seis que já foram jogados, Novak Djokovic faturou cinco. Só não ganhou em Monte Carlo, torneio do qual não participou.

É, não tem como não dizer que o tenista sérvio, atualmente, não esteja arrasando em todos os tipos de piso. "He's my man", como diria Obama. Mas ontem foi dia de acompanhar um jogão: Federer X Del Potro. Os dois já decidiram um US Open, vencido brilhantemente pelo argentino, diga-se de passagem. Só que ontem, como era de se esperar, Federer se impôs e liquidou a fatura em dois sets: 6-3; 7-5, com uma quebra em cada set. Teve até direito a um "Não faz assim, Federer", entoado por Dácio Campos, depois de uma subida magistral do suíço à rede, com um voleio venenoso.

Infelizmente, algumas contusões prejudicaram a carreira do Del Potro que, na minha opinião, teria cadeira cativa no top 10 sem problemas. Por exemplo: na minha opinião de leigo, ele é muuuuuuuuuuuuuuuito mais jogador que o Mardy Fish, atual número sete do mundo. Embasado em quê eu digo isso? Na minha vasta experiência de esportista de sofá, intrometido e barrigudo. Eu já disse: não estou nem aí se, nas poucas vezes em que manejei uma raquete de tênis, fiz tão feio que causei risos nas pessoas mais contidas. Já disse que não entendo a mecânica dos golpes, mas sou um puta de um sem-noção mesmo.

E estou triste com a atual fase do tênis argentino. "Que fase!", bradaria Milton Leite. Chela, outro dia, perdeu prum americano que não precisou nem desmanchar o penteado para fazê-lo; Nalbandian continua no mesmo calvário de sempre, alternando excelenes atuações com participações pífias; Del Potro está voltando de consusão e ainda não pode fazer frente aos grandes; Juan Monaco é um tenista nível Saretta e por aí vai. Por aí não vai. Aliás, acho que estamos num momento meio leste europeu no tênis. Principalmente no tênis feminino. Não sei o quê aquelas tenistas russas, ucranianas, sérvias, tchecas etc comem no café da manhã. Ô, lá em casa (brincadeirinha, querida).

Bom, continuaremos com a nossa maravilhosa cobertura ao Masters de Cinci e, é claro, daremos pitaco em outros eventos que surgirem. Hoje, por exemplo, o Brasil enfrenta o México pela semifinal do Mundial sub-20 de futebol e, se não for na hora da novela, tentarei assistir. Do campeonato brasileiro evitarei tecer comentários, porque tenho uma doença incurável: sou corintiano e não aguento mais ver esse time fazer feio.

Bom dia a todos os amantes do esporte e àqueles que utilizam o sofá também para outras coisas. Querida, vai aquecendo que hoje eu tô que tô.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Esportista de Sofá

Nunca joguei tênis. Não sei o que é "drive", não entendo "aproaches", não percebo o "top spin" da coisa. Mas adoro assistir às partidas. Alguns se irritam com o Dácio Campos e os seus: "Assim não Federer"; "Que que é isso, Nadal?". Eu gosto. O cara fala simples. Fala pra ignorantes como eu, que gostam de esporte e pronto. Sem frescura.


Pra mim tá tudo ótimo, de bom tamanho, porque eu não sei as técnicas do jogo e fico ali, vibrando de uma maneira puramente ignorante. E me dou ao direito, como todo bom esportista de sofá, enquanto belisca umas batatinhas e beberica de sua cerveja, de comentar as partidas e até dar dicas aos jogadores. "Saca mais aberto, Nole". É, sinto-me até íntimo do atual número um do mundo.


"Ai que saudade do back-hand na paralela do Guga", digo à minha esposa, ao lamentar mais uma derrota do Bellucci. Ela nem se dá ao trabalho de responder, é claro. Apenas, me olha com aquele ar de "és um farsante mesmo..."


Do Bellucci eu falarei em outra oportunidade. Quero falar hoje do jogo entre Andy Roddick e daquele alemão, acho que é Kolshreiber, ou algo assim. Não vou conferir, não. Foda-se. É isso aí, falo de tênis mas falo palavrão.


Pois é, assisti ao primeiro set do jogo, revezando com a novela, afinal, a novela está nos seus capítulos decisivos e eu vou morrer se não souber quem vai matar a Norma e se a Cecília vai perder o filho que está esperando do Vinicius. Puta raiva que eu tenho desse Vinicius, porque não tem sujeito mais escroto que esses playbas covardes que saem por aí a agredir homossexuais, empregadas domésticas... o jogo, porra! Sim, o jogo. Desculpem-me.


Roddick estava jogando bem, na minha visão de leigo. E levou o primeiro set no tie-break. Eu, que sou trabalhador, fui dormir, porque pego cedo no batente e, para a minha surpresa, soube hoje que ele levou uma virada do alemão e ainda discutiu com o Carlos Bernardes, árbitro principal da partida. "Porra", pensei. Eu sei que o Roddick está voltando de contusão e tudo, mas eu não esperava essa, não querendo desmerecer o Kolsh...algumacoisa.


O problema do Roddick, eu vou te falar. Ele é instável. Sua carreira tem sido muito conturbada. Claro, a carreira do Agassi também foi conturbada, diria um intrometido da fila do gargarejo. A do Big Mac também, diria o irmão mais velho do primeiro. Claro, mas o Agassi era o Agassi. E o Big Mac era o Big Mac. Além disso, ambos tinham uma sede de vitória comparável apenas ao desejo que eu sentia pela Luciana Vendramini quando garoto. Só mais tarde, com um pouco mais de experiência, que eu descobri que mulher de verdade mesmo era a Sônia Braga.


Ao Roddick, cazzo. Certo. Na minha opinião, se o Roddick tivesse mais estabilidade emocional, teria ido muito mais longe. Ele surgiu como uma grande promessa, um garoto com um saque potente, um verdadeiro canhão, excelente técnica e tudo mais. Eu sei, ele chegou a ser número um do mundo, mas fez pouco para o tênis. Pouco perto do que poderia ter feito. Se não estou errado, e se estiver foda-se, ele só ganhou um torneio de Grand Slam, um mísero US Open.


Ora, ele não teve culpa de ter jogado à época de Roger Federer, diria o mesmo chato da fila do gargarejo. Ora digo eu. Exatamente por ter sido contemporâneo a Sampras, Agassi chegou mais longe. Por ser contemporâneo ao Iceborg, John Mac Enroe foi mais longe. Os grandes vencedores, ao notarem a presença de um monstro, fazem de tudo para derrotá-lo. Vira uma obsessão. Já os mortais acabam se apequenando.


Não acho que o Roddick se apequenou diante de Federer, ou Nadal. Acho que o problema dele era outro, mais ou menos como o Hewitt. Sei lá, esses caras tinham um grande talento, ainda têm, mas faltou equilíbrio, faltou concentração, faltou uma fome de vitória incontrolável como a que tem o Rafa e como a que, finalmente, demonstrou ter o Djokovic, depois de ter abdicado da pizza de final de semana.


É, cara. Se você quer ser um Usain Bolt, um Phelps, um Federer, deve deixar a pizza pra nós, torcedores de sofá. Roddick desperdiçou a chance de ser um grande tenista. Assim como Hewitt também jogou fora essa chance. Os dois serão lembrados, no futuro, como jogadores que foram mas não foram.


Uma pena.